FESTA DE MATANÇA DO PORCO NA IRMANDADE DO ESPÍRITO SANTO
DA IGREJA DE S. SEBASTIÃO

(Fevereiro de 2004)

Por Carlos Morgadinho - Adiaspora.com


No passado Sábado, dia 14 de Fevereiro de 2004, pelas 20.00 horas, o salão de festas da Igreja de S. Sebastião, junto à Dufferin Street, na zona Oeste da cidade de Toronto, foi deveras pequeno para acomodar tanta gente que compareceu neste jantar para participar neste tipo de festa tão popular das gentes açorianas e não só. Assim, mais de 250 pessoas confraternizaram naquela noite num jantar bem à região da Ilha Terceira, já que esta Irmandade é composta, na sua maioria, por membros oriundos daquela Ilha dos Açores, onde os inhames, batata doce, sarrabulho de sangue com cebola (debulho), morcela, linguíça, torresmos, rojões, carne de vaca e de porco, vegetais, e aquela broa como poucos a sabem fazer não esquecendo, claro, a deliciosa sopa da região.

Terminado aquele repasto totalmente confeccionado por um grupo de senhoras voluntárias daquela Irmandade, foi dada a vez ao entretenimento tendo, para isso, começado com a actuação do Grupo Coral do Amor da Pátria Community Centre dirigida pela batuta de Madalena Baptista e acompanhado pelos músicos João Vieira e José Martins, ambos no bandolim, Luís Maiato e Steven Vieira (acordeon) e António Estevães (viola) daquele Centro Comunitário, dirigidos pelo maestro Custódio Carrusca que também manejava, e bem, o contrabaixo ou rabecão. Os cantares deste bem ensaiado grupo coral focaram cantigas seculares e tradicionais próprias das festas de matança do porco daquela Ilha da Região dos Açores além de outras do folclore nacional das quais destacamos o "famoso" Alecrim-aos-Molhos, a quatro vozes, e uma outra bem linda do folclore galego, Minha Mãe Quero-me Casar.

O intervalo foi complementado com arrematações, ou leilões, de partes de um enorme porco esquartejado, além de um sorteio de rifas cujo felizardo levou, como prémio, e sinceramente não sabemos como o transportou, aquele quase gigante suíno para casa. Seguiu-se uma peça de teatro improvisada e de grande humor com a participação de três talentosos "artistas"; o Ramiro Nunes, o "tio" Joaquim (Luís Fraga) e o Adalberto. Seguiu-lhe as tão apreciadas "Velhas" da Ilha Terceira com os irmãos Alcino e Ramiro Nunes, e a tia Hermínia, de S. Bartolomeu.

No meio da festa foram chamadas ao palco as senhoras da cozinha e, já que era noite de S. Valentim ou dos Namorados, foi-lhes presenteado pelos maridos e membros daquela colectividade religiosa, lindas rosas. E, francamente, são bem merecedoras daquela homenagem pelo espírito de sacrifício demonstrado na organização destas festas para que tenham total sucesso, acumulado também os afazeres de mães e esposas. Foi bonito e comovedor. A festa não parou e continuou, sem que ficassem para trás as "marotas" das cantigas ao desafio com as intervenções de Ramiro Nunes, Alcino Nunes e João Peixoto que fizeram rir quantos ali presentes naquela noite de alegria e de apreço às nossas raízes.

E a noite terminou, finalmente, com uma dança bem animada com musica "enlatada" do conhecido DJ Nazaré Praia.

Está de parabéns a organização desta festa e à sua mordoma, Maria do Socorro Fraga.