OS SENHORES DA GUERRA

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Os senhores da guerra
São os reis da competência
Matam dez mil homens
Sem problemas de consciência

Se não fosse a economia
De mercado concorrente
Decerto os senhores da guerra
Não matavam tanta gente

A guerra é um bom negócio
Que não se pode perder
As armas só dão lucro
Se houver a quem as vender
Todos nós, tarde ou cedo
Temos de morrer

Os senhores da guerra
Fazem contas cuidadosas
Deixam dois por cento
Para obras caridosas

Calcula-se o rendimento
Em função do investido
O lucro é de 3000 dólares
Por cada corpo abataido

Biafra ou Palestina
Bangla Desh ou Polinésia
O Chile ou a Argentina
A Coreia ou a Indónesia
Fornecem carne p’ra canhão
Em primeira mão

Os senhores da guerra
São pessoas respeitáveis
Vão passar férias
Em montanhas saudáveis

Mergulham as carnes tenras
Em piscinas de água quente enquanto os seus mercenários
Matam muita muita gente

E cada nova guerra
Que conseguem fabricar
será mais um mercado
P’ra morrer e p’ra pagar
Até que o dia chegará
Em que a bomba rebentará
Nas suas mãos
E a guerra terminará

(Música de Pedro Osório e canta Grupo Outubro)