O JARDIM MUNICIPAL E O CENTRO DE MULTIMÉDIA
DE SÃO ROQUE DO PICO
Paulo Luís Ávila - Adiaspora.com
O Jardim Municipal de São Roque, inaugurado no último
dia do ano de dois mil e três e que ficou localizado nos
terrenos que pertenceram às antigas Armações
Baleeiras entre a antiga e já desaparecida "Casa Âncora"
e a Delegação Marítima, na (Rua do Cais)
- Estrada Regional da volta da Ilha -, é um espaço
digno de ser visitado e apreciado. Parte do seu arvoredo manteve-se,
- algum foi respeitado e outro foi cortado para que aqueles que
o frequentam apreciem as árvores que a esmo crescem pela
Ilha -. Foram colocados em, lugares estratégicos, apoiados
pelas respectivas bancadas dois coretos, um para as Filarmónicas
e o outro para a exibição do Folclore. Não
foram esquecidas as crianças que tem o seu espaço
bem protegido e aconchegado. O chão onde estão colocados
os "baloiços", os "escorregas" e as
"cordas" é revestido de um material sintético,
tipo cama de borracha, que amortece as possíveis quedas
das crianças quando brincam ou fazem exercícios
mais radicais. O Lago artificial é provido dum sensor electrónico,
controlado pelo aparelho accionado a energia eólica que
está colocado num mastro mesmo à entrada do Jardim,
para que a água não molhe as pessoas quando estas
se abeiram do lago, para apreciarem e verem evoluir os seus peixinhos
multicolores. A entrada do recinto é coberta onde existe
como que uma antecâmara, onde estão expostos vários
utensílios e peças de artesanato, das quais destacamos
a réplica dum "Bote" atuneiro, primorosamente
construído à escala pelo Comendador José
Vitorino, a viver em San Diego na Califórnia.
Indo na direcção da Ponta da Ilha,
para os lados da Piedade e aí a cerca de cinquenta metros
do Jardim, deparamos com outra benfeitoria para o concelho, -
o Centro Multimédia -. Outro espaço adaptado e adquirido
às antigas Armações Baleeiras e que é
composto por várias salas onde destacamos a Cave, que era
o espaço onde se armazenava o óleo de cachalote
e que foi transformado em auditório. No primeiro piso foi
instalado o Posto de Turismo, a Zona Multimédia e a Sala
de Exposições Permanentes. No segundo piso existem
para além de dois gabinetes de apoio, uma Sala de Leitura,
a sala da Biblioteca Municipal e a Sala de Formação
onde são ministrados Cursos diversos para a população.
Mas o que chama a atenção do visitante é
a exposição do bote baleeiro a motor, uma inovação
introduzida na época áurea da caça à
baleia pelo construtor Velense e seu proprietário, Manuel
Maria Gambão, e que inicialmente foi "baptizado"
com o nome de "São Pedro Gonçalves" e
teve como oficial José Salvaró e trancador Amaro
Carvalho Medeiros aí por volta do ano de 1945 (?). Mais
tarde foi adquirido pela companhia baleeira Maria Lucinda
e rebaptizado com o nome de "Baleeira" - SR 41B. A tripulação
ou companhia ao tempo era composta por: João Carvalho (oficial),
António Resende (motorista), António Vieira (trancador),
Carlos Vieira e Luís Vieira (marinheiros). No registo da
embarcação que está patente ao lado da mesma
consta que a tripulação não podia ultrapassar
os 4 elementos, mas não é o que consta da história
do mesmo inserta em panfleto distribuído ao público
e do qual transcrevemos as notas atrás referidas. Também
colocado ao lado do bote podemos observar o maxilar dum cachalote
com os seus quarenta dentes e que hoje valem uma fortuna.
Quanto às iniciativas privadas destacamos
a "Casa das Barcas" mesmo em frente ao antigo Cais Velho
e que servia antigamente para recolher os botes baleeiros. Hoje
foi recuperada e transformada em casa para Turismo Rural.
Antes de terminar quer deixar expresso o meu
agradecimento à jovem Maura Matos, que nos recebeu no Centro
Multimédia com muita simpatia e elevado sentido profissional,
levando-nos em visita guiada a percorrer os espaços atrás
descritos.
Como as fotos falam por si aproveito para me
despedir.
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