FESTAS DO «CAIS AGOSTO 2004»

Paulo Luís Ávila - Adiaspora.com

As Festas do Cais Agosto 2004, tiveram no calendário o seu lugar próprio. Entre 29 de Julho e 1 Agosto p.p., com a sessão Solene de Abertura, nos Paços do Concelho em que estiveram presentes toda a vereação da Câmara Municipal de São Roque, chefiada pelo seu Presidente Manuel Joaquim da Costa e ainda Manuel Azevedo, que lançava o seu livro «POR ESTE PICO DENTRO...POR ESSES AÇORES FORA... e ainda o apresentador da obra literária, Alberto Romão Madruga da Costa, ex-Presidente do Governo Regional dos Açores e actual Director do Jornal «Correio da Horta». Entretanto foi divulgado o nome do vencedor do prémio literário «Almeida Firmino», instituído por aquele município e que se realiza com uma frequência bienal, do qual saiu vencedora a obra «Gestos Esquecidos de um Homem Efémero» do escritor Leiriense, Fernando José Rodrigues. A obra literária do ex-deputado Manuel Azevedo, em nosso entender, foi sintetizada numa frase apenas, no dizer do seu apresentador e orador convidado para o efeito, Alberto Romão Madruga da Costa, actual director do diário faialense «Correio da Horta», que se exprimiu nestes termos: «Este livro foi escrito com o coração e por isso só o coração o pode entender». Realmente é assim. Já tivemos ocasião de ler alguns dos capítulos e eles estão carregados duma carga emocional e saudosista, somente tratada pela «pena» sempre sensível e despretensiosa do nosso Manuel Azevedo. Foi uma homenagem justa e participada, a que não faltou a esposa, Maria Olivia e ainda os filhos, Marília e João Paulo, uma vez que a Silvia, por motivos imprevistos da sua vida familiar não pôde comparecer. E como «os Açorianos são gente sem fronteiras» e «a ânsia de infinito apela a todos nós», no dizer de Madruga da Costa, apelo a que os leitores adquiram o livro, porque muitos de nós estamos ali retractados. No final o autor, agradeceu a presença de todos os presentes, com a voz embargada pela comoção e autografou os livros que foram distribuídos gratuitamente aos presentes.

A seguir procedeu-se à inauguração da feira de artesanato, sempre muito participada e aplaudida pelos trabalhos expostos. É de salientar, a exposição de pintura patente ao público em 41 quadros e feita por 11 alunos, com idades compreendidas entre os 7 e os 60 anos, cuja professora, Fátima Paiva, de São João da Madeira, que para cá veio leccionar na E.B./I. E S. De São Roque do Pico, foi a orientadora. Este curso foi ministrado numa das salas do Centro Multimédia, cedido gentilmente pela Câmara Municipal, com uma periodicidade bi-semanal, duas horas diárias e efectuou-se entre os meses de Março e Junho, p. p.. Presentes e no mesmo edifício estiveram os artesãos e artesãs para além da mostra de pintura atrás aludida, José Faria Dutra, Conceição Neves, Paulina Mendonça Evangelho, Carlos Teixeira de Melo, Fátima Freitas, Francisco Azevedo, Manuel António Bettencourt e Maria Lassalete Bettencourt. Noutra sala esteve patente ao público uma exposição de pintura, subordinada ao tema «Viagens», da autoria da talentosa artista Jorgense, Elisa Paula da Silva Sousa. No centro multimédia também pudemos apreciar uma exposição do Núcleo Filatélico, Infantil, Juvenil «O Milhafre», com sede na E.B.J/1 dos Milagres, da freguesia dos Arrifes, da Ilha de São Miguel, cujo Director é o Professor Picoense, Manuel Gaspar. O agrupamento musical «Santa Maria» que deveria actuar naquela noite, devido às chuvas torrenciais e aos fortes ventos que assolaram com muita intensidade toda a Ilha provocando até a destruição parcial do palco, provocaram o cancelamento do concerto. No dia 30 o destaque foi para a exibição do novel cantor Bruno Ávila, que há pouco lançou o CD, «Longa Metragem» e que foi vibrantemente aplaudido pela juventude que encheu por completo a «Praceta dos Baleeiros». A Banda Brasileira Swing & Cia, encerrou a noite com um espectáculo que também foi muito participado.

O penúltimo dia das Festas, foi mais virado para o mar. Destaque para as regatas à vela, em que participaram 17 botes baleeiros, mas que não chegou a ser concluída por falta de vento. De referir também as sempre muito disputadas e acérrimas regatas a remos, tanto em femininos como em masculinos. Em femininos, ganhou o bote da Calheta, São Pedro, capitaneado pela Nicole (filha do antigo baleeiro Almerindo, novo) e a de masculinos foi ganha pelo bote das Ribeiras, Boavista, proeza que há muito não era conseguida. À noite e depois dos chuviscos, houve lugar para o desfile das marchas. Estiveram presentes 6, a saber: Marcha Oficial das Sanjoaninas de Angra, Marcha dos Serviços Municipalizados de Angra e Marcha da J.S. Democrática de Angra e ainda a Marcha das Velas, a Marcha da Calheta de São Jorge e a Marcha do Centro de Actividades Ocupacionais do Pico. De imediato ecoaram na noite os sons dos Classic Whitesnake, que fizeram as delícias da juventude que se encontrava presente.

O último dia da Festa como coincidiu com o Domingo, dia primeiro de Agosto, foi ocupado com o momento religioso da mudança em procissão, da Imagem de Nossa Senhora do Livramento, escultura do século XVII, da Igreja do Convento de São Pedro de Alcântara para o Jardim Municipal, tendo ali sido celebrada uma Missa Campal a que se seguiu a procissão marítima na Baía do Cais do Pico. O Cortejo Etnográfico foi mais um momento alto destas Festas e participaram para além dos Bombeiros de São Roque com uma demonstração teatralizada da extinção de um incêndio numa viatura automóvel, carros alegóricos de todas as freguesias do concelho, com especial destaque para a de Santo Amaro e de Santa Luzia. Depois do concerto da União Artista de São Roque, houve lugar para o folclore, vindo dos lados do Pacífico, mais concretamente da cidade «Picoense» de San Diego. O Grupo Portuguese American Dancers de San Diego, composto por 20 elementos e tendo como encarregadas as irmãs Teresa Garcez e Rosa Maria Silva, proporcionaram momentos de muita alegria e animação. Bailaram 7 números do folclore Português, sendo o penúltimo «A Chamarrita» e o último o «Vira» do Minho, executado com todo o rigor e paixão. São ensaiadores do grupo: Manuel Leal, Marisa Silva e Amanda da Rosa. Para eles, rapazes e raparigas, alguns já a terceira geração de Portugueses naquelas distantes paragens, o nosso mais veemente e sentido aplauso. Mal tinham terminado estes jovens a sua actuação ouviram-se os acordes da «Banda a Gosto», no palco colocado em frente ao Museu da Indústria Baleeira. Com esta banda, terminaram em beleza estes espectáculos musicais e quanto a nós, o Helder conseguiu elevar bem alto o nível dos executantes Picoenses, que até se sobrepuseram aos outros ditos profissionais que nos visitaram. As vozes inconfundíveis da Midu e da Isa, deram o toque de pormenor à noite, que encerrou com o feérico e sempre aguardado Fogo de Artifício na bacia interior do Porto Comercial.

Muito ficou por dizer, mas o espaço de que dispomos não nos permite alargar mais. Despedimo-nos, até para o Ano, com a nova edição do Cais Agosto 2005, para aqueles que lá chegarem!

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