Não importa sol ou
sombra
Camarotes ou barreiras
Toureamos ombro a ombro
As feras
Ninguém nos leva ao engano
Toureamos mano a mano
Só nos podem causar dano
Esperas
Entram guizos, chocas e capotes
E mantilhas pretas
Entram espadas, chifres e derrotas
E alguns poetas
Entram bravos, cravos e dixotes
Porque tudo o mais são tretas
Entram vacas depois dos forcados
Que não pegam nada
Soam bravos e olés dos nabos
Que não pagam nada
E só ficam os peões de brega
Cuja profissão não pega
Com bandarilhas de esperança
Afugentamos a fera
Estamos na praça da primavera
Nós vamos pegar o mundo
Pelos cornos da desgraça
E fazemos da tristeza
Graça
Entram velhas doidas e turistas
Entram excursões
Entram benefícios e cronistas
Entram aldrabões
Entram marialvas e coristas
Entram galifões de crista
Entram cavaleiros à garupa
Do seu heroísmo
Entra aquela musica maluca
Do passodoblismo
Entra a aficcionadae a caduca
Mais o snobismo
E cismo
Entram empresários moralistas
Entram frustrações
Entram antiquários e fadistas
E contradições
E entra muito dólar, muita gente
Que dá lucro
Aos milhões
E diz o inteligente
Que acabaram as canções
(Canta: Fernando Tordo)
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