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Reza a história que, certa volta, um
frade romeiro abordara uma casa de lavoura abastada, rogando aos
seus donos que lhe permitisse confeccionar a sua humilde e singela
sopa, para a qual portava uma simples pedra! A esmola de água
a ninguém custava dispensar. E assim o fradinho consegui
introduzir-se na casa do lavrador e logrou um caldeirão
ao lume no qual colocou a sua pedrinha. Como o engenho é
sempre irmã da necessidade, o frade lá foi insinuando
que a sua sopinha talvez ficasse um tanto melhor se os seus anfitriões
lhe dispensassem um pouco de isto, um pouco daquilo, até
que, por fim, a sopa ficara repleta de cheirosos e saborosos ingredientes,
tornando a singela sopa de pedra num opíparo manjar bem
condimentado e nutriente. E assim, o frade consegiu ir mais além
do que o simples saciar da sua fome, acabando por dar às
sua papilas gustativas um autêntico festim de sabores!
E afinal, o que diferencia a gastronomia do mero
alimento?
Nada mais, nada menos do que o elemento que o
fradinho tão habilmente empregou nesta história
de uma das mais famosas sopas da gastronomia portuguesa:
A CRIATIVIDADE!
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