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O trajo tradicional de um povo é simplesmente
um entre os numerosos indicadores socio-culturais e históricos
deste e reflectem os vários parâmetros que contribuem
para a coesão de uma unidade social.
Qualquer região portuguesa conta com trajos de ordem cerimoniosa
e uma variedade de uso quotidiano, indicando estes os valores
culturais, religiosos, morais, de riqueza, as actividades económicas
da zona, e a repartição de tarefas entre o homem
e a mulher. No geral, as características dos trajos portugueses
indíciam a lavoura e pesca como as principais actividades
do território.
Vejamos. A actividade piscatória das regiões costeiras
encontram eco no pé descalço dos seus trajos cotidianos.
O contacto constante com as praias e a água do mar assim
o exigia. As regiões do interior complementam os seus fatos
regionais com a tamanca ou soco de madeira, duradoira solução
para o relevo frequentemente acidentado e rochoso do interior.
O amanho das terras nos sulcos de vales íngremes, as temperatures
extremas da invernia e época estival exigem uma boa e eficaz
protecção física e térmica do pé.
As exigências das tarefas tradicionalmente atribuídas
à mulher, quer nas praias quer no interior, tais como o
transporte de víveres à cabeça, traduziu-se
na inclusão em muita indumentária tradicional portuguesa
do rodilho ou turbante como protecção das pesadas
cargas a que as mulheres estavam sujeitas ao carregar os cestos,
bilhas e cântaros que alimentavam os lares e a economia
portuguesa.
Os coletes, camisa de estopa e linho e bragas tão frequentes
no trajo cotidiano masculino, por sua vez, reflectem a praticalidade
exigida pelo árduo labor da agricultura e pesca.
As cores solenes como o preto e castanho escuro e as vivas como
o vermelho, verde, azul, e tecidos como a estopa, linho e algodão
ofereciam protecção térmica nos trabalhos
efectuados sob um sol abrasador e o frio cutilante das geadas
invernais.
Sendo a terra e o ouro a moeda corrente de riqueza, o povo investia
nestes as suas economias. O estatuto social seria mais ou menos
elevado conforme a quantidade de ouro que uma mulher ostentava.
A joalharia tradicional portuguesa, adorno complementar aos seus
trajos, incorpora as influências das civilizações
romana, mourisca, celtibera que cimentaram ao longo dos tempos,
as culturas das gentes desta região, tendo chegado ao seu
apogeu nos trabalhos de filigrana portuguesa. Num mundo de constante
fluctuações políticas e económicas,
a posse do ouro era tida, a par com a terra, como o único
investimento seguro passível de ser transmitido de geração
em geração.
Os solenes fatos pretos domingueiros e de casamento, muitas vezes
arcadados para servirem de mortalha na última grande viagem,
fazem jus aos rígidos e sóbrios padrões religiosos
e morais do catolicismo prevalente por séculos no povo
português. A igreja, o casamento, e a morte eram considerados
os marcos mais relevantes da vida social colectiva e individual
destas gentes.
Embora ostentando semelhanças de norte a sul, os trajos
tradicionais portugueses oferecem uma signficativa diversidade,
sendo possível identificar a unicidade de cada uma das
regiões que compôem o território nacional.
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