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ENTREVISTA COM O JOVEM DE ONZE ANOS,
MESTRE-DE-DANÇAS CARNAVALESCAS
Ronaldo Homem
Lembramo-nos deste jovem, hoje com onze anos
de idade quando, anos atrás, incorporado nas diversas danças
de Carnaval que se exibiam na época do Entrudo, pelos diversos
Clubes e Associações de Toronto, então apenas
com 4 anos, dançando e cantando nos palcos e que recebia
ovações, algumas de pé, do povo que lotava
aqueles lugares. Encontramo-lo, desta vez, na Ilha Terceira fazendo
parte de uma dança de pandeiro da Casa dos Açores
do Ontário que ali se deslocou para participar das Festas
de Carnaval, durante a recepção às danças
da diáspora na freguesia de Casa da Ribeira, no Concelho
de Praia da Vitória.
Soubemos então que era um dos “puxadores”
daquela dança de pandeiro, isto é, uma das figuras
principais daquele grupo e assim resolvemos, de imediato, abordá-lo
e fazer-lhe algumas então algumas perguntas que o Ronaldo
se disponibilizou de imediato e sempre com um simpático
sorriso.
Assim o “nosso” Ronaldo, o jovem
por quem todos os amantes destas danças carnavalescas,
aqui radicados na grande metrópole de Toronto, nutrem um
extremoso carinho e simpatia, respondeu às perguntas que
lhe fizemos no salão da Freguesia da Casa da Ribeira onde
se realizava o jantar convívio oferecido pelo seu Presidente.
“Vim com a Dança “Mar Azul”,
agregada à Casa dos Açores do Ontário, com
um tema muito engraçado intitulado “Festa da Praia
2005”que contem uma história cómica sobre
uma pessoa que, naquele ano, achou um saco na rua e daí
uma confusão tremenda e um susto que nós aproveitamos
para troçar e dançar.
Sobre a pergunta que me faz o porquê do meu envolvimento
desde muito cedo nestas danças dado que a maioria das crianças
o não fazem ou se recusam em participar ou juntarem-se,
é muito simples –é que o meu pai me levava
para os ensaios e me ensinava estes “truques” das
danças e cantares. Não tinha opção.
Mas hoje estou muito contente e agradecido dele, o meu pai, o
ter feito porque gosto imenso destas festas e confesso que não
consigo estar longe delas. Tenho que me envolver e participar
nelas. Cresci neste ambiente e é nele que me sinto bem.
Sobre se me sinto à vontade quando actuo no palco? Acredite
que me sinto nervoso no início na frente de tanta gente
com os olhos em mim e o meu receio é de falhar ou enganar-me.
No entanto, após alguns minutos após o começo,
todo esse nervoso desaparece e até me esqueço que
estou no palco. Faço, ou tento fazer o melhor que posso,
e creio que todos gostam e batem palmas o que é bom sinal
para todos os que actuam nos palcos.
Sabe que fico muito contente e orgulhoso de ser mestre de dança
coisa que faço desde os sete anos de idade, se a memória
não me engana, pois todos me respeitam e seguem as directrizes
previamente planeadas para as actuações. Sei que
sou o mais novo dos grupos que tenho participado mas nunca tive
zangas. Todos me tratam com se fosse um adulto com muita experiência
nesta arte de dançar e cantar.
Para o próximo ano estarei noutra dança. Não
quero parar para que o Carnaval continue a ser festejado bem à
nossa maneira, que é a dos nossos pais e avós. Gostei
muito deste povo da Terceira, terra dos meus pais. Estou imensamente
contente da maneira como fomos recebidos, como se fossemos uma
grande família, e com todo o carinho, como todos vemos
neste salão, o que me deixa muito emocionado e agradecido.”
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