III ENCONTRO JOVENS 2006 “PENSAR E AGIR”
1 a 7 de Julho
São Miguel e Faial
Participantes:
Antelmo Faria – Califórnia
Asheley Arruda – Toronto
Christina Aguiar – Califórnia
Debbie Pacheco – Toronto
José Manuel Sousa – Califórnia
Kathleen Linhares – Québec
Lara Alves – Toronto
Lesley da Silva – Vancouver
Lisabeth Castro-Smyth – Califórnia
Lori Ann Arruda – Toronto
Lourenço Machado – Califórnia
Maria Madalena Judas – Toronto
Mónica Medeiros – Califórnia
Nadia Barreira – Québéc
Nicole Cabral – Winnipeg
Pilar Coelho – Rhode Island
Sandra Cardoso – Toronto
Vanessa Medeiros – Vancouver
CONCLUSÕES
Durante os dias 4, 5 e 6 de Julho de 2006, na Assembleia Legislativa
da Região Autónoma dos Açores, na cidade
da Horta, ilha do Faial, estivemos reunidos, 18 jovens oriundos
das Comunidades açorianas do Canadá e Estados
Unidos da América, debatendo cinco temas comuns a todas
as comunidades portuguesas e apresentando aqui, nos Açores,
recomendações à Região, ao país
e às nossas comunidades, que pensamos ser a base de
um fortalecimento do relacionamento entre nós (Comunidades
portuguesas) e vós (nosso país, nossa identidade).
Após análise e debate dos cinco temas propostos,
chegamos às seguintes conclusões:
Língua Portuguesa nas Comunidades
A língua portuguesa é muito importante para
manter as tradições e preservar a cultura portuguesa.
Assim, e face aos problemas por nós encontrados ao
longo destes dias relativamente à língua portuguesa,
chegamos às seguintes soluções:
• Nós somos os pais do futuro. Não podemos
mudar os pais de hoje, mas podemos e devemos incentivar e
apoiar os jovens pais da nossa comunidade para que eles sintam
orgulho de saber falar português e para passar a língua
para os seus filhos;
• Implementação de aulas nos salões
portugueses, bem como de programas bilingues nas escolas primárias,
liceus e universidades;
• Criação de cursos de Verão com
professores vindos de Portugal, nas associações
portuguesas;
• Criação de Cursos de Língua Portuguesa
de longa duração nos Açores (9 meses);
• Maior divulgação dos encontros internacionais,
como este, e dos intercâmbios de estudantes para motivar
os jovens para a aprendizagem do que é ser-se português.
Identidade Cultural
A Identidade Cultural é um sistema de valores, tradições
e crenças que são estabelecidas através
de instituições religiosas, sociais e politicas.
Para quem nasce numa comunidade dividida culturalmente (os
nossos pais versus a comunidade americana), é muito
difícil conseguir preservar e transmitir os valores
e as tradições das duas culturas. Por isso,
e pelo facto das nossas comunidades não aceitarem aqueles
que partilham as duas faces culturais, muitos jovens sentem
necessidade de se identificar com uma só das duas culturas.
Assim, e para não entrarmos em conflito com a nossa
comunidade sugerimos:
• Uma maior divulgação dos Açores
actual;
• O estabelecimento de programas de intercâmbio
entre jovens açorianos e jovens dos Estados Unidos
e Canadá;
• A divulgação destes programas pelas
universidades dos Estados Unidos e Canadá;
• A possibilidade dos jovens dos Estados Unidos e Canadá
estagiarem nos Açores;
• A organização de um evento cultural
que mostre a cultura, através da música, literatura,
pintura, etc., dos dois países;
• O incentivo ao talento dos jovens, oferecendo prémios,
bolsas de estudo, e organizando exposições de
arte e concertos de música com os seus trabalhos e
composições;
• Um maior envolvimento das associações,
clubes e igreja e, também, dos órgãos
de comunicação social;
• Uma maior ligação com os representantes
do governo português nas comunidades.
A Participação Cívica
e Política nas Comunidades
A falta de conhecimento da actual realidade açoriana,
por parte dos jovens nas comunidades, e o desconhecimento
da diferença entre votar e não votar, por parte
das pessoas em geral, são os dois maiores responsáveis
pela não participação na vida cívica
e política das comunidades. Assim, e para que todas
as pessoas adoptem uma postura mais activa, sugerimos:
• A organização de campanhas através
das quais nós, os jovens, possamos ensinar, informar
e alertar para a importância do voto como meio de preservação
cultural;
• O estabelecimento de uma ligação entre
esses jovens nas comunidades e os grupos de jovens políticos
nos Açores, para troca de ideias, experiências
e sugestões;
• A dinamização do papel das embaixadas
e consulados no dia-a-dia das comunidades onde estão
estabelecidos;
• A extensão a outras comunidades do programa
Thinking Civically (Pensando Civicamente), que ensina os jovens
a participar activamente na vida das suas comunidades.
Associativismo
As centenas de associações culturais açorianas
espalhadas pelos Estados Unidos e Canadá estão
a sofrer não só devido à falta de fundos,
mas sobretudo devido ao seu afastamento organizacional. Apesar
de terem objectivos comuns e desenvolverem iniciativas similares,
trabalham independentemente. A não-aceitação
dos jovens nas direcções e, consequentemente
das suas ideias e gostos, surge também como um grave
problema para o papel das associações. Assim,
e para fazer face a esta situação, sugerimos:
• Uma maior inclusão de jovens luso-descendentes
nas direcções das associações
que impõe as iniciativas de desenvolvimento da cultura
açoriana;
• Um maior conhecimento por parte das associações
relativamente aos vários recursos oferecidos não
só pelo governo português, mas também
pelos governos das suas comunidades;
• Uma maior ligação entre a cultura açoriana
de hoje e as associações culturais no estrangeiro,
através de intercâmbios de jovens, especialmente
nos sectores da educação, arte, literatura e
música;
• Uma diversificação do papel das associações,
nomeadamente no que respeita a educação cívica
e política das comunidades.
Relação Açores
/ Comunidades / Açores
A chave da divulgação, disseminação,
dinamização e da preservação da
língua portuguesa é a comunicação.
O grande desenvolvimento e a crescente modernização
dos meios de comunicação possibilitam, cada
vez mais, um maior contacto entre povos, pessoas, por mais
distantes que estes se encontrem entre si. Por isso sugerimos:
• A organização de conferências
entre jovens em cidades norte-americanas e canadianas;
• A colaboração dos jovens com a comunidade,
embaixadas e consulados, na prestação de informação
e formação;
• A criação de um grupo de jovens on-line,
das comunidades e dos Açores, para intercâmbio
de informação;
• A criação de intercâmbios profissionais;
• A criação da figura Embaixador Jovem
de Portugal, em cada Comunidade representativa, articulada
com Embaixadas e Consulados;
• Uma maior representação de jovens nos
órgãos de comunicação social das
comunidades;
• Um maior contacto entre as Comunidades, divulgando
os recursos existentes em cada uma.
Para finalizar, foi decidido, por unanimidade,
a realização do quarto encontro de jovens a
realizar em Junho de 2007, na cidade de Toronto.
Este grupo de jovens solicita à Direcção
Regional das Comunidades que dê conhecimento deste Memorando
a todas as associações açorianas das
Comunidades nos Estados Unidos e Canadá, ao Governo
Regional dos Açores, bem como ao Governo da República.
|