PRESÉPIOS NA NOSSA COMUNIDADE
Por: Carlos Morgadinho
Adiaspora.com
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Muitos são, senão quase todos,
os clubes e associações da comunidade portuguesa
aqui radicada, que comemoram o nascimento de Jesus, alguns com
um suculento jantar e até com pezinho de dança,
para o “desmoer”, obviamente. Está mal? Nós
cá até não achamos nada de errado ou profano
pois, na grande maioria, quando nos toca à data de nascimento,
o fazermos também com festas de arromba. Para isso fomos
visitar alguns desses clubes onde celebravam este acontecimento
religioso a preceito inclusive com presépios ao vivo. Outros
festejaram este acontecimento natalício que, além
de incluir um apetitoso repasto, contou também com a presença
do Pai Natal (por estas bandas chamam-lhe outro nome, o de Santa
Claus) pondo, como se sabe, os mais pequenos em alvoroço
e ansiosos pela chegada desta figura carismática que traz
sempre um grande saco cheio de brinquedos e guloseimas para distribuir.
Passamos nesta quadra festiva por alguns desses
clubes e associações e dois deles muito interessantes
com a Natividade ao vivo. Foi nas instalações do
Madeira Clube e no salão de festas da Igreja de São
Mateus onde a comissão de festas de Nossa Senhora da Luz,
realizavam os seus jantares alusivos ao nascimento de Jesus. Outros
clubes, por onde passámos, tinham também os seus
salões agalanados não faltando as respectivas árvores
enfeitadas e com o Pai Natal com as barbas brancas e sacos cheios
de prendas para a pequenada e até para adultos. Muitos
foram os clubes que visitamos e gostaríamos de deixar registado
aqui algumas das fotos de alguns da Associação de
Deficientes Portugueses, do Graciosa Community Centre, do Sport
Club Lusitânia de Toronto, as Casas do Alentejo e da Madeira
e da Comissão de Festas de Nossa Senhora da Luz e o Graciosa
Community Centre.
Clicar p/ ver
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Algumas Igrejas Romanas Católicas da
nossa Comunidade estavam igualmente enfeitadas com luzes e algumas
com lindos presépios no exterior como é o caso da
Igreja de Santa Helena, na Dundas St. West e Lansdowne, e a de
São Francisco, na Grace Street com a College St.
Muitas foram também as casas que estavam
iluminadas com lâmpadas multicolores ou com imagens do Pai
Natal, anjos, sinos, estrelas, coroas de flores e muitos outros
adornos que tornavam as janelas, portas e fachadas desses imóveis
uns autênticos templos de luminosidade. Pena é que,
nestes dois últimos anos, com o governo por este lado do
Ontário se lembrar, de repente, que estávamos em
crise de energia e toca de aumentar, ou de o deixar, o preço
da electricidade para que sejamos mais poupados e assim baixarmos
o consumo. A continuar desta maneira estamos a visionar daqui
a alguns anos, não muitos, de estarmos na noite de Natal,
pela Consoada, a comermos o bacalhau às escuras ou à
luz da...vela, como se fazia nos tempos já lá idos
dos nossos avós. É que com as políticas de
austeridade impostas e nas contínuas privatizações
das utilidade públicas, que são, ou eram NOSSAS,
e que agora anda tudo na ”onda” da oferta e da procura,
isto é, dependente da flutuação dos mercados
internacionais, dos câmbios e da companhias estrangeiras
que vêm investir (?) no nosso mercado interno, dos desastres
naturais, mesmo que a energia seja produzida ou explorada no Canadá
e que esses desastres, infelizmente, aconteçam a milhares
de quilómetros daqui, o certo é que logo, minutos
depois das desgraças se darem, mesmo muito antes de saber-se
as consequências reais ou dos custos desses prejuízos
ou necessidades, se aproveitam para aumentar, com ou sem desculpas,
para os casos mais específicos. Tudo tem influência
para o aumento nos preços da energia: são as guerras
dos “outros”, do fabrico e compra de jeeps e SUV’s
de grande (dizem eles) consumo, das “garras” dos grandes
monopólios (onde o lucro é sagrado, mesmo sem Deus)
e da inércia dos nossos (Des)Governos que, possivelmente,
até abençoam tal fenómeno pois originam mais
TAXAS para os seus cofres onde, claro, elas, as taxas, se aplicam
(Federal, Provincial e Municipal) e que são direccionadas
para a liquidação de um défice que nunca
desaparece, pelo contrário, ao que nos parece, pelo “andar
da carruagem”, aqui ficará até aos nossos
trinetos ou, na pior das hipóteses, até à
eternidade.
Estamos pois numa situação que,
no caso das decorações de luzes, irá muito
brevemente ser luxo só do Governo ou de grandes impérios
mercantis que, no caso destes últimos, se estão
nas tintas para o custo pois será deduzido na contabilidade
e/ou transformada em “pozinhos” que agravarão
as mercadorias a serem adquiridas por nós.
Lá dizia há muitos anos o grande
pintor, crítico, caricaturista português, o saudoso
Rafael Bordalo Pinheiro, “Eles Governam e o ZÉ POVINHO
é que se lixa (aquele que é sempre sacrificado)”.
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