| Arménio Soares - Artesão | |
 |
ARTESÃO MARIENSE ESCULPE SEU LEGADO EM MADEIRA Este artesão é natural da Ilha de Santa Maria, onde viveu até à idade dos dezassete, quando, voluntariamente, ingressou nas Forças Armadas, tendo sido desmobilizado da vida militar aos vinte anos. No ano de 1975, emigra para o Canadá onde então vivia a sua namorada com quem se casou algum tempo depois. No ano de 1982, decide regressar aos Açores, mais propriamente à sua ilha natal, Santa Maria, levando consigo a esposa e seus dois filhos, na altura, com dois e quatro anos de idade. Trabalhou três anos no Hospital de Vila do Porto para, poucos anos depois, regressar ao Canada de visita a familiares de sua mulher que aqui residiam. O casal resolveu, novamente, radicar-se por estas paragens, na cidade de Cambridge, onde ainda se mantém. Há cinco anos atrás, sua esposa com apenas quarenta anos de idade, e que vinha sofrendo então de doença prolongada, acaba por falecer. Por várias razões, uma das quais pelo facto de não necessitar mais de grandes espaços, o Arménio vende a casa e muda-se para um pequeno apartamento naquela cidade de Cambridge. Sobre a sua dedicação ao artesanato, este artista de miniaturas referiu-nos sempre ter tido, desde pequeno, uma tendência para reproduzir em madeira os diversos tipos de alfaias agrícolas e carros de tracção animal como carroças puxadas por juntas de bois ou cavalos, decorados à maneira da sua Ilha, festas de cariz religioso e as matanças do porco, e que expõe com frequência nos muitos eventos culturais sempre que é solicitado. Além deste seu hobby, Arménio Soares, tem, ao longo dos anos, sido membro do Clube Português de Cambridge onde, nos últimos dois anos, faz parte da actual Direcção daquela colectividade. Na sua actividade profissional, trabalha, como técnico, numa fábrica de equipamento de campismo, tendo estado, anteriormente, e durante muitos anos, ao emprego de uma outra fábrica de instalação e montagem de equipamento em viaturas convertidas em ambulâncias, que encerrou as portas anos atrás. Confessou-nos não ser seu objectivo a venda das suas miniaturas, embora o faça pelos muitos pedidos que lhe chegam. Fá-lo porque gosta de o fazer. Sempre que vê algo novo ou interessante tem, forçosamente, de construir uma miniatura igualzinha, nas cores e no mais ínfimo pormenor. É algo que o apraz. Embora não acredite muito nessas histórias destes dons artísticos virem de antepassados, diz-nos o Arménio que talvez haja ligação entre a sua habilidade e familiares artesãos, como por exemplo, do lado de sua mãe fabricarem violas e outros artigos de folclore, e seu pai pintor que era muito habilidoso na reparação de bric-a-brac (artigos variados). É pois o mesmo que este artesão faz, que tudo repara, sendo da opinião que tudo tem solução de ser recuperado quando danificado. Por estes anos também, quando tem tempo livre, dedica-se ao rádio-amadorismo, talvez coisa que lhe ficou dos tempos em que foi militar e pertencia ao ramo de transmissões. Nestas noites do 17° Ciclo de Cultura Açoriana, este artesão apresentou uma mesa cheia de interessantes trabalhos de artesanato que atraiu a atenção de muitos visitantes daquele evento cultural.
Para mais informações é favor contactar: Arménio Soares |
