Notícias da Madeira


Assembleia aprova Orçamento
de 1.558 milhões de euros para 2006


A Assembleia Legislativa da Madeira aprovou, quinta-feira, na generalidade e com os votos favoráveis do PSD, contra do PCP e BE e abstenção do PS e CDS/PP, o Orçamento e Plano do Governo Regional para 2006, orçado em 1.558 milhões de euros, mais 3,9% que o orçamento de 2005.
Apesar do debate morno ao longo de três dias de discussão, maioria e oposição parlamentar esgrimiram argumentos para defender e criticar a proposta do Executivo, numa inédita sessão em que, com a alteração do Regimento da Assembleia, deputados e secretários regionais mal tiveram tempo para falar, contrariamente a anos anteriores em que o debate se prolongava madrugada dentro.
No final, Bernardo Martins, líder da bancada socialista, desafiou o PSD a aplicar na Madeira o “complemento solidário aos idosos” (que foi rejeitado) e disse que “cada lar madeirense transporta a cruz do endividamento cada vez mais gravoso e desmesurado que este governo impõe às gerações futuras”.
Do lado do CDS/PP, José Manuel Rodrigues considerou “inquestionável que o caminho percorrido tem os seus méritos, designadamente na melhoria da qualidade de vida das populações”, mas criticou a governação do PSD por esta não conseguir criar condições para uma economia dinâmica e competitiva capaz de criar mais emprego e mais riqueza para ser distribuída de forma socialmente justa”.


O CDS diz que “A Região está financeiramente hipotecada, economicamente estagnada e socialmente desequilibrada”.


Já o PCP, pela voz de Leonel Nunes, acusou o PSD de “chumbar todas as propostas apresentadas” e disse discordar das orientações e opções do Plano e Orçamento apresentados.
Violante Matos, do BE, considerou este o “orçamento do endividamento e da total ausência de saneamento financeiro”.
Num discurso de quase 60 minutos (PCP e BE tiveram 6, CDS 7 e PS 24 minutos), o líder da bancada social-democrata garantiu que o reforço da atenção aos sectores sociais por parte do Governo “será rigorosamente seguida”, pois, conforme salientou, trata-se de um objectivo do programa de 2005-2008 “e que aos poucos ficará mais em evidência e destaque na acção da governação regional”.
Sobre política regional, Jaime Ramos disse que “a esquerda tem a mania que quando se fala nos problemas sociais ou nas carências dos sectores sociais da nossa sociedade, está a falar de uma espécie de património reservado à esquerda”.
“Só com medidas concretas e com obras como faz o PSD (...) é que se consegue ajudar os que mais precisam”, exclamou Jaime Ramos, acrescentando que o povo português já percebeu que “caiu num logro e que depositou confiança excessiva num partido e em pessoas que não estavam preparadas para assumir os destinos do país”.

A maior fatia do Orçamento Regional
cabe à área social com 993 milhões de euros


De 1,55 mil milhões de euros do Orçamento da Região para 2006, 64% dos recursos disponíveis (993 milhões de euros) destinam-se à área social, o que equivale a um aumento de 7%, comparativamente ao ano 2005. Essa informação foi transmitida pelo secretário regional do Plano e Finanças, na apresentação do Orçamento Regional para 2006, discutido esta semana no Parlamento madeirense.
De acordo com Ventura Garcês, «64% dos recursos disponíveis para 2006, ou seja, 993 milhões de euros, são afectos às áreas sociais, o que equivale a um aumento de 7% comparativamente a 2005».
Perante esses montantes, o secretário regional do Plano e Finanças classificou este programa como um “orçamento social”, ainda mais quando, no que se refere ao plano de investimentos, «370 milhões de euros também são para o social».
Contudo, os valores não convenceram a oposição, que questionou a eficiência deste orçamento na diminuição dos problemas sociais. O comunista Edgar Silva quis saber «quantas habitações é que este Orçamento e Plano vai concretizar como casas para habitação social». Ventura Garcês não conseguiu quantificar o número de fogos, mas disse que para a habitação social estão destinados 12 milhões e meio de euros e que a Investimentos Habitacionais da Madeira (IHM) tem prevista a contracção de um empréstimo na ordem dos 20 milhões de euros, para construir habitações.
Admitindo que «há ainda algumas carências no âmbito social», Ventura Garcês também considerou que este orçamento demonstra a preocupação do Governo Regional nesta área. «Em termos de despesa vamos ter um acréscimo na ordem dos 17% nas funções sociais, como também a nível de investimento há um acréscimo nestas áreas na ordem dos 45%»,
Por outro lado, o governante referiu que as políticas do governo têm sustentado a taxa de inflação mais baixa dos últimos cinco anos, fazendo ainda notar que o PIB é 21% superior à média nacional.
Da bancada do PS, Bernardo Martins apresentou algumas contradições, sobretudo por a Madeira se tratar de uma «região rica que possui uma elevada taxa de PIB, mas também uma terra onde a pobreza é cada vez mais visível». Do PP, Cabral Fernandes disse que, apesar de o PIB ter aumentado, o mesmo já não aconteceu com o poder de compra.
À excepção da Educação, Finanças e Saúde, este orçamento é de contenção da despesa pública, como sublinhou, noutro prisma, Ventura Garcês.
Também neste ponto, a oposição foi crítica. Óscar Teixeira, do PS, apontou um «orçamento gordo» e José Manuel Rodrigues, do PP, questionou em que medida este orçamento é de contenção, «quando as despesas com pessoal crescem 5,5%, a aquisição de bens e serviços 11,22% e os subsídios crescem 75%».
Já da bancada do Bloco de Esquerda, a principal preocupação apontada foi ao nível da despesa, no tocante à verba destinada à Via Litoral. Violante Matos quis saber qual a projecção final de custos relativa à sua exploração e se as SCUT iriam continuar a existir. A confirmação da manutenção das SCUT foi dada pelo secretário com a pasta das Finanças. Já foram entregues à Região 325 milhões de euros da Via Litoral.
Do PSD, a análise e defesa do Orçamento apresentado pelo Governo Regional foi feita por Sílvio Santos, que salientou que «há muito empresários e madeirenses satisfeitos com a evolução económica da Região».
Opinião contrária foi apresentada pelo líder parlamentar do PP. José Manuel Rodrigues contestou o «quadro de oásis» apresentado pelo social-democrata.. «Deve ser o único empresário satisfeito», referiu José Manuel Rodrigues, contrariando a afirmação, apontando a «elevada carga fiscal de IRS e de IRC», sem contar com os impostos municipais.
Do PS, veio ainda a crítica de que, apesar de o Governo Regional entender que a economia está a evoluir, «o desemprego continua a aumentar e já vai quase nos 4,5%».
O PCP manifestou também que a aposta no crescimento económico, «é apostar numa ilusão» que, mais cedo ou mais tarde, irá ter consequências lesivas para a população.

Governo de Sócrates incorre em “crime
de desobediência qualificada”


No discurso de encerramento da discussão e aprovação do Plano e Orçamento do Governo Regional para 2006, Alberto João Jardim teceu fortes críticas ao Governo da República, acusando o primeiro-ministro José Sócrates de confundir “o Estado com o PS” e de incorrer “no crime de desobediência qualificada” ao não respeitar os compromissos que o Estado assumiu para com a Madeira.
De papel na mão, Jardim enumerou cada um dos assuntos pendentes entre Lisboa e a Madeira, revelando que apenas um mereceu aprovação: o centro de arbitragem de conflitos de consumo na RAM.
“Ficaram cansados só de ouvir uma indicação tão lata das coisas que o Governo da República não resolve com a Madeira, agora ponham-se no meu lugar e no dos meus colegas de governo, o cansaço que não é andar em Lisboa a negociar com cada um deles”, disse o líder madeirense ao fim de 20 minutos a lembrar as propostas que se encontram em discussão com Lisboa.
Perante os deputados, Alberto João Jardim defendeu ainda a transferência de mais poderes para a Assembleia Legislativa da Madeira, por forma a reduzir o leque “enormíssimo das competências reservadas à Assembleia da República”.
Sobre a Zona Franca da Madeira, que tem sido alvo de críticas por parte de vários sectores de Lisboa, as operações financeiras representam 2% do PIB regional, o que levou Jardim a considerar “miserável”, mostrando um documento que impõe o imposto especial por conta na Zona a “empresas que não vão pagar impostos” uma vez que a cobrança é depois devolvida às empresas. Jardim revelou que os dois primeiros proponentes são Jacinto Serrão, líder do PS-M, e Maximiano Martins, deputado à AR. “São os próprios cá da terra a arranjar problemas à nossa terra”, criticou.
Considerando que o Orçamento para 2006 decorre num “clima de risco”, o Chefe do Governo enalteceu, no entanto, o aumento de 17,3% das despesas sociais, face ao ano anterior, sobretudo na Saúde e na Educação. Sem o passivo e sem encargos financeiros, o documento prevê uma redução da despesa de 5,7%, o que, para Jardim, demonstra o esforço na redução dos custos da máquina administrativa.
No quadro de uma taxa de inflação de 2,6%, o PIDDAR apresenta um conjunto de iniciativas e valores em 13,5% menos que o ano passado, esperando-se que tal redução venha a ser compensada por investimentos efectuados por empresas públicas e participadas.
Segundo o próprio líder regional, as despesas com pessoal aumentam 4%, face ao orçamento anterior, sendo os Assuntos Sociais e a Educação os sectores que mais pesam. As transferências para os municípios são da ordem dos 50 milhões de euros.

Vice-presidente preocupado com redução de 70%
nos fundos comunitários


O vice-presidente do Governo Regional manifestou na Assembleia Legislativa, por ocasião da discussão do Plano e Orçamento para 2006, a sua preocupação sobre a proposta da próxima presidência inglesa da União Europeia, no âmbito do próximo quadro comunitário de apoio para 2007-2013, que prevê uma redução de 70% para a Região nos apoios comunitários, agora que passou a região Objectivo 2, e cujos apoios passam a ser menores e a abranger outras áreas, como a competitividade e o emprego.
João Cunha e Silva diz que não é fácil governar “uma região pequena, distante, com poucos recursos e poucas receitas” como é a Madeira, pelo que entende ser necessário recorrer a outras formas de investimento, nomeadamente o privado e o estrangeiro, destacando o facto de esta proposta de Orçamento conter a maior verba de sempre para o apoio à iniciativa privada, cerca de 32 milhões de euros.
O número dois do Governo esclareceu ainda a oposição de que o aumento da energia eléctrica na Madeira será de 1% no sector doméstico e lembrou a dívida do Estado à Região em 42,5 milhões de euros, ao abrigo do acordo da convergência tarifária.

Orçamento “reserva” 195 milhões para o Social


O Orçamento da Região para 2006 afecta uma verba da ordem dos 195 milhões de euros para as questões sociais, o que levou Conceição Estudante, secretária regional dos Assuntos Sociais, a responder às críticas dos deputados da oposição que “a boa gestão e a boa política são feitas da criatividade e da possibilidade daquilo que temos ao nosso alcance e não de estarmos sempre a lamentar que temos pouco”.
A qualidade na prestação dos serviços de saúde figura entre as principais linhas de orientação da governante que tutela a Saúde e a Segurança Social, assim como o problema do combate à toxicodependência e a formalização da Rede Regional de Cuidados Integrados.
Conceição Estudante revelou também que já na próxima semana será aberto o concurso público internacional para a elaboração do projecto de construção do novo hospital da Madeira. Depois de concluídos os trabalhos de preparação, o concurso deverá ser aprovado no próximo Conselho de Governo, dia 20, procedendo-se de seguida à sua abertura.

Novo Plano Regional de Emprego em 2006


Em 2006 vai entrar em vigor o novo Plano Regional de Emprego, que evitará qualquer acréscimo nas taxas de desemprego, que actualmente é muito menor na Madeira do que a nível nacional ou europeu. Uma garantia deixada pelo secretário regional dos Recursos Humanos, que referiu ser um dos objectivos atingir uma taxa de emprego global de 70% até 2010.
Brazão de Castro quer manter o clima de diálogo entre os diversos intervenientes, no que diz respeito ao sector do Trabalho, com uma preocupação pela justiça social.
A contratação colectiva será outro das preocupações da actual política laboral, estando prevista a entrada em funcionamento em 2006 do Serviço de Conciliação e Arbitragem Voluntária para a resolução de conflitos individuais.

Região lamenta postura do Governo da República


O Secretário Regional do Plano e Finanças, Ventura Garcês, criticou o Governo Central por este não ouvir a Região na elaboração dos planos a nível nacional, sobretudo na questão da Estratégia de Lisboa, aprovada em Outubro e enviada para Bruxelas, no Plano Tecnológico, já aprovado, e na Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável 2005-2015.
O Governo Regional, pela voz do titular das Finanças, lamentou esta postura do Governo da República “em não ouvir as regiões autónomas”, lembrando que no tempo dos anteriores primeiros-ministros António Guterres e Durão Barroso a atitude era diferente.
Já o secretário Regional do Equipamento Social e Transportes anunciou, no Parlamento Regional, a criação da empresa pública Estradas da Madeira, que irá substituir a Direcção Regional de Estradas.
Quanto ao porto do Caniçal, que esteve no centro das atenções das perguntas colocadas pela oposição, Santos Costa fez questão de esclarecer que aquela infra-estrutura “está a responder bem”, sublinhando que o Governo Regional “assume o porto do Caniçal como uma infra-estrutura importante para a Região”.

Câmara de Santana cria roteiro das Casas de Colmo


A Câmara Municipal de Santana pretende criar um roteiro das Casas de Colmo, projecto que inclui também a execução de mapas com a localização exacta das mais de cem existentes.
Carlos Pereira, presidente da autarquia, revelou ainda que está em preparação a realização de um grande evento de carácter cultural, que deverá acontecer em meados do ano 2009. O objectivo é ajudar a divulgar aquele que é o maior cartaz turístico do concelho e, ao mesmo tempo, “chamar a atenção para o facto de haver bem mais casas de colmo do que parece”, já que ultrapassam a centena.
O autarca de Santana disse ainda ao Jornal da Madeira que os apoios à conservação das casas de colmo são uma realidade, salientando que, no final da semana passada, cinco proprietários receberam da Câmara Municipal verbas para conservar as suas casas de colmo.

Símbolos da República e da Região distribuídos
na escola do Curral das Freiras


O ministro da República e os secretários regionais dos Recursos Humanos e da Educação foram à Escola Básica do Curral das Freiras entregar os símbolos da República e da Região Autónoma da Madeira.
Para Monteiro Diniz, ministro da República, tratou-se de um acto «muito singelo», que procurou «simbolizar a unidade que existe entre a RAM e o continente, entre os madeirenses e os continentais e entre aqueles que ao longo de séculos aqui viveram e desbravaram esta terra admiravelmente enquadrada, mas também inóspita e difícil, e os outros que acompanharam todo o desenvolvimento social e económico da Madeira».
«Uma bandeira, um hino e um sistema são símbolos que devem ser entendidos, compreendidos e vivenciados por todos nós, porque nós somos filhos da humanidade», enalteceu ainda, dirigindo-se às crianças.
Monteiro Diniz disse ainda que. Portugal, assim como a Região, têm vindo a ter uma afirmação cada vez mais marcante, não só a nível nacional, mas também no plano europeu e internacional. A seu ver, é na escola que «são lançadas as sementes do desenvolvimento cultural e educacional das futuras gerações. Vejo nestas crianças as gerações que sustentarão e desenvolverão a Região e o Portugal de amanhã. É nelas que repousa a nossa esperança futura, de que possam mais tarde criar condições sociais, educacionais, económicas e culturais à Região e ao país», manifestou.
Já o secretário regional dos Recursos Humanos, Brazão de castro, explicou aos alunos o significado dos símbolos que lhes foram entregues, acrescentando que os mesmos serão distribuídos por todas as escolas e associações juvenis da Região. Brazão de Castro disse ainda às crianças que «devemos ter orgulho da nossa história, pois assim melhor compreendemos o nosso presente e construiremos o nosso futuro».
Da parte de Francisco Fernandes, secretário regional de Educação, foi explicado a razão de se proceder à entrega do material numa escola situada numa zona isolada: «queremos mostrar que as crianças e os jovens da nossa Região, onde quer que se encontrem, têm o mesmo tipo de oportunidades educativas».

URBCOM entre Carmo e Mercado avança em 2006


O projecto para a revitalização do comércio na zona compreendida entre o Carmo e o Mercado dos Lavradores foi apresentado em 1999. No entanto, o URBCOM tem sido alvo de vários adiamentos. Recentemente, o Jornal da Madeira dava conta de que o URBCOM para as zonas compreendidas entre a Praça do Carmo e o Mercado dos Lavradores vai avançar.
Emanuel Machado, responsável pelo sector do Comércio e vice-presidente da Associação de Comércio e Indústria do Funchal, revelou que ao longo do mês de Janeiro vão começar a ser contactados os empresários e a serem recolhidos os projectos especiais de cada um. O objectivo é avançar com as obras logo após a recolha e análise dos projectos.
«Irá desenvolver-se durante 2006 a revitalização de todo o comércio naquela área, com investimentos, quer do ponto de vista público — nomeadamente, da Câmara Municipal do Funchal — quer associativo — por parte da própria ACIF — quer ainda dos empresários que têm os seus estabelecimentos naquela área, passando pela Rua Dr. Fernão de Ornelas», garantiu Emanuel Machado.
Este responsável salientou ainda que programa de urbanismo comercial está na sua fase final de conclusão. Como fez questão de esclarecer, só não ficou pronto mais cedo devido a questões burocráticas. «É preciso perceber que nos últimos cinco anos o país teve quatro Governos da República e que todos os primeiros-ministros que por lá passaram alteraram substancialmente a forma como estes projectos de urbanismo comercial funcionavam. No caso deste, deu entrada em 1999 e só agora, no final de 2005, é que está disponível para ir para o terreno» e muito graças à intervenção do Governo Regional, como fez questão de salientar.
«Houve um grande esforço das entidades regionais no sentido de acelerar o processo. O Instituto de Desenvolvimento Empresarial e a própria Vice-Presidência do Governo Regional interessaram-se muito para que este projecto de urbanismo comercial avançasse o mais rápido possível. Houve uma luta constante no sentido de levar à prática um projecto que é só o melhor projecto de urbanismo comercial apresentado a nível nacional. Esperamos nós que estejam criadas todas as condições para que, em 2006, se concretize finalmente», referiu.
De salientar ainda que o estudo global referente à candidatura do núcleo do Carmo, apresentado em parceria pela Associação Comercial e Industrial do Funchal esteve disponível para consulta pública de 30 de Setembro a 15 de Novembro de 2005. Tem como objectivo a revitalização da zona do Carmo, com vista a aumentar a sua atractividade. A área de intervenção, compreendida entre a Rua 31 de Janeiro, Rua Visconde de Anadia, Rua do Bom Jesus, Rua São João de Deus e Praça da Autonomia, inclui algumas das artérias mais importantes da baixa do Funchal, num total de 15 arruamentos e 233 estabelecimentos comerciais elegíveis, no âmbito do URBCOM.


Natal dos Hospitais da Madeira celebrado entre risos e lágrimas


O “Natal dos Hospitais” foi assistido, ao vivo, por várias pessoas, principalmente doentes. As gravações do programa que será transmitido a 22 e 24 de Dezembro, pela RTP/Madeira e RTP Internacional, decorreram no Centro de Feiras e Congressos no Madeira Tecnopolo e contou com a intervenção de mais de 200 artistas, do Gabinete Coordenador de Educação artística, grupos musicais diversos e ainda com a presença do cantor Roberto Leal, que levou algumas pessoas da plateia às lágrimas.
Foi uma tarde recheada bons momentos levados ao palco pelas mais de duas centenas de artistas que participaram neste espectáculo.
Ajudar a minimizar o sofrimento de quem terá, em muitos casos, de passar o Natal a braços com várias doenças, foi o principal objectivo das secretarias regionais de Educação e dos Assuntos Sociais, através de várias direcções regionais, mas particularmente pelo Gabinete Coordenador de Educação Artística (GCEA), entidade a quem recaiu a principal responsabilidade de alegrar os presentes.
As gravações do Natal dos Hospitais duraram cerca de três horas, tempo em que os doentes conseguiram esquecer a doença, mas mesmo assim, o seu espectro passava pelas suas memórias e olhares.
“Foi uma tarde de rostos felizes, pelos momentos de diversão, mas de olhares tristes, pelo facto de todos eles terem certeza de que com o fim da festa viria de novo o sofrimento e a amargura de estar doente”, como se lê no Jornal da Madeira, num texto assinado pela jornalista Cristina Costa e Silva.
“No final da gravação, o cabeça-de-cartaz, Roberto Leal, encantou as centenas de pessoas presentes com os dois temas que escolheu cantar, fazendo com que a emoção tomasse conta de todo o espaço, particularmente quando falou de Deus e da mão que nos segura quando precisamos. Muitos dos presentes não conseguiram disfarçar uma lágrima e houve mesmo quem chorasse compulsivamente.
Por isso, cabe aqui recordar parte das palavras de Conceição Estudante, secretária regional dos Assuntos Sociais, no programa distribuído aos presentes: «Aquecei corações, iluminai olhares, estendei mãos, amai de corpo inteiro», relatou a jornalista.

Hospital Central com três mil consultas por ano para asmáticos


O Dia Mundial da Asma foi assinalado recentemente, uma ocasião que a imprensa regional não deixou passar em branco. Apesar de não estar a aumentar na Madeira, a asma é uma doença que tem merecido atenção por parte dos especialistas e entidades regionais.
De acordo com o especialista em Imuno-Alergologia Fernando Drumond Borges, o Hospital Central do Funchal (HCF) realiza por ano cerca de três mil consultas nesta especialidade, desde crianças a idosos.
Mais de 50% dos casos que passam pela Unidade de Alergologia reportam-se, no entanto, aos mais jovens, principalmente crianças, sendo que a patologia vai diminuindo com a idade.
Apesar de se manter o número de casos na Região, a incidência da patologia é ligeiramente superior à registada no continente português. A causa mais frequente continua a ser os ácaros do pó da casa, que também estão na origem da rinite. A asma e a rinite alérgica andam muito associadas. Entre 70 e 80 por cento dos doentes que têm asma acusam rinite. O pólen também é um dos causadores de asma, mas em menor escala.
Contudo, as pessoas já estão mais sensibilizadas para certos cuidados a de maneira a diminuir a incidência de asma.
Os asmáticos, por exemplo, não devem ter casas com alcatifas ou tapetes no quarto, nem cobertores com pêlo. No caso das crianças, não devem ter peluches e o quarto deve estar bastante arejado. Não devem fazer a cama logo após se levantarem, o quarto deve ser aspirado e não varrido, limpo com um pano húmido e, quando necessário, ter forras anti-alérgicas para o colchão e para as almofadas.

Quinze reclusos pediram indulto natalício e terão
resposta a 23 ou 24 de Dezembro


A Madeira conta com 396 reclusos e, desse número, apenas 15 pediram indulto natalício ao Presidente da República. Treze homens e 2 mulheres querem passar o Natal em casa, sendo que o director do Estabelecimento Prisional da Cancela, disse à RDP-Madeira que esta resposta costuma vir mais para a frente, mais concretamente a 23 ou 24 de Dezembro.
Fernando Santos falou ainda na qualidade dos dois espaços presidiais da Região, os quais, segundo garantiu, têm condições, em termos nacionais, acima da média.
«Não há nenhum, no todo nacional, com as condições que nós temos», assegurou.
A festa de Natal dos reclusos da Madeira decorreu ontem e contou com momentos de dança e um desfile de moda. Sobre esta iniciativa, Fernando Santos explicou que é uma forma «de os reclusos esquecerem, momentaneamente, a situação que vivem. O que leva sempre a um grande desejo de participar», sublinhou.

REPORTAGEM

A jornalista Carla Ribeiro, do Jornal da Madeira, publica uma reportagem sobre as tradicionais lapinhas, da qual transcrevemos para os nossos emigrantes:

“Madeirenses já preparam o tradicional presépio que é motivo de muitas visitas

Quem quer ver a lapinha?
Algumas das searas foram semeadas no, dia de Nossa Senhora da Conceição. Outras vão à terra a 16 de Dezembro. A dois dias da Festa, são colocadas quer nas tradicionais lapinhas madeirenses quer nos presépios. Estes são o pretexto para uma visita à casa deste ou daquele para provar os licores e os bolos de mel.
Numa lapinha que se preze não faltam os vasos de trigo e de milho. O primeiro demora mais a crescer, pelo que é semeado no dia de Nossa Senhora da Conceição, ou seja, a 8 de Dezembro.
Já o trigo é semeado a 16 de Dezembro, dia em que começam as missas do parto. Deste modo, enquanto os presépios mais modernos podem ficar completamente concluídos bem no início de Dezembro, as lapinhas vão sendo feitas, pouco a pouco, sendo que as últimas coisas a ser colocadas são sempre as searas e a fruta (a um ou dois dias de 25 de Dezembro).
De qualquer forma, como é natural, em muitas casas da Região já se prepara, com afinco, a tradicional lapinha madeirense. As peças vão sendo colocadas aos poucos, formando um todo que irá ser motivo de muitas visitas de familiares e amigos.
No “terreiro” já está o alegra-campo e, a um canto da sala, onde a cera já foi passada, deixando o chão a “luzir”, encontra-se a caixinha com os pastorinhos.
Entretanto, por entre uma pausa nas limpezas que são feitas a “fundo”, a lapinha vai-se formando para alegria, em particular, dos mais pequenos da casa.
No topo da lapinha, que, geralmente, é decorada com uma colcha vermelha, fica a imagem do Menino Jesus. Os pastores, geralmente feitos em barro, vão sendo colocados nos restantes degraus, que, como manda a tradição, são em número de três, evocando a Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Há também quem opte por fazer uma “escadinha” maior e, nesse caso, constrói mais alguns degraus (mas sempre em número ímpar).
À roda da mesa são postas as cabrinhas, o ensaião, as searinhas e, como não podia faltar, tangerinas, maçãs, anonas, nozes, castanhas, que, durante os dias de festa, serão tiradas pelas pessoas da casa.
Em frente ao Menino Jesus, que geralmente ostenta um vestido novo, é hábito colocar-se uma lamparina de azeite a arder. Lamparina essa que fica sempre acesa a iluminar o Redentor durante o período natalício.
Depois de pronta, a lapinha passa a ser o pretexto para uma visita de familiares e amigos. Quem já não disse: “Passa lá em casa para veres a lapinha”?
Na verdade, com a intenção de mostrar ou ver a lapinha, os convívios começam a realizar-se com mais assiduidade assim que esta está concluída, sendo que os armários onde são guardados os tradicionais licores da época (muitos deles feitos em casa, como os de tangerina, de laranja e o tintantum), bolos e broas de mel vão abrindo as suas portas com muito mais frequência.
Um ritual que se repete até ao dia de Santo Amaro, 15 de Janeiro, dia conhecido pela “varredura dos armários”. É nesta altura que as visitas “dão cabo” das últimas iguarias compradas para o Natal.
Refira-se que, na Madeira, há ainda outros tipos de lapinha, como a “rochinha”, que, antigamente, era muito comum na maioria das casas, em especial nas zonas rurais. Esta lapinha é feita com socas de canavieira, artisticamente trabalhadas e forradas com papel pintado de preto, ao qual se adicionam “sprays” coloridos, tornando-a ainda mais bela. Nesta “rochinha” é feita uma gruta onde se coloca o Nascimento. Num patamar no alto, fica o Menino Jesus”.

DESPORTO

Jardim enalteceu história do Nacional
e desejou liderança ao clube na Super Liga
O Clube Desportivo Nacional festejou, recentemente o seu 95.º aniversário, uma data que coincidiu com um momento ímpar da longa história da colectividade, com a sua principal equipa de futebol em destaque na Liga portuguesa. “O brilhante segundo lugar que os "alvinegros" ocupam nesta altura na classificação, não passou indiferente na noite que reuniu vários adeptos e sócios para o aniversário e até para celebrar o lugar conquistado no campeonato.
Aliás, o segundo lugar na classificação foi tónica comum dos discursos.
Alberto João Jardim considerou que esse resultado é importante para a elevação da Região no panorama futebolístico português enquanto que Rui Alves deixou bem explícito que esta é apenas uma etapa para um futuro que prevê recheado de muitos sucessos.
Alberto João Jardim não poupou elogios à colectividade nacionalista e iniciou o seu discurso agradecendo, «em nome da Região, o que o Nacional faz e representa nesta terra». O presidente do Governo Regional relevou que «o Nacional tem história
De coração maritimista, Jardim desejou no entanto a liderança do campeonato pelo Nacional. “Mas só daqui a duas jornadas”, disse a rir, uma vez que o próximo embate seria entre as duas equipas madeirenses.
Já o presidente do Nacional, Rui Alves, mostrou-se convicto de que o seu clube o Nacional «vai ser o melhor clube da Madeira no século XXI». Rui Alves mostra-se agradado com a onda de crescimento que o seu clube atravessa, exaltando que «as crianças de agora são do Nacional. Isto é importante na realidade deste século e vejo isso quando vou às escolas». O líder "alvinegro" confessa ainda sentir que no centenário do clube, a ser comemorado em 2010, «algo mais irá se realizar e que será muito importante para o crescimento do nosso clube».

Nacional, 2
Marítimo, 1
O alvinegro Bruno ditou a vitória do Nacional sobre o Marítimo. Foi o autor de dois golos do Nacional contra um golo do Marítimo. Os verde-rubros tiveram uma melhor prestação na primeira parte. E o empate dominou a segunda parte. Contudo, já nos minutos compensatórios, Bruno marca o seu segundo golo da partida, ditando a vitória ao Nacional. Segundos depois, o árbitro deu por terminado o jogo.