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Avizinha-se a etapa final da introdução do euro no
sistema monetário português. A partir de Janeiro, 2002,
o Euro entrará em pleno vigor, estando previsto a retirada
de circulação do escudo para os finais de Fevereiro.
Deste modo, consolidar-se-á a presença de Portugal
no anfiteatro Comunitário Europeu.
A nova moeda poderá até facilitar as deslocações
a outros países membros e as transacções
comerciais também como uniformizar os padrões socio-económicos
da Europa, incrementando o seu impacto nos competitivos mercados
financeiros mundiais. Contudo, e apesar das suas multíplas
vantagens, o euro veio substituir o nosso, muito nosso Escudo.
Reconhecemos que não podemos nem devemos reter a marcha
do Progresso, mas a saída do escudo deixa-nos com um leve
sabor a nostalgia, pois acompanhou os meandros da vida de quase
todo o português que viveu o último século.
Ao longo dos anos, o escudo tem sido o respositório da
esperança e identidade nacionais, símbolo tangível
e quantificador do labor e esforço das suas gentes. Quantas
poupanças vindas do além mar dos seus emigrados
retornavam ao velho Escudo, revestidas desse sentimento tão
português, a saudade. Muito embora muitos de nós
tenhamos ouvido falar das patacas e réis que outrora tilintavam
nos bolsos dos nossos avós, é o escudo que nos aflora
a memória.
Ao conversar com os nossos conterrâneos por estas paragens,
defrontamos muito frequentemente com o desconhecimento mais absoluto
sobre "
essa coisa do euro", que, por vezes, nos
parece traduzir uma certa reluctância colectiva de aceitar
a mudança. Talvez lá no íntimo receamos que
o desaparecimento do escudo signifique o despojamento de algo
muito nosso.
Apesar da realização de inúmeras iniciativas
de esclarecimento sobre o euro na forma de brochuras, boletins
e literatura informativa vária, seminários e conferências
promovidas pela banca e estado português, o resultado real
é aquele que se vê.
Mas o Tempo será o melhor conselheiro e professor. E o
Nosso Povo adaptar-se-á a mais esta inovação
do Progresso!
JF/AP
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