“Falam a língua portuguesa: Portugal
continental e Regiões Autónomas dos Açores
e da madeira 11 076 930 pessoas. Países de expressão
portuguesa 214 103 00, diáspora portuguesa mais ou menos
4 500 000 pessoas. Total geral 229 679 930. (Instituto Nacional
de Estatística e “Collins Canadian Discovery World
Atlas” – 2004).
1 – Língua e Cultura Portuguesa:
1.1 – Importância da Língua portuguesa no mundo
“O Português é cada vez mais
um importante instrumento de trabalho no Mundo Global em que vivemos,
para facilitar a comunicação, para promover as relações
económicas, bem como na cena política mundial. É
utilizado em muitas Organizações e Fóruns
Internacionais. A Língua Portuguesa é relevante
no Canadá que tem importantes relações com
Portugal, com o Brasil, bem como com os países Africanos
de língua portuguesa, sem esquecer Timor-Leste, cuja causa
de independência o Canadá apoiou.
O interesse pela língua portuguesa nota-se pelo número
crescente de canadianos de todas as origens, que estão
a aprender português”.
Embaixador João Pedro da Silveira Carvalho
– Ottawa – Canadá
Revista “Origens” – 9ª edição
– Junho de 2005.
Nota: Muitas estatísticas apontam a língua
portuguesa como ocupando o 6º lugar nas línguas mais
faladas no mundo. Tomam por base 200 milhões de falantes.
As estatísticas de 2004 apontam como sendo 229 679 930
pessoas que falam Português no mundo. Com esse número
de falantes, temos direito ao 5º lugar.
1.2 – O ensino do Português na Universidade
de Toronto: Há muitos anos que o Português é
leccionado na Universidade de Toronto. O estudo da língua
e cultura portuguesa tem-se intensificado desde 1947.
1.3 – Associação portuguesa
da Universidade de Toronto: Dado o interesse crescente. Dos alunos
que aprendem português naquela prestigiosa Instituição
de Ensino, foi formada a Associação Portuguesa da
Universidade de Toronto, em 1984.
Muitas centenas de estudantes universitários têm
percorrido, nos últimos 21 anos, as escolas aonde se lecciona
o português, a exortar alunos e alunas a frequentarem as
universidades.
A mostrar o entusiasmo e total dedicação dos elementos
da UPTA – “University of Toronto Portuguese Association”,
deixo falar o seu presidente (2004/2005) – Miguel Mendes.
“...sinto-me tão feliz e honrado
por ter feito parte desta magnífica Associação.
Desde o seu início, em 1984, a “UTPA” tem reunido
milhares de jovens luso-canadianos numa das mais prestigiosas
Instituições Académicas do Canadá,
celebrando os seus êxitos académicos e a sua cultura
portuguesa.
Os objectivos continuam a ser a promoção da educação
pós-secundária e preservação da nossa
cultura.
Este ano, a “UTPA”aumentou o seu esforço no
Programa “De mãos dadas” (incluindo a fundação
do “Adopt – a – Student Day”) e tem organizado
eventos culturais, a celebrar a lusofonia”.
Revista “Origens”( Junho de 2005)
1.3 – Presença portuguesa no Canadá:
No dia 8 de Maio de 1953, embarcaram em Lisboa,
com destino ao Canadá, 18 Açorianos e 67 Continentais.
Vieram no barco italiano – Satúrnia. Chegaram a Halifax
– “Nova Scotia” a 13 de Maio de 1953.
Contudo em 1870, havia já 829 portugueses no Canadá.
Os portugueses que chegaram a 13 de Maio de 1953 constituíram
o primeiro contingente oficial. Diz-nos Duarte Nuno Lopes, no
seu livro: “Peregrinação” – Uma
história das Comunidades Portuguesas do Quebeque”
“Entre 1952 e 1957, apenas 8 115 Portugueses, vindos, maioritariamente
dos Açores estabeleceram-se no Canadá.
Na sua maioria eram homens casados, pais de filhos, que decidira,
emigrar por razões económicas e outras. Esperavam
ganhar o suficiente para pagar a “dívida da passagem”e
logo depois chamar a mulher e os filhos por “carta de chamada”.
Podemos dizer que esses homens (e as mulheres que começaram
a chegar em 1954) são os pioneiros da imigração
portuguesa no Canadá.
Lançaram-se à vida, trabalhando nas linhas-de-ferro
e na agricultura sem conhecimento, a maior parte deles, de uma
palavra de inglês ou francês.
Muitos eram despedidos no Inverno, por falta de trabalho devido
ao frio e a neve. Mas tinham que pagar a dívida da passagem,
tinham que mandar o sustento para a mulher e os filhos, tinham
que pagar a renda do quarto e tinham que comer”, quando
sobrava dinheiro”.
Foi esse o drama dos que, no início vieram
para o Canadá. Andavam errantes pelo território
canadiano. Alguns começaram a encaminhar-se para Toronto.
A solidão continuou, a saudade da família e da Terra-mãe,
mortificava-os.
2 – A Acção do “First
Portuguese”
É aí que ganha importância
a fundação do “First Portuguese” –
a 23 de Setembro de 1956.
“Lugar de encontro, aonde podiam juntar-se
e ajudarem mutuamente. Sítio português aonde se poderia
mitigar a saudade da Mãe-pátria, aonde se poderia
entoar a canção mais portuguesa – o Fado,
aonde se poderia marcar o ritmo alegre e saudoso do nosso folclore.”
Maria Alice Ribeiro
2.1 – Evolução do ensino
português:
A 10 de Outubro de 1964, nasceu a Escola de Português
do “First”, com 21 crianças de ambos os sexos,
sendo a primeira professora, a saudosa D. Branca Gomes, professora
oficial com larga experiência de ensino em Portugal.
Nessa altura, além do ensino da língua e cultura
portuguesa, a Escola do “First” serviu de elo de ligação
entre pais e filhos, avós e netos, professores canadianos
e alunos portugueses.
Em Setembro de 1968, a Direcção Escolar de Toronto,
oferece gratuitamente, salas de aula na “Ryerson Public
School”
A 19 de Outubro de 1968, o Governo Português, decreta a
escola do “First”oficial para todos os efeitos –
artigo único do Decreto-lei nº 48 639.
A Escola do “First Portuguese” foi a primeira em Toronto
e no Ontário a realizar os Exames Oficiais de 4ª Classe
(hoje 1º Ciclo do Ensino Básico), e a leccionar o
Curso Complementar do Ensino Primário (5ª e 6ª
classes) – Julho e Setembro de 1970, respectivamente.
A Escola do “First Portuguese”foi a semente.
Semente que lançada em terreno fértil pela saudosa
Branca Gomes, deu árvore frondosa. Seus ramos saudáveis
espalharam-se por toda a cidade de Toronto. Seus rebentos alastraram-se
por toda a província do Ontário.
2.2 – Outras Escolas:
“Centro de Cultura e Educação
Luso-canadiano”, “Escola Lusitânia de Toronto”,
“Escola Portuguesa de York”, “Escola Rei D.
Dinis”, “Escola S. Miguel”, “Escola A
Magia da Palavra”, “Escola A Caminho do Saber”.
Fora de Toronto, apareceram Escolas de Português em Hamilton,
Brampton, Mississauga, Bradford, Kitchner, Windsor... e grupos
de Ensino Particular Doméstico.
- A Escola do Transmontano – “Trasmontano
Portuguese Language School” a cargo do Professor Damião
Costa – abriu em Setembro de 1980.
- Nota: A explosão de “Escolas de Português”na
área de Toronto Metropolitano, foi enorme na década
de 80. Depois abrandou.
Em reunião pedagógica (19 de Novembro
de 2005), a Dra. Graça Assis Pacheco, Coordenadora do Ensino
do Português no Canadá – afirmou que “estão
a aparecer Escolas de Português no Canadá, aonde
existem poucos Portugueses”.
O isolamento é gritante. Para combater essa solidão
estão a formar-se Escolas de Português nessas áreas.
Os alunos, ao irem à Escola Portuguesa, criam novas amizades
e aprendem a língua e a cultura portuguesas. Os pais arranjam
amigos portugueses e iniciam manifestações culturais
portuguesas”.
2.3 – Evolução do Ensino
Na Escola do “First Portuguese”o
2º Curso do Ensino Básico iniciou-se a 10 de Setembro
de 1973. O 3º ciclo começou a 14 de Setembro de 1976.
O ensino Secundário (10º e 11º Anos) apareceu
a 8 de Setembro de 1986.
O Grau XII, como preparação para os Exames –
CAPLE – iniciou-se no ano lectivo de 2004/2005.
A Escola do “First” foi a primeira
a iniciar todos os Cursos da Língua e Cultura Portuguesas
permitidos no Estrangeiro. Padrão elevado a 10 de Outubro
de 1964, continua altaneiro após 41 anos a atestar a presença
de Portugal no Canadá.
2.3 – Ensino do Português nas escolas
canadianas:
O ensino do português nas Escolas Secundárias
Canadianas iniciou-se por volta de 1973. Foi o maior impulsionador
desse ensino, Lourenço Rodrigues Gonçalves.
As primeiras aulas foram dadas à noite na “Harbord
Collegiate Institute”. A primeira professora foi Laura Araújo.
Cedo começou o Ensino Português, integrado, nas Escolas
Secundárias Canadianas. Há que mencionar dois professores
pioneiros desse tipo de ensino: - Laura Bulger e Luís Carlos
Moniz.
Em 1993/1994, havia aulas de português durante o dia nas
seguintes escolas:
“Harbord Collegiate Institute”
“Bloor Collegiate Institute”
“Central Commerce Collegiate Institute”
“Central Technical School”
Nessa altura havia 379 alunos, em “Cursos
para créditos distribuídos por 17 classes.
A frequentar “Cursos não crédito”
– 75 adultos, profissionais estudavam português na
“Brockton”, “Central Technical School”
e “Bloor Collegiate”. Todas essas Escolas pertenciam
à Direcção Escolar de Toronto.
A Direcção Escolar Católica
oferecia aulas de Português na St. Mary School.
2.4 – Ensino a Nível Universitário:
O Português a nível Universitário é
leccionado prioritariamente nas Universidades de Toronto e de
York. No ano lectivo de 1993/1994 – eram professores, na
Universidade de Toronto, a Doutora Manuela Marujo, Jill R. Webster
e Joe Blackmore. Leccionavam em conjunto 233 alunos.
2.5 – Cursos de “Línguas de
Origens” em Outubro de 1977, apareceu um programa delineado
e financiado pelo governo do Ontário:
“Programa de Línguas de Origem”
No “Toronto Board of Education”, foi a primeira Coordenadora
a Professora Rosalina Rodrigues. Esse curso constava de duas horas
e meia de leccionação por semana.
Havia duas opções: ou durante dois dias úteis
da 2ª a 6ª feiras ou as duas horas e meia ao sábado.
A Direcção Escolar Católica começou
a integrar esses Cursos nas suas escolas desde o início
de 1977. Os professores tinham várias classes por dia –
cerca de 300 alunos divididos por grupos de 25 crianças,
leccionando meia hora cada classe.
Usava também o sistema de duas horas e meia – duas
vezes por semana da 2ª à 6ª feira, ou as duas
horas e meia ao sábado.
NA direcção Escolar de Toronto, o ensino integrado
só começou em Outubro de 1980, na Escola “Alexandre
Muir”. Mais tarde, alargou-se a outras escolas. O curso
de “Línguas de Origem”mudou para “Programa
de Línguas Internacionais”. É leccionado,
nas Escolas Canadianas desde o Ensino Infantil até ao Grau
oito.
Nota: Considerando que esse programa, patrocinado
pelo Governo do Ontário, já existe em quase toda
a Província – há vinte e oito anos –
haverá muitas centenas de milhares de alunos/alunas que
já aprenderam a Língua e Cultura Portuguesas nas
Escolas Canadianas. Acresce ainda, o elevado número de
alunos/alunas que cursam o português nos vários graus
de ensino no Sistema Canadiano.
Na Universidade de Toronto frequentaram aulas de português
no ano lectivo de 2004/2005 – 170 alunos – 100 com
a professora Doutora Manuela Marujo e 70 com o professor Pedro
Caeiro.
Segundo o jornal comunitário “The Portuguese Post”numa
das suas edições de Outubro de 2005, estudam na
Universidade de York – dois mil alunos portugueses. A frequência
dos Cursos de Português aumentou 67% em relação
ao ano lectivo de 2004/2005.
É preciso não esquecer que há alunos portugueses
em todos os “Campus” das Universidade de Toronto –
Toronto, Scarborough e Mississauga.
Há alunos portugueses em todas as Universidades do Ontário
e em todos os “Colleges”de Toronto Metropolitano e
outras áreas da Província do Ontário.
Há alunos que completam em Portugal cursos de difícil
entrada no Canadá.
E quando era impossível entras nos “Teachers’
Colleges”no Ontário, alguns alunos iam para a Austrália
frequentar esse Curso.
Outros professores diplomados pela Universidade de Toronto –
mas sem colocação aqui – têm ido leccionar
a Língua Inglesa para Hong-Kong.
Hoje, as Cerimónias de 10 de Junho, semana de Camões,
de Portugal e das Comunidades Portuguesas no Ontário são
observadas em muitas Escolas Canadianas, nas Câmaras Municipais,
no “Queen’s Park”...
E o Ministro da Cidadania e da Terceira Idade – Carl de
Faria – fez aprovar uma Lei determinando que todos os anos,
o mês de Junho seja dedicado a Portugal.
Conclusão:
Estudar português para quê?
Diz-nos a “DeVry University” em nota
do seu Departamento de Línguas, Literatura e Linguística:
“A Língua Portuguesa”é um dos raros
idiomas que é a língua-mãe em Estados e Territórios
de Quatro Continentes.
É Língua Oficial de oito países. É
Língua de trabalho de doze organizações Internacionais
e é falada diariamente por mais de 200 milhões de
pessoas.
Os residentes na “Diáspora portuguesa”contribuem
de maneira significativa para a expansão da língua
de Camões nos Estados Unidos da América, no Canadá,
na França, na Venezuela, na África do Sul, na Alemanha,
na Suíça, no Luxemburgo...
A língua e cultura portuguesa foram espalhadas
por navegadores, soldados, mercadores e missionários que
desde o século XV chegaram às quatro partidas do
mundo, desde Ceuta até o Japão.
Tenho dito!”
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