O CD E O LIVRO DE SÉRGIO LUÍS PAIXÃO
Paulo Luís Ávila - Adiaspora.com
Na passada sexta-feira dia 30 de Janeiro o Auditório
do Museu dos Baleeiros foi o palco escolhido por Sérgio
Luís para lançar o CD "PAISAGEM DE LAVA".
Mas afinal quem é o Sérgio Luís? No dizer
fácil e fluente do apresentador da obra, Victor Rui Dores,
ele é um Lisboeta que ao apaixonar-se pela Lúcia,
uma moça bonita que para Lisboa havia ido estudar, logo
quis saber donde aquela beldade tinha surgido. Curioso veio à
aventura até ao lugar donde ela provinha e de imediato,
se quedou incrédulo extasiado na observação
da paisagem que lhe estava em frente e nunca mais quis saber da
Capital. Na Ilha em frente, o Faial, desenvolveu todos os seus
talentos, porque ele é ao mesmo tempo escritor, compositor,
cantor e tocador de vários instrumentos. E assim aproveitando
esta ocasião lançou, - como oferta para quem comprava
o CD -, o opúsculo também de sua autoria "LER
DOCE LER", que é um repositório de frases e
trocadilhos que ao longo de alguns anos publicou no jornal "O
Telégrafo" e que agora compilou em livro. A sua leitura
dispõe bem e transporta-nos para momentos agradáveis
de salutar descontracção. E é da intervenção
de Victor Rui Dores que salientamos estas palavras: "Sérgio
Luís é um lisboeta que se apaixonou pelo Faial e
pelo Pico, pode dizer-se que é um lisboeta açorianizado.
A sua dedicação e o seu trabalho na música,
nas artes plásticas, na Televisão, na Pedagogia
Rodoviária e na poesia, preenchem-lhe a vida. Trabalha
a palavra, porque é um verdadeiro manipulador da palavra.
Na música, fundou o grupo musical "Maré Viva"
no ano de 1989, grupo que se manteve em actividade durante cinco
anos e que se dedicou sobretudo à divulgação
e à interpretação da música Portuguesa
e Açoriana em particular. Também editou o livro
com músicas de canções infantis dirigido
sobretudo às crianças intitulado: "DE SOL A
SOL". O lançamento deste CD aqui nas Lajes é
o primeiro a nível Nacional e Mundial. Mais do que uma
homenagem é uma questão de amor às Ilhas
do Faial e do Pico. O que seria do Sérgio se vivesse na
Idade Média? Imaginemo-lo na era de quinhentos. Seria concerteza
um jogral e um trovador, porque é simultaneamente poeta,
músico e trovador. Como trovador integrar-se-ia nas folgas
e romarias e há alturas em que a romaria pode ser religiosa
e ou profana, no entanto ninguém sabe muito bem onde uma
começa e a outra acaba. Ele bebe fundo no nosso romanceiro
popular. A Religiosidade do nosso povo, foi moldada nos tremores
de terra e nos vulcões. A primeira canção
que irá interpretar, "Abala a Terra, Abala o Povo",
fala musicalmente no Vulcão dos Capelinhos e na Diáspora.
Sempre tivemos a ânsia de partir. Partir e às vezes
nunca mais voltar. A balada do Sérgio Luís é
intimista, porque a sua música de raiz urbana, tem uma
nítida influência da música Açoriana.
Não é por acaso que 15% da nossa população
que vive neste Arquipélago toca e canta em público.
Contribuem neste caso e com grande maioria as nossas Filarmónicas
e os nossos Grupos Corais e de Paróquia. Porque vivemos
em Ilhas sentimos a necessidade de quebrar duas coisas: o silêncio
e a distância. Porque nascemos e vivemos todos com os pés
no mar, vivemos e deambulamos ao compasso das ondas e das marés".
Sérgio Luís cantou ainda "Sorte Tirana"
e "Paisagem de Lava", canção que deu o
título ao CD. A terminar a sessão, autografou o
livro e alguns Cds. Aqui deixamos o nome das canções
que constam do CD: "Paisagem de Lava", "Abala a
Terra, Abala o Povo", "Sorte Tirana", "Mulher
da Fruta", "Coração Marinheiro",
"Picão de Silvado", "Subir o Pico",
"Amor Magoado", "Há Quem Diga", "Chamarritando",
"Toca a Música", "Lira Minha", "Zé
Baleeiro" e "Sapateia Despedida".
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