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Assembleia aprova Orçamento
de 1.558 milhões de euros para 2006
A Assembleia Legislativa da Madeira aprovou, quinta-feira, na
generalidade e com os votos favoráveis do PSD, contra do
PCP e BE e abstenção do PS e CDS/PP, o Orçamento
e Plano do Governo Regional para 2006, orçado em 1.558
milhões de euros, mais 3,9% que o orçamento de 2005.
Apesar do debate morno ao longo de três dias de discussão,
maioria e oposição parlamentar esgrimiram argumentos
para defender e criticar a proposta do Executivo, numa inédita
sessão em que, com a alteração do Regimento
da Assembleia, deputados e secretários regionais mal tiveram
tempo para falar, contrariamente a anos anteriores em que o debate
se prolongava madrugada dentro.
No final, Bernardo Martins, líder da bancada socialista,
desafiou o PSD a aplicar na Madeira o “complemento solidário
aos idosos” (que foi rejeitado) e disse que “cada
lar madeirense transporta a cruz do endividamento cada vez mais
gravoso e desmesurado que este governo impõe às
gerações futuras”.
Do lado do CDS/PP, José Manuel Rodrigues considerou “inquestionável
que o caminho percorrido tem os seus méritos, designadamente
na melhoria da qualidade de vida das populações”,
mas criticou a governação do PSD por esta não
conseguir criar condições para uma economia dinâmica
e competitiva capaz de criar mais emprego e mais riqueza para
ser distribuída de forma socialmente justa”.
O CDS diz que “A Região está financeiramente
hipotecada, economicamente estagnada e socialmente desequilibrada”.
Já o PCP, pela voz de Leonel Nunes, acusou o PSD de “chumbar
todas as propostas apresentadas” e disse discordar das orientações
e opções do Plano e Orçamento apresentados.
Violante Matos, do BE, considerou este o “orçamento
do endividamento e da total ausência de saneamento financeiro”.
Num discurso de quase 60 minutos (PCP e BE tiveram 6, CDS 7 e
PS 24 minutos), o líder da bancada social-democrata garantiu
que o reforço da atenção aos sectores sociais
por parte do Governo “será rigorosamente seguida”,
pois, conforme salientou, trata-se de um objectivo do programa
de 2005-2008 “e que aos poucos ficará mais em evidência
e destaque na acção da governação
regional”.
Sobre política regional, Jaime Ramos disse que “a
esquerda tem a mania que quando se fala nos problemas sociais
ou nas carências dos sectores sociais da nossa sociedade,
está a falar de uma espécie de património
reservado à esquerda”.
“Só com medidas concretas e com obras como faz o
PSD (...) é que se consegue ajudar os que mais precisam”,
exclamou Jaime Ramos, acrescentando que o povo português
já percebeu que “caiu num logro e que depositou confiança
excessiva num partido e em pessoas que não estavam preparadas
para assumir os destinos do país”.
A maior fatia do Orçamento Regional
cabe à área social com 993 milhões de euros
De 1,55 mil milhões de euros do Orçamento da Região
para 2006, 64% dos recursos disponíveis (993 milhões
de euros) destinam-se à área social, o que equivale
a um aumento de 7%, comparativamente ao ano 2005. Essa informação
foi transmitida pelo secretário regional do Plano e Finanças,
na apresentação do Orçamento Regional para
2006, discutido esta semana no Parlamento madeirense.
De acordo com Ventura Garcês, «64% dos recursos disponíveis
para 2006, ou seja, 993 milhões de euros, são afectos
às áreas sociais, o que equivale a um aumento de
7% comparativamente a 2005».
Perante esses montantes, o secretário regional do Plano
e Finanças classificou este programa como um “orçamento
social”, ainda mais quando, no que se refere ao plano de
investimentos, «370 milhões de euros também
são para o social».
Contudo, os valores não convenceram a oposição,
que questionou a eficiência deste orçamento na diminuição
dos problemas sociais. O comunista Edgar Silva quis saber «quantas
habitações é que este Orçamento e
Plano vai concretizar como casas para habitação
social». Ventura Garcês não conseguiu quantificar
o número de fogos, mas disse que para a habitação
social estão destinados 12 milhões e meio de euros
e que a Investimentos Habitacionais da Madeira (IHM) tem prevista
a contracção de um empréstimo na ordem dos
20 milhões de euros, para construir habitações.
Admitindo que «há ainda algumas carências no
âmbito social», Ventura Garcês também
considerou que este orçamento demonstra a preocupação
do Governo Regional nesta área. «Em termos de despesa
vamos ter um acréscimo na ordem dos 17% nas funções
sociais, como também a nível de investimento há
um acréscimo nestas áreas na ordem dos 45%»,
Por outro lado, o governante referiu que as políticas do
governo têm sustentado a taxa de inflação
mais baixa dos últimos cinco anos, fazendo ainda notar
que o PIB é 21% superior à média nacional.
Da bancada do PS, Bernardo Martins apresentou algumas contradições,
sobretudo por a Madeira se tratar de uma «região
rica que possui uma elevada taxa de PIB, mas também uma
terra onde a pobreza é cada vez mais visível».
Do PP, Cabral Fernandes disse que, apesar de o PIB ter aumentado,
o mesmo já não aconteceu com o poder de compra.
À excepção da Educação, Finanças
e Saúde, este orçamento é de contenção
da despesa pública, como sublinhou, noutro prisma, Ventura
Garcês.
Também neste ponto, a oposição foi crítica.
Óscar Teixeira, do PS, apontou um «orçamento
gordo» e José Manuel Rodrigues, do PP, questionou
em que medida este orçamento é de contenção,
«quando as despesas com pessoal crescem 5,5%, a aquisição
de bens e serviços 11,22% e os subsídios crescem
75%».
Já da bancada do Bloco de Esquerda, a principal preocupação
apontada foi ao nível da despesa, no tocante à verba
destinada à Via Litoral. Violante Matos quis saber qual
a projecção final de custos relativa à sua
exploração e se as SCUT iriam continuar a existir.
A confirmação da manutenção das SCUT
foi dada pelo secretário com a pasta das Finanças.
Já foram entregues à Região 325 milhões
de euros da Via Litoral.
Do PSD, a análise e defesa do Orçamento apresentado
pelo Governo Regional foi feita por Sílvio Santos, que
salientou que «há muito empresários e madeirenses
satisfeitos com a evolução económica da Região».
Opinião contrária foi apresentada pelo líder
parlamentar do PP. José Manuel Rodrigues contestou o «quadro
de oásis» apresentado pelo social-democrata.. «Deve
ser o único empresário satisfeito», referiu
José Manuel Rodrigues, contrariando a afirmação,
apontando a «elevada carga fiscal de IRS e de IRC»,
sem contar com os impostos municipais.
Do PS, veio ainda a crítica de que, apesar de o Governo
Regional entender que a economia está a evoluir, «o
desemprego continua a aumentar e já vai quase nos 4,5%».
O PCP manifestou também que a aposta no crescimento económico,
«é apostar numa ilusão» que, mais cedo
ou mais tarde, irá ter consequências lesivas para
a população.
Governo de Sócrates incorre em
“crime
de desobediência qualificada”
No discurso de encerramento da discussão e aprovação
do Plano e Orçamento do Governo Regional para 2006, Alberto
João Jardim teceu fortes críticas ao Governo da
República, acusando o primeiro-ministro José Sócrates
de confundir “o Estado com o PS” e de incorrer “no
crime de desobediência qualificada” ao não
respeitar os compromissos que o Estado assumiu para com a Madeira.
De papel na mão, Jardim enumerou cada um dos assuntos pendentes
entre Lisboa e a Madeira, revelando que apenas um mereceu aprovação:
o centro de arbitragem de conflitos de consumo na RAM.
“Ficaram cansados só de ouvir uma indicação
tão lata das coisas que o Governo da República não
resolve com a Madeira, agora ponham-se no meu lugar e no dos meus
colegas de governo, o cansaço que não é andar
em Lisboa a negociar com cada um deles”, disse o líder
madeirense ao fim de 20 minutos a lembrar as propostas que se
encontram em discussão com Lisboa.
Perante os deputados, Alberto João Jardim defendeu ainda
a transferência de mais poderes para a Assembleia Legislativa
da Madeira, por forma a reduzir o leque “enormíssimo
das competências reservadas à Assembleia da República”.
Sobre a Zona Franca da Madeira, que tem sido alvo de críticas
por parte de vários sectores de Lisboa, as operações
financeiras representam 2% do PIB regional, o que levou Jardim
a considerar “miserável”, mostrando um documento
que impõe o imposto especial por conta na Zona a “empresas
que não vão pagar impostos” uma vez que a
cobrança é depois devolvida às empresas.
Jardim revelou que os dois primeiros proponentes são Jacinto
Serrão, líder do PS-M, e Maximiano Martins, deputado
à AR. “São os próprios cá da
terra a arranjar problemas à nossa terra”, criticou.
Considerando que o Orçamento para 2006 decorre num “clima
de risco”, o Chefe do Governo enalteceu, no entanto, o aumento
de 17,3% das despesas sociais, face ao ano anterior, sobretudo
na Saúde e na Educação. Sem o passivo e sem
encargos financeiros, o documento prevê uma redução
da despesa de 5,7%, o que, para Jardim, demonstra o esforço
na redução dos custos da máquina administrativa.
No quadro de uma taxa de inflação de 2,6%, o PIDDAR
apresenta um conjunto de iniciativas e valores em 13,5% menos
que o ano passado, esperando-se que tal redução
venha a ser compensada por investimentos efectuados por empresas
públicas e participadas.
Segundo o próprio líder regional, as despesas com
pessoal aumentam 4%, face ao orçamento anterior, sendo
os Assuntos Sociais e a Educação os sectores que
mais pesam. As transferências para os municípios
são da ordem dos 50 milhões de euros.
Vice-presidente preocupado com redução
de 70%
nos fundos comunitários
O vice-presidente do Governo Regional manifestou na Assembleia
Legislativa, por ocasião da discussão do Plano e
Orçamento para 2006, a sua preocupação sobre
a proposta da próxima presidência inglesa da União
Europeia, no âmbito do próximo quadro comunitário
de apoio para 2007-2013, que prevê uma redução
de 70% para a Região nos apoios comunitários, agora
que passou a região Objectivo 2, e cujos apoios passam
a ser menores e a abranger outras áreas, como a competitividade
e o emprego.
João Cunha e Silva diz que não é fácil
governar “uma região pequena, distante, com poucos
recursos e poucas receitas” como é a Madeira, pelo
que entende ser necessário recorrer a outras formas de
investimento, nomeadamente o privado e o estrangeiro, destacando
o facto de esta proposta de Orçamento conter a maior verba
de sempre para o apoio à iniciativa privada, cerca de 32
milhões de euros.
O número dois do Governo esclareceu ainda a oposição
de que o aumento da energia eléctrica na Madeira será
de 1% no sector doméstico e lembrou a dívida do
Estado à Região em 42,5 milhões de euros,
ao abrigo do acordo da convergência tarifária.
Orçamento “reserva”
195 milhões para o Social
O Orçamento da Região para 2006 afecta uma verba
da ordem dos 195 milhões de euros para as questões
sociais, o que levou Conceição Estudante, secretária
regional dos Assuntos Sociais, a responder às críticas
dos deputados da oposição que “a boa gestão
e a boa política são feitas da criatividade e da
possibilidade daquilo que temos ao nosso alcance e não
de estarmos sempre a lamentar que temos pouco”.
A qualidade na prestação dos serviços de
saúde figura entre as principais linhas de orientação
da governante que tutela a Saúde e a Segurança Social,
assim como o problema do combate à toxicodependência
e a formalização da Rede Regional de Cuidados Integrados.
Conceição Estudante revelou também que já
na próxima semana será aberto o concurso público
internacional para a elaboração do projecto de construção
do novo hospital da Madeira. Depois de concluídos os trabalhos
de preparação, o concurso deverá ser aprovado
no próximo Conselho de Governo, dia 20, procedendo-se de
seguida à sua abertura.
Novo Plano Regional de Emprego em 2006
Em 2006 vai entrar em vigor o novo Plano Regional de Emprego,
que evitará qualquer acréscimo nas taxas de desemprego,
que actualmente é muito menor na Madeira do que a nível
nacional ou europeu. Uma garantia deixada pelo secretário
regional dos Recursos Humanos, que referiu ser um dos objectivos
atingir uma taxa de emprego global de 70% até 2010.
Brazão de Castro quer manter o clima de diálogo
entre os diversos intervenientes, no que diz respeito ao sector
do Trabalho, com uma preocupação pela justiça
social.
A contratação colectiva será outro das preocupações
da actual política laboral, estando prevista a entrada
em funcionamento em 2006 do Serviço de Conciliação
e Arbitragem Voluntária para a resolução
de conflitos individuais.
Região lamenta postura do Governo
da República
O Secretário Regional do Plano e Finanças, Ventura
Garcês, criticou o Governo Central por este não ouvir
a Região na elaboração dos planos a nível
nacional, sobretudo na questão da Estratégia de
Lisboa, aprovada em Outubro e enviada para Bruxelas, no Plano
Tecnológico, já aprovado, e na Estratégia
Nacional de Desenvolvimento Sustentável 2005-2015.
O Governo Regional, pela voz do titular das Finanças, lamentou
esta postura do Governo da República “em não
ouvir as regiões autónomas”, lembrando que
no tempo dos anteriores primeiros-ministros António Guterres
e Durão Barroso a atitude era diferente.
Já o secretário Regional do Equipamento Social e
Transportes anunciou, no Parlamento Regional, a criação
da empresa pública Estradas da Madeira, que irá
substituir a Direcção Regional de Estradas.
Quanto ao porto do Caniçal, que esteve no centro das atenções
das perguntas colocadas pela oposição, Santos Costa
fez questão de esclarecer que aquela infra-estrutura “está
a responder bem”, sublinhando que o Governo Regional “assume
o porto do Caniçal como uma infra-estrutura importante
para a Região”.
Câmara de Santana cria roteiro das
Casas de Colmo
A Câmara Municipal de Santana pretende criar um roteiro
das Casas de Colmo, projecto que inclui também a execução
de mapas com a localização exacta das mais de cem
existentes.
Carlos Pereira, presidente da autarquia, revelou ainda que está
em preparação a realização de um grande
evento de carácter cultural, que deverá acontecer
em meados do ano 2009. O objectivo é ajudar a divulgar
aquele que é o maior cartaz turístico do concelho
e, ao mesmo tempo, “chamar a atenção para
o facto de haver bem mais casas de colmo do que parece”,
já que ultrapassam a centena.
O autarca de Santana disse ainda ao Jornal da Madeira que os apoios
à conservação das casas de colmo são
uma realidade, salientando que, no final da semana passada, cinco
proprietários receberam da Câmara Municipal verbas
para conservar as suas casas de colmo.
Símbolos da República e
da Região distribuídos
na escola do Curral das Freiras
O ministro da República e os secretários regionais
dos Recursos Humanos e da Educação foram à
Escola Básica do Curral das Freiras entregar os símbolos
da República e da Região Autónoma da Madeira.
Para Monteiro Diniz, ministro da República, tratou-se de
um acto «muito singelo», que procurou «simbolizar
a unidade que existe entre a RAM e o continente, entre os madeirenses
e os continentais e entre aqueles que ao longo de séculos
aqui viveram e desbravaram esta terra admiravelmente enquadrada,
mas também inóspita e difícil, e os outros
que acompanharam todo o desenvolvimento social e económico
da Madeira».
«Uma bandeira, um hino e um sistema são símbolos
que devem ser entendidos, compreendidos e vivenciados por todos
nós, porque nós somos filhos da humanidade»,
enalteceu ainda, dirigindo-se às crianças.
Monteiro Diniz disse ainda que. Portugal, assim como a Região,
têm vindo a ter uma afirmação cada vez mais
marcante, não só a nível nacional, mas também
no plano europeu e internacional. A seu ver, é na escola
que «são lançadas as sementes do desenvolvimento
cultural e educacional das futuras gerações. Vejo
nestas crianças as gerações que sustentarão
e desenvolverão a Região e o Portugal de amanhã.
É nelas que repousa a nossa esperança futura, de
que possam mais tarde criar condições sociais, educacionais,
económicas e culturais à Região e ao país»,
manifestou.
Já o secretário regional dos Recursos Humanos, Brazão
de castro, explicou aos alunos o significado dos símbolos
que lhes foram entregues, acrescentando que os mesmos serão
distribuídos por todas as escolas e associações
juvenis da Região. Brazão de Castro disse ainda
às crianças que «devemos ter orgulho da nossa
história, pois assim melhor compreendemos o nosso presente
e construiremos o nosso futuro».
Da parte de Francisco Fernandes, secretário regional de
Educação, foi explicado a razão de se proceder
à entrega do material numa escola situada numa zona isolada:
«queremos mostrar que as crianças e os jovens da
nossa Região, onde quer que se encontrem, têm o mesmo
tipo de oportunidades educativas».
URBCOM entre Carmo e Mercado avança
em 2006
O projecto para a revitalização do comércio
na zona compreendida entre o Carmo e o Mercado dos Lavradores
foi apresentado em 1999. No entanto, o URBCOM tem sido alvo de
vários adiamentos. Recentemente, o Jornal da Madeira dava
conta de que o URBCOM para as zonas compreendidas entre a Praça
do Carmo e o Mercado dos Lavradores vai avançar.
Emanuel Machado, responsável pelo sector do Comércio
e vice-presidente da Associação de Comércio
e Indústria do Funchal, revelou que ao longo do mês
de Janeiro vão começar a ser contactados os empresários
e a serem recolhidos os projectos especiais de cada um. O objectivo
é avançar com as obras logo após a recolha
e análise dos projectos.
«Irá desenvolver-se durante 2006 a revitalização
de todo o comércio naquela área, com investimentos,
quer do ponto de vista público — nomeadamente, da
Câmara Municipal do Funchal — quer associativo —
por parte da própria ACIF — quer ainda dos empresários
que têm os seus estabelecimentos naquela área, passando
pela Rua Dr. Fernão de Ornelas», garantiu Emanuel
Machado.
Este responsável salientou ainda que programa de urbanismo
comercial está na sua fase final de conclusão. Como
fez questão de esclarecer, só não ficou pronto
mais cedo devido a questões burocráticas. «É
preciso perceber que nos últimos cinco anos o país
teve quatro Governos da República e que todos os primeiros-ministros
que por lá passaram alteraram substancialmente a forma
como estes projectos de urbanismo comercial funcionavam. No caso
deste, deu entrada em 1999 e só agora, no final de 2005,
é que está disponível para ir para o terreno»
e muito graças à intervenção do Governo
Regional, como fez questão de salientar.
«Houve um grande esforço das entidades regionais
no sentido de acelerar o processo. O Instituto de Desenvolvimento
Empresarial e a própria Vice-Presidência do Governo
Regional interessaram-se muito para que este projecto de urbanismo
comercial avançasse o mais rápido possível.
Houve uma luta constante no sentido de levar à prática
um projecto que é só o melhor projecto de urbanismo
comercial apresentado a nível nacional. Esperamos nós
que estejam criadas todas as condições para que,
em 2006, se concretize finalmente», referiu.
De salientar ainda que o estudo global referente à candidatura
do núcleo do Carmo, apresentado em parceria pela Associação
Comercial e Industrial do Funchal esteve disponível para
consulta pública de 30 de Setembro a 15 de Novembro de
2005. Tem como objectivo a revitalização da zona
do Carmo, com vista a aumentar a sua atractividade. A área
de intervenção, compreendida entre a Rua 31 de Janeiro,
Rua Visconde de Anadia, Rua do Bom Jesus, Rua São João
de Deus e Praça da Autonomia, inclui algumas das artérias
mais importantes da baixa do Funchal, num total de 15 arruamentos
e 233 estabelecimentos comerciais elegíveis, no âmbito
do URBCOM.
Natal dos Hospitais da Madeira celebrado entre risos e
lágrimas
O “Natal dos Hospitais” foi assistido, ao vivo, por
várias pessoas, principalmente doentes. As gravações
do programa que será transmitido a 22 e 24 de Dezembro,
pela RTP/Madeira e RTP Internacional, decorreram no Centro de
Feiras e Congressos no Madeira Tecnopolo e contou com a intervenção
de mais de 200 artistas, do Gabinete Coordenador de Educação
artística, grupos musicais diversos e ainda com a presença
do cantor Roberto Leal, que levou algumas pessoas da plateia às
lágrimas.
Foi uma tarde recheada bons momentos levados ao palco pelas mais
de duas centenas de artistas que participaram neste espectáculo.
Ajudar a minimizar o sofrimento de quem terá, em muitos
casos, de passar o Natal a braços com várias doenças,
foi o principal objectivo das secretarias regionais de Educação
e dos Assuntos Sociais, através de várias direcções
regionais, mas particularmente pelo Gabinete Coordenador de Educação
Artística (GCEA), entidade a quem recaiu a principal responsabilidade
de alegrar os presentes.
As gravações do Natal dos Hospitais duraram cerca
de três horas, tempo em que os doentes conseguiram esquecer
a doença, mas mesmo assim, o seu espectro passava pelas
suas memórias e olhares.
“Foi uma tarde de rostos felizes, pelos momentos de diversão,
mas de olhares tristes, pelo facto de todos eles terem certeza
de que com o fim da festa viria de novo o sofrimento e a amargura
de estar doente”, como se lê no Jornal da Madeira,
num texto assinado pela jornalista Cristina Costa e Silva.
“No final da gravação, o cabeça-de-cartaz,
Roberto Leal, encantou as centenas de pessoas presentes com os
dois temas que escolheu cantar, fazendo com que a emoção
tomasse conta de todo o espaço, particularmente quando
falou de Deus e da mão que nos segura quando precisamos.
Muitos dos presentes não conseguiram disfarçar uma
lágrima e houve mesmo quem chorasse compulsivamente.
Por isso, cabe aqui recordar parte das palavras de Conceição
Estudante, secretária regional dos Assuntos Sociais, no
programa distribuído aos presentes: «Aquecei corações,
iluminai olhares, estendei mãos, amai de corpo inteiro»,
relatou a jornalista.
Hospital Central com três mil consultas
por ano para asmáticos
O Dia Mundial da Asma foi assinalado recentemente, uma ocasião
que a imprensa regional não deixou passar em branco. Apesar
de não estar a aumentar na Madeira, a asma é uma
doença que tem merecido atenção por parte
dos especialistas e entidades regionais.
De acordo com o especialista em Imuno-Alergologia Fernando Drumond
Borges, o Hospital Central do Funchal (HCF) realiza por ano cerca
de três mil consultas nesta especialidade, desde crianças
a idosos.
Mais de 50% dos casos que passam pela Unidade de Alergologia reportam-se,
no entanto, aos mais jovens, principalmente crianças, sendo
que a patologia vai diminuindo com a idade.
Apesar de se manter o número de casos na Região,
a incidência da patologia é ligeiramente superior
à registada no continente português. A causa mais
frequente continua a ser os ácaros do pó da casa,
que também estão na origem da rinite. A asma e a
rinite alérgica andam muito associadas. Entre 70 e 80 por
cento dos doentes que têm asma acusam rinite. O pólen
também é um dos causadores de asma, mas em menor
escala.
Contudo, as pessoas já estão mais sensibilizadas
para certos cuidados a de maneira a diminuir a incidência
de asma.
Os asmáticos, por exemplo, não devem ter casas com
alcatifas ou tapetes no quarto, nem cobertores com pêlo.
No caso das crianças, não devem ter peluches e o
quarto deve estar bastante arejado. Não devem fazer a cama
logo após se levantarem, o quarto deve ser aspirado e não
varrido, limpo com um pano húmido e, quando necessário,
ter forras anti-alérgicas para o colchão e para
as almofadas.
Quinze reclusos pediram indulto natalício
e terão
resposta a 23 ou 24 de Dezembro
A Madeira conta com 396 reclusos e, desse número, apenas
15 pediram indulto natalício ao Presidente da República.
Treze homens e 2 mulheres querem passar o Natal em casa, sendo
que o director do Estabelecimento Prisional da Cancela, disse
à RDP-Madeira que esta resposta costuma vir mais para a
frente, mais concretamente a 23 ou 24 de Dezembro.
Fernando Santos falou ainda na qualidade dos dois espaços
presidiais da Região, os quais, segundo garantiu, têm
condições, em termos nacionais, acima da média.
«Não há nenhum, no todo nacional, com as condições
que nós temos», assegurou.
A festa de Natal dos reclusos da Madeira decorreu ontem e contou
com momentos de dança e um desfile de moda. Sobre esta
iniciativa, Fernando Santos explicou que é uma forma «de
os reclusos esquecerem, momentaneamente, a situação
que vivem. O que leva sempre a um grande desejo de participar»,
sublinhou.
REPORTAGEM
A jornalista Carla Ribeiro, do Jornal da Madeira,
publica uma reportagem sobre as tradicionais lapinhas, da qual
transcrevemos para os nossos emigrantes:
“Madeirenses já preparam o tradicional
presépio que é motivo de muitas visitas
Quem quer ver a lapinha?
Algumas das searas foram semeadas no, dia de Nossa Senhora da
Conceição. Outras vão à terra a 16
de Dezembro. A dois dias da Festa, são colocadas quer nas
tradicionais lapinhas madeirenses quer nos presépios. Estes
são o pretexto para uma visita à casa deste ou daquele
para provar os licores e os bolos de mel.
Numa lapinha que se preze não faltam os vasos de trigo
e de milho. O primeiro demora mais a crescer, pelo que é
semeado no dia de Nossa Senhora da Conceição, ou
seja, a 8 de Dezembro.
Já o trigo é semeado a 16 de Dezembro, dia em que
começam as missas do parto. Deste modo, enquanto os presépios
mais modernos podem ficar completamente concluídos bem
no início de Dezembro, as lapinhas vão sendo feitas,
pouco a pouco, sendo que as últimas coisas a ser colocadas
são sempre as searas e a fruta (a um ou dois dias de 25
de Dezembro).
De qualquer forma, como é natural, em muitas casas da Região
já se prepara, com afinco, a tradicional lapinha madeirense.
As peças vão sendo colocadas aos poucos, formando
um todo que irá ser motivo de muitas visitas de familiares
e amigos.
No “terreiro” já está o alegra-campo
e, a um canto da sala, onde a cera já foi passada, deixando
o chão a “luzir”, encontra-se a caixinha com
os pastorinhos.
Entretanto, por entre uma pausa nas limpezas que são feitas
a “fundo”, a lapinha vai-se formando para alegria,
em particular, dos mais pequenos da casa.
No topo da lapinha, que, geralmente, é decorada com uma
colcha vermelha, fica a imagem do Menino Jesus. Os pastores, geralmente
feitos em barro, vão sendo colocados nos restantes degraus,
que, como manda a tradição, são em número
de três, evocando a Santíssima Trindade: Pai, Filho
e Espírito Santo. Há também quem opte por
fazer uma “escadinha” maior e, nesse caso, constrói
mais alguns degraus (mas sempre em número ímpar).
À roda da mesa são postas as cabrinhas, o ensaião,
as searinhas e, como não podia faltar, tangerinas, maçãs,
anonas, nozes, castanhas, que, durante os dias de festa, serão
tiradas pelas pessoas da casa.
Em frente ao Menino Jesus, que geralmente ostenta um vestido novo,
é hábito colocar-se uma lamparina de azeite a arder.
Lamparina essa que fica sempre acesa a iluminar o Redentor durante
o período natalício.
Depois de pronta, a lapinha passa a ser o pretexto para uma visita
de familiares e amigos. Quem já não disse: “Passa
lá em casa para veres a lapinha”?
Na verdade, com a intenção de mostrar ou ver a lapinha,
os convívios começam a realizar-se com mais assiduidade
assim que esta está concluída, sendo que os armários
onde são guardados os tradicionais licores da época
(muitos deles feitos em casa, como os de tangerina, de laranja
e o tintantum), bolos e broas de mel vão abrindo as suas
portas com muito mais frequência.
Um ritual que se repete até ao dia de Santo Amaro, 15 de
Janeiro, dia conhecido pela “varredura dos armários”.
É nesta altura que as visitas “dão cabo”
das últimas iguarias compradas para o Natal.
Refira-se que, na Madeira, há ainda outros tipos de lapinha,
como a “rochinha”, que, antigamente, era muito comum
na maioria das casas, em especial nas zonas rurais. Esta lapinha
é feita com socas de canavieira, artisticamente trabalhadas
e forradas com papel pintado de preto, ao qual se adicionam “sprays”
coloridos, tornando-a ainda mais bela. Nesta “rochinha”
é feita uma gruta onde se coloca o Nascimento. Num patamar
no alto, fica o Menino Jesus”.
DESPORTO
Jardim enalteceu história do Nacional
e desejou liderança ao clube na Super Liga
O Clube Desportivo Nacional festejou, recentemente o seu 95.º
aniversário, uma data que coincidiu com um momento ímpar
da longa história da colectividade, com a sua principal
equipa de futebol em destaque na Liga portuguesa. “O brilhante
segundo lugar que os "alvinegros" ocupam nesta altura
na classificação, não passou indiferente
na noite que reuniu vários adeptos e sócios para
o aniversário e até para celebrar o lugar conquistado
no campeonato.
Aliás, o segundo lugar na classificação foi
tónica comum dos discursos.
Alberto João Jardim considerou que esse resultado é
importante para a elevação da Região no panorama
futebolístico português enquanto que Rui Alves deixou
bem explícito que esta é apenas uma etapa para um
futuro que prevê recheado de muitos sucessos.
Alberto João Jardim não poupou elogios à
colectividade nacionalista e iniciou o seu discurso agradecendo,
«em nome da Região, o que o Nacional faz e representa
nesta terra». O presidente do Governo Regional relevou que
«o Nacional tem história
De coração maritimista, Jardim desejou no entanto
a liderança do campeonato pelo Nacional. “Mas só
daqui a duas jornadas”, disse a rir, uma vez que o próximo
embate seria entre as duas equipas madeirenses.
Já o presidente do Nacional, Rui Alves, mostrou-se convicto
de que o seu clube o Nacional «vai ser o melhor clube da
Madeira no século XXI». Rui Alves mostra-se agradado
com a onda de crescimento que o seu clube atravessa, exaltando
que «as crianças de agora são do Nacional.
Isto é importante na realidade deste século e vejo
isso quando vou às escolas». O líder "alvinegro"
confessa ainda sentir que no centenário do clube, a ser
comemorado em 2010, «algo mais irá se realizar e
que será muito importante para o crescimento do nosso clube».
Nacional, 2
Marítimo, 1
O alvinegro Bruno ditou a vitória do Nacional sobre o Marítimo.
Foi o autor de dois golos do Nacional contra um golo do Marítimo.
Os verde-rubros tiveram uma melhor prestação na
primeira parte. E o empate dominou a segunda parte. Contudo, já
nos minutos compensatórios, Bruno marca o seu segundo golo
da partida, ditando a vitória ao Nacional. Segundos depois,
o árbitro deu por terminado o jogo.
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