X CONCERTO ANUAL DA BANDA DO SAGRADO
CORAÇÃO DE JESUS & ECOS DE PORTUGAL
Por: Carlos Morgadinho
Adiaspora.com
Mais um ano se passou, desta o décimo,
e a “música continua”, graças ao empenho
da Banda Filarmónica do Sagrado Coração
de Jesus e do seu grupo coral “Ecos de Portugal”
que teimosamente, e com êxito, ao longo de todos estes
anos, vêm preservando e divulgando a nossa cultura através
da música por estas paragens do Continente Norte Americano.
Para isso, como já o vem fazendo nestes últimos
dez anos, esta Banda Filarmónica Lusa que está
agregada à Igreja de Santa Helena, em Toronto, organizou
o seu habitual concerto anual para festejar a época religiosa
do calendário cristão que se avizinha, o Natal.
O espaçoso salão de festas do
S. Jonh’s Hall, sito no 2185 Stavebank Road, em Mississauga,
no passado sábado, dia 19 de Novembro de 2005, foi deveras
pequeno para acomodar tanta gente que, se não estamos
errados, contava com a presença de mais de 800 pessoas.
Este espectáculo foi completado com um delicioso jantar
após que se iniciou o programa daquela noite o qual foi
dividido em duas partes, sendo a primeira alusiva ao Natal e
a segunda aos clássicos e êxitos populares da música
portuguesa onde a nossa Diva, a saudosa Amália Rodrigues,
não foi esquecida. Abriu aquele concerto, como é
da praxe, com os hinos nacionais do Canadá e de Portugal
seguindo-se um sem fim de desfilar de interpretações
alusivas ao Natal e à nossa música popular por
aquela Banda Filarmónica e o seu Coro – Ecos de
Portugal - dirigidos pelo Maestro José Manuel Resendes.
Muitos foram os temas interpretados naquele esplêndido
espectáculo dos quais destacamos, na primeira parte do
programa, The Gift of Christmas, Holy Night, Silent Night, Christmas,
Chistmas Parade March Featuring Santa Claus, Abba Gold, Fiesta
Taurina, Novena e As Onze Partidas do Mundo.
Após um interregno de 15 minutos deu-se
seguimento à segunda parte do espectáculo que
foi totalmente preenchida com a nossa música: assim trechos
bem conhecidos como Bairro Alto, Ai Se Os Meus Olhos Falassem,
Vem Comigo Dançar, Vinho Verde, O Mar Enrola na Areia,
A Amália em Concerto, com menção especial
para a excelente interpretação da Canção
da Papoila, pela bonita voz de Rose Mary da Silva, trajando
de camponesa com um colorido lencinho na cabeça e com
uma aterrorizada e barulhenta galinha de capoeira debaixo do
braço, e que foi o gáudio daquele salão.
Podemos citar outros interpretantes como a jovem Gila Raposo
acompanhada ao saxofone por José Luís Raposo,
e a bem timbrada voz de João Teixeira no clássico
Saudades da Minha Aldeia. Outra cena de apontar foi de um grupo
de elementos daquele coro, Ecos de Portugal, trajando à
moda de São Miguel não faltando os lenços
coloridos ao pescoço e a caneca na mão como se
tivessem celebrando algo de importante, cantou, e muito bem,
um êxito da cantora inglesa Sandy Shaw, vencedora do Festival
da Canção Europeia, dos anos sessentas, “Those
Were The Days”.
Nesta segunda parte do espectáculo apareceu
no salão, o venerado e carismático Pai Natal (Santa
Claus cá por estas bandas) no seu fato e barrete vermelho,
calçando botas próprias para caminhar sobre a
neve além do habitual saco de prendas às costas
e as suas sonoras e contagiosas gargalhadas – Ho, Ho,
Ho, Ho! A miudagem ficou extasiada e por nada deste mundo queriam
largar o Pai Natal. Após dezenas de fotos aquela “bondosa”
personagem lá partiu pois, segundo nos afirmou, estava
muito atrasada na distribuição das prendas e,
de certeza absoluta, que teria que fazer serão (Over
time) naquela noite.
Queremos dar ao Presidente daquela Banda Filarmónica,
Eddie Costa, os parabéns pelo sucesso daquele concerto
onde praticamente não houve falhas e, se as houve, confessamos
que nem demos por elas. Estas congratulações estendem-se
ao Maestro José Resendes e a todos os membros da Banda
e do Coro. Vocês foram fantásticos. Todos nós
sentimos um elevado grau de orgulho pelo excelente e soberbo
trabalho apresentado naquela noite.
Queremos salientar que nesta banda toca um
elemento octogenário que, segundo nos contou há
já alguns anos atrás, só deixará
de tocar nas Bandas quando o Criador levar a sua alma. Isto
porque sua mãe lhe ter pedido quando, então, era
ainda jovem e se encontrava emigrado no Brasil.
Passava já da Meia-Noite quando se chegou
ao fim daquele maravilhoso espectáculo tendo sido cortado,
e distribuído pelos presentes, uma deliciosa fatia de
bolo acompanhada com uma taça de champanhe.
O trabalho de Mestre-de-Cerimónias esteve,
e muito bem, entregue ao cuidado de Maria Fernanda.