GESTÃO AMBIENTAL DA CALDEIRA DE SANTO CRISTO EM ANÁLISE
A secretária regional do Ambiente
e do Mar, Ana Paula Marques, presidiu, esta sexta-feira, à
primeira reunião do Grupo de Trabalho sobre o Plano
de Gestão Ambiental da Caldeira do Santo Cristo, em
São Jorge.
Na reunião, que decorreu no espaço da Ecoteca
jorgense, nas Velas, foram abordadas diversas questões
relacionadas com a preservação dos valores ecológicos
e naturais da Fajã da Caldeira do Santo Cristo, que
está integrada no Sítio de Importância
Comunitária da Costa Norte/Ponta do Topo, da Rede Natura
2000, e classificada como Reserva Natural e Área Ecológica
Especial.
De entre estas questões, que tinham sido já
anunciadas durante uma visita conjunta do presidente do Governo
Regional e da secretária do Ambiente e do Mar à
Fajã da Caldeira do Santo Cristo, destacam-se a necessidade
de “disciplinar o campismo naquela fajã”
e a instalação no local de um centro interpretativo
da Natureza, como referiu Ana Paula Marques em declarações
à Comunicação Social.
Em estudo está também, segundo
a secretária regional do Ambiente e do Mar, a possibilidade
de instalação de uma mini central hídrica,
que aproveitaria o caudal da ribeira existente naquela fajã,
o que permitiria “obviar um problema grave do ponto
de vista ambiental que é a multiplicação
dos geradores com motor a gasóleo.”
Outra questão que está a ser alvo de estudo
e que foi abordada na reunião é o acesso à
fajã. “Vamos também condicionar o acesso
motorizado só a moradores e a situações
de protecção civil e para limpeza do local”,
assegurou Ana Paula Marques. A responsável quer ainda
criar, a breve trecho, um código de boa conduta ambiental,
a observar pelos moradores e visitantes.
O Governo Regional candidatou recentemente a Fajã da
Caldeira do Santo Cristo à Convenção
RAMSAR, para protecção das zonas húmidas.
Essa Convenção, cujo nome deriva da cidade iraniana
onde foi assinada, em 1971, é um dos primeiros tratados
globais para a conservação da Natureza e tem
por objectivo promover a conservação de zonas
húmidas, estabelecendo reservas naturais e assegurando
a sua protecção e gestão apropriadas.
A candidatura da Caldeira do Santo Cristo à Convenção
RAMSAR insere-se no projecto MEDWET, de inventário,
avaliação e monitorização para
a gestão de zonas húmidas, ao abrigo do programa
comunitário INTERREG III-B. A Fajã do Santo
Cristo é um dos sete sítios de Portugal, todos
inseridos na Rede Natura 2000, seleccionados para a realização
deste projecto.
GaCS/FA
Anexo: fotografias GaCS/José Sousa
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