AS CASAS DA TERCEIRA IDADE NA ILHA DO PICO - AÇORES

Por: Paulo Luís Ávila
Adiaspora.com


Casa dos Idosos da Madalena

A Santa Casa da Misericórdia da Madalena foi a que primeiro construiu um edifício de raiz, conforme documenta uma das fotos. Este Edifício faz parte dos muitos que chamam a atenção na Vila Fronteira, foi erguido nos terrenos deixados pelo Conselheiro Terra Pinheiro e sua Esposa e foi inaugurado no dia um de Agosto de mil novecentos e oitenta e sete. É considerado o maior recolhimento de idosos da Ilha, uma vez que possui capacidade para albergar 60 utentes. Não oficialmente soubemos que há doentes mal instalados, inclusivamente a dormirem em dispensas. Ao todo trabalham para aquela instituição setenta funcionários e quarenta e três a prestarem serviço dentro do edifício, e os restantes escalonados para o apoio domiciliário. De referir que o primeiro utente foi da Candelária e tem oitenta e sete anos e dá pelo nome de José Rodrigues da Fonte. A pessoa mais idosa é uma anciã com a idade de noventa e três anos, residia na Areia Larga e chama-se Alice Augusta Medeiros. Há quartos particulares e quartos onde coabitam mais pessoas. Já há alguns anos é Provedor, José António Soares.


Casa dos Idosos de São Roque

No concelho de São Roque e aproveitando a cedência do edifício do antigo Hospital da Santa Casa da Misericórdia, depois de várias adaptações, aquele edifício foi direccionado para ali funcionar a Casa da Terceira Idade do Concelho de São Roque, que tem capacidade para abrigar 29 idosos. Funciona ainda como centro de dia e dá apoio domiciliário aos idosos que não querem abandonar os seus lares e são deste modo amparados o que não implica o seu desenraizamento do seu cantinho. Está à frente dos destinos daquela instituição o Provedor, Paulo Jaime.


Casa dos Idosos na Piedade

A Santa Casa da Misericórdia das Lajes do Pico, segundo o historiador Ermelindo Ávila e transcrevo-o com a devida vénia: é a mais antiga instituição da Ilha do Pico. Teve os primeiros estatutos escritos em 28 de Dezembro de 1750, que foram assinados pelo provedor Pe. Mathias Cardoso Machado Bettencourt e pelos restantes vinte irmãos. Curiosamente apenas três não sabiam assinar o seu nome. A Misericórdia promovia anualmente as festividades da Visitação e do Senhor dos Passos. (Dos Passos erguidos nas ruas da vila, restam três...) a essas festividades, bem como às cerimónias da Semana Santa e ao dia de Fiéis Defuntos eram obrigados a comparecer os irmãos sob pena de multa. Como património possuía a Casa da Misericórdia que foi substituída em cumprimento de um voto do povo, por se ter degradado a mesma com as erupções vulcânicas de 1718 e 1720, pela Igreja da Misericórdia, um templo de duas naves que existiu ao lado do actual Edifício dos Correios, mas teve também vida efémera. Em 1911 foi demolida e a pedra foi aproveitada para a construção da actual Matriz. O único património que lhe era pertença era o hospital sub-regional da Santa Casa da Misericórdia, que hoje é o Centro de Saúde do concelho das Lajes e que foi inaugurado no mês de Janeiro de 1960.
A Santa Casa da Misericórdia adaptou uma casa de moradia na freguesia da Piedade para instalar os idosos do concelho das Lajes e é nessa freguesia que funciona a Casa da Terceira Idade. Com a mesma capacidade (12 idosos) foi construída de raiz na mesma freguesia outra residência mas, para além de beneficiar de melhores acomodações possui ainda uma lavandaria e melhores acessibilidades. O jovem mais idoso que já atingiu os 91 anos de idade é José Azevedo Freitas (do Canto), que está no pleno uso de suas faculdades mentais. Nas Lajes adaptando uma velha casa de moradia funciona uma creche e um Jardim de Infância e uma cozinha que fornece as refeições aos idosos do concelho. À frente da instituição está Roberto Madruga Soares, que tem um plano para remodelar e adaptar a casa que pertenceu a Manuel José Machado, sita ao lado da casa de Edmundo Machado Ávila, no Largo do Cruzeiro e que vai também albergar 12 idosos. É sua intenção apoiar os idosos mais carenciados e proporcionar-lhes toda as condições para que não se sintam desenraizados e afastados do seu lar. Para tanto existem várias equipes de acompanhamento e de apoio domiciliário sete dias por semana.