FESTA DO SENHOR BOM JESUS MILAGROSO
Paulo Luís Ávila - Adiaspora.com
A partir das quatro horas da tarde viam-se
os devotos calcorreando estradas e caminhos debaixo dum sol
ardente para cumprirem suas promessas. Muitas delas tinham
estampado no rosto o sofrimento do contacto da pele da planta
dos pés com o asfalto. Há quarenta anos atrás,
estas promessas, feitas em horas de muita aflição,
eram mais fáceis de cumprir, porque andava-se descalço
e os pés encontravam-se calejados.
Sexta-feira dia 6 de Agosto foi o dia do Bom Jesus de São
Mateus. Também foi celebrado na Criação
Velha e na Calheta de Nesquim. A Solene Concelebração,
que estava para ser no adro do Santuário, mas devida
à chuva que se abateu naquele lado da Ilha, foi transferida
para o interior do Santuário, que se encontra em ruínas
provocadas pelo terramoto de 9 de Julho de 1998 —há
meia dúzia de anos.
Presidiu ao Santo Sacrifício da Missa o Cardeal D.
José Saraiva Martins, que também proclamou a
palavra de Deus. Estiveram presentes quase todos os sacerdotes
do Faial e do Pico e os bispos D. Aurélio Granada Escudeiro
e de D. António de Sousa Braga, respectivamente, emérito
e Residencial dos Açores. Os fiéis encheram
por completo o templo, mas houve ainda muitos que no adro
e depois de parar de chover, assistiram aos actos religiosos.
Abrilhantaram esta Concelebração as vozes de
vários elementos das capelas das paróquias da
Ilha, sob a Regência do Maestro Manuel Emílio
do Porto, com o suporte musical de cinco instrumentos de sopro
e dum órgão que foi tangido pelas mãos
da musicóloga Olga Ávila Pacheco. Muitos foram
os residentes no estrangeiro que sempre que podem, organizam
as suas férias para estarem presentes nas principais
solenidades da sua Ilha. A procissão teve início
pelas 18 horas e nela incorporaram-se muitas centenas de fieis
para além dos Agrupamentos dos Escuteiros do Pico e
as filarmónicas de São Roque, do Cais do Pico,
da Madalena, das Sete Cidades, dos Flamengos, de Santo Amaro,
de São Mateus e das Lajes, que abrilhantaram com os
seus acordes o percurso da procissão que percorreu
o giro habitual. O Cardeal D. Saraiva Martins presidiu à
procissão, onde também se incorporaram os bispos
D. Aurélio e D. António para além de
muitos sacerdotes. Muitos foram os fieis e as promessas principalmente
de cera. Pela noite dentro actuaram as filarmónicas
dos Flamengos, de Santo Amaro e das Lajes. No sábado
depois da Celebração Eucarística cantada,
seguiu-se um concerto musical efectuado pela filarmónica
de São Mateus. Vindos das Lajes os estudantes da Faculdade
da Motricidade Humana, deram também o seu contributo
a estas solenidades, exibindo o seu Grupo de Serenatas.
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