ACONTECIMENTOS QUE MARCARAM
Paulo Luís Ávila - Adiaspora.com
Três acontecimentos marcaram a semana
que passou na Ilha Montanha, com maior relevância para a
Festa de Santa Maria Madalena, realizada
na Vila fronteira. Por outro lado e no aspecto cultural, a inauguração
d’ «O Alvião»
e o lançamento do livro «Pico a Abordagem
de uma Ilha », foram marcos históricos
na progressiva e culturalmente mais evoluída freguesia
do concelho das Lajes.
Foi no passado dia 20 de Julho, que o povo da
laboriosa freguesia de São João, assistiu à
inauguração da Sede d’ «O
Alvião» - Associação para a Salvaguarda
do Património de São João.
Na Sessão Solene, falou em primeiro lugar a Presidente
do Município Lajense e é dessa fala que saliento
estes parágrafos: « Este é mais um espaço
cultural em São João e estou confiante que a população
desta freguesia saberá zelar por ele. A salvaguarda do
património cultural é uma tarefa colectiva: ninguém
poderá desempenhá-la sozinho; porém, ninguém
deve demitir-se do seu contributo individual. Nesta matéria,
a freguesia de São João tem sido exemplar. A dinâmica
das suas colectividades: a Filarmónica Recreio dos Pastores,
quase centenária, a Casa do Povo, o Grupo Folclórico,
as Irmandades do Espírito Santo, entre outras, são
a prova dessa consciência colectiva e o fruto da dedicação
e do trabalho voluntário de muitos cidadãos desta
Freguesia, de entre os quais destaco o José Armindo Gonçalves.
A seguir a Presidente da colectividade, Cisaltina Cardoso, tomou
a palavra para dizer nomeadamente: «O Alvião»
nasceu em Abril de 2000. Um dos projectos realizados com bastante
sucesso foi sem dúvida o lançamento do vídeo
«Pico a Ilha da Montanha», em Março passado.
A nova sede passa a ser de todos. Para ter a porta aberta precisa
de toda a gente. O objectivo número um é divulgar
o património local e servir as pessoas. Quando as pessoas
se esforçam, se empenham e trabalham fazem o que está
à vossa vista. Fizeram isto em 15 dias».
No mesmo dia e logo a seguir, mudando-se apenas
de cenário, uma vez que se procedeu ao lançamento
do livro da Dra. Maria Norberta Amorim, intitulado «PICO
A ABORDAGEM DE UMA ILHA Vol.I – AS FAMÍLIAS Tomo
I – As Famílias de S. João nos finais do século
XIX». no Salão do Espírito Santo
da Companhia de Baixo. A Presidente da Câmara das Lajes
do Pico, Sara Santos também abriu a sessão e a seguir
o Dr. Alberto Correia, ex-Director do Museu de Viseu, apresentou
a obra. Deste trabalho, gentilmente cedido pelo conferencista
ao representante do nosso jornal on-line, salientam-se estas passagens:
«Norberta Amorim escreveu um livro carregado de verdade,
um livro de história suportado por alicerces de profundo
rigor que pode ler-se, no entanto, com a facilidade e o gosto
de um autêntico romance...As duas partes distintas do livro
que se completam entre si, oferecem como em espelho, o retracto
de S. João emoldurado por mais de um século de história...Entre
os dois mistérios que lhe ficavam de fronteira mantinham-se
e resistiam os dois lugares da freguesia, a Companhia de Cima
e a Companhia de Baixo, como que por milagre do esforço
de seus filhos e a ajuda em cada ano agradecida do Espírito
Santo, a terra toda apropriada entre o mar e a base da montanha
onde o alvião chegara, como se fora gigantesca andaina...Entre
o mar e a montanha, ambos temidos e amados como deuses de povos
antigos, a gente de S. João inventou seu paraíso...Cada
um desta terra, pode ir buscar, neste livro, os nomes dos avós
longínquos, pode sentir o crepitar do lume num lar familiar
cozendo o bolo, pode sentir o bater seco do bico do alvião,
o fio de uma foice cortando o brejo... Na segunda parte, no fim
ficamos a saber que muitos, pouco ou nada mais têm do que
a casa. Terão então de oferecer os seus braços
como roçadores. Ou partir como emigrantes. Outros vendem
queijo ou lenhas que um barco vem buscar para trazer milho da
Ilha vizinha...Onde foi Norberta Amorim beber esta informação
toda? Ela própria diz no seu livro que «a maior sistemática
memória colectiva de S. João encontra-se nos seus
registos paroquiais de baptizados, casamentos e óbitos»,
valiosíssimo instrumento que a autora já utilizara
para desenhar o curso demográfico da paróquia ao
longo de três séculos...O trabalho da Norberta Amorim,
não é só, como ela diz na Apresentação,
um mero exercício de preservação da memória
e de enraizamento como portador de secreção cultural
e equilíbrio emocional! Se o fosse tão só,
isso bastaria para justificar tão grande esforço.
É que este inventário de memórias integra,
tal qual como esse património que se guarda nos Museus,
essa tríplice função de se constituir como
elemento de instrução, de educação
e de deleite.»
A Doutora. Norberta Amorim, vivamente emocionada,
pronunciou breves palavras de agradecimento.
O Rancho Folclórico da Casa do Povo de
São João, apresentou a seguir alguns números
do folclore Picoense, que foram bailados «no terreiro»
em frente ao Salão, para gáudio de todos os presentes.
Outro acontecimento, mas com cariz sócio-cultural-religioso,
foi a Festa de Santa Maria Madalena.
Desde o passado dia 21 p.p., a Vila da Madalena, a mais próspera
e dinâmica Vila Picoense, está em Festa, homenageando
a sua Padroeira. De distinguir o novenário que antecedeu
o dia da Festa, muito concorrido e participado por muitos fieis,
vindos de toda a parte, principalmente do Canadá e dos
Estados Unidos da América do Norte, que trazem sempre outro
colorido e simpatia a esta Festa, quer queiramos quer não
reconhecê-lo. O novenário foi pregado pelo Pe. Adriano
Borges de Santa Maria e a Solene Concelebração foi
presidida por D. Arquimínio Rodrigues da Costa, Emérito
Bispo de Macau. A procissão foi muito participada e apenas
teve um senão, a chuva, que fez a sua aparição
durante o percurso habitual, mas ninguém arredou pé.
No tocante à parte cívica, a Associação
de Desenvolvimento Cultural da Madalena do Pico (ADCMP), preparou
um programa deveras ambicioso, que preencheu estes cinco dias
de Festa.
Por manifesta falta de tempo, foi-nos impossível
viver uma das principais festas que no Pico se realizam. Apenas
tivemos ensejo de participar no último dia e nas últimas
horas da edição das Festas de Santa
Maria Madalena 2004.
Convidada Adiaspora.com, para
assistir a um jantar, conjuntamente com outros órgãos
da comunicação social da Ilha, a pedido do Tiago
Santos Lima, Director de Relações Públicas
da CocaCola Portugal, encontrámo-nos no «Restaurante
Parisiana», na tarde do passado Domingo dia 25. Como é
já timbre e marca da casa, o seu proprietário,-
o Jaime-, teve o esmero quanto baste, para apresentar uma ementa
que satisfez toda a clientela Deste modo fez as delícias
dos comensais, que só à parte do projecto CocaCola
2004 Portugal a Cantar, eram cerca de 40 elementos. Estes serão
outros tantos a fazer a publicidade das nossas coisas boas que
ainda temos.
Tiago Lima, durante o repasto, fez as honras
da sua directoria e prestou-nos os esclarecimentos de que necessitávamos
para elaborar este trabalho. Também a eficiente Ana Sofia
Marreiros, contribuiu para que este trabalho fosse o mais minucioso
possível para levar aos nossos leitores toda a informação
que julgamos necessária.
Assim sendo reproduzimos algumas das frases proferidas
por alguns dos notáveis que compõe o grupo:
JULHO DE 2004
“A música, em qualquer país, traduz uma
identidade própria e única de um povo, a sua cultura,
costumes e vivências. É importante manter e transmitir
essa identidade entre gerações, entre povos de culturas
diversas, através da divulgação além
fronteiras”.
Sofia Barbosa
“A música portuguesa é o espelho da nossa
cultura e das nossas raízes.” Miguel Gameiro
“A língua é a nossa pátria, a música
é um veículo fundamental de expressão da
nossa língua.”
Anabela
Só estas frases definem os objectivos do Projecto CocaCola
2004 Portugal a cantar.
Esta iniciativa, criada em 2002, aposta na divulgação
e promoção de grandes êxitos da música
portuguesa. Artistas portugueses de diferentes géneros
musicais são convidados a trabalhar em grupo, a trocar
experiências, e a interpretar versões de outros artistas
nacionais.
Nesta edição, o Coca-Cola Portugal
a Cantar conta com Miguel Ângelo, Anabela, Miguel Gameiro,
Sofia Gaspar, Filipe Gonçalves e Sofia Barbosa. Estes artistas
formam o elenco que congregou uma das maiores enchentes junto
ao Palco, montado na Gare Marítima do Porto da Madalena.
Este projecto surgiu da vontade de criar algo
inédito, que permitisse fazer um grande evento exclusivamente
à volta da música portuguesa, cantada em português.
O panorama musical nacional é reforçado sempre que
se realiza um concerto Coca-Cola Portugal a Cantar, porque há
uma forte união entre a música, a cultura e a juventude.
A Coca-Cola Portugal afirma desta forma,
o seu compromisso com a música portuguesa, numa altura
em que regressam ao país pessoas de todos os cantos do
mundo.
Na primeira parte do concerto, os músicos vestiram roupa
formal e a iluminação foi mais austera. Na segunda
parte, o traje foi ao gosto de cada um e a iluminação
muito mais espalhafatosa e deslumbrante.
O Coca-Cola Portugal a Cantar, teve início
em 2002. Da primeira edição fizeram parte Miguel
Ângelo, Rita Guerra, Olavo Bilac, Anabela, Miguel Gameiro
e Filipa Leão.
Antes do Espectáculo de Pirotecnia, foi a apoteose final,
no Palco Maior da Festa. Muitos foram os jovens que no final quiseram
ter o autógrafo dos artistas. Os nomes do Filipe, da Ana,
da Sofia (as duas) e do Miguel Gameiro, foram os mais escutados
com alguma insistência.
No final, Tiago Lima reuniu os representantes da comunicação
social e fotógrafos, que presenciaram a entrega ao Presidente
da Comissão das Festas, da viola eléctrica autografada
por todos os elementos do Grupo e pousaram para a foto.
O espectáculo que acima aludimos de Pirotecnia,
foi muito apreciado e aplaudido pelos milhares de pessoas que
da Diáspora, de toda a Ilha e das Ilhas vizinhas, fizeram
questão de presenciar. Agradecemos todas as atenções
que nos proporcionaram os elementos do CocaCola 2004 Portugal
a cantar, dos quais distinguimos o Director de Relações
Públicas, Tiago Santos Lima e o Director Musical e guitarrista
(dos Delfins), Fernando Cunha.
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