O Vice-Presidente do Governo Regional dos Açores

Os temas desta semana cultural são aliciantes porque são a reflexão da nossa vida no que concerne ao passado, ao presente e ao futuro. Todos nós temos um passado um presente e pretendemos ter um futuro, neste contexto é muito fácil dizermos que não há melhor futuro do que percebemos o nosso passado, compreendermos o nosso presente e perspectivarmos o nosso futuro. Isso aplica-se a cada um de nós nas nossas vidas e particularmente se assim o entendermos numa Casa dos Açores da nossa região. Eu sou contra, absolutamente contra, os discursos nostálgicos, os discursos da saudade e os discursos da lembrança do que passou mas sou, essencialmente a favor da reflexão que convosco quero fazer sobre o nosso futuro. Os Açores de hoje são sem dúvida uma verdadeira terra de oportunidades. Quem conheceu os Açores nos anos 60, 70 e 80 sabe como todos nós sentimos na pele que os Açores eram uma terra sem futuro e sem oportunidades. Houve uma verdadeira revolução geracional que ocorreu na nossa região e que foi transformar uma terra com as oportunidades o futuro dos nossos filhos e por outro lado transformar uma região de emigração numa região de imigração. Esse grande desafio foi conseguido ao longo dos últimos anos. Era esta a mensagem que gostaria de deixar aqui ficar, uma mensagem do presente onde assumimos que somos a região do país de maior crescimento económico e maior desenvolvimento, tem registrado oficialmente nos critérios normais com qualificação para esse desenvolvimento. Segundo os últimos dados de estatística os Açores cresceram nos últimos anos 8 vezes mais que a média nacional. Os Açores eram a região mais pobre do país até 2002 e nessa data já ultrapassou a região norte e ainda em 2003 se distanciou mais da região centro, por isso, é hoje considerada já uma região desenvolvida. Esse desenvolvimento acontece na actividade agrícola o nosso sector primário que inclui a agricultura, as pescas e o turismo.
Apesar disso estamo-nos estruturando para que sejamos no futuro aquilo que pretendemos, mas para apostarmos no desenvolvimento da nossa região temos que aproveitar a nossa juventude e dar-lhe formação profissional e qualificação adequada nas nossas escolas, se assim o fizermos, tiraremos maior rentabilidade daquilo que é nosso como por exemplo, a carne, o peixe, os nossos produtos lácteos, o nosso chá, criando imagens de marca, que possam ter valor acrescentado no exterior. O turismo nos Açores cresceu 200 por cento nos últimos 6 anos. Não há nenhuma região no país ou no mundo que tenha em tão pouco tempo registrado aquele crescimento, é importante continuar a crescer a este ritmo no futuro, para isso é necessário que aquilo que nós temos seja devidamente rentabilizado.
Não podemos transformar os Açores numas Caraíbas ou numa zona balneária onde é tudo igual e o que só muda é o clima e a praia. Temos de preservar e manter a nossa cultura, a nossa identidade e o nosso meio ambiente. Temos de criar e transformar os Açores para que sejam uma terra de oportunidades onde todos possam investir passar os tempos livres ou gozar as vossas justas e merecidas reformas. Os Açores do futuro só podem ser possíveis se tiverem a identidade do passado, se tiverem a coragem do passado, se tiverem o reconhecimento do presente e se tiverem a ambição do futuro. É por isso que este sonho lindo que todos nós transportamos na nossa alma, no nosso ser e na nossa identidade possa um dia ser realizado. Esse sonho é transformar os Açores num local pacato, isto é, onde cada um de nós possa e à sua medida contribuir para que as Ilhas do Atlântico sejam o local mais lindo do mundo. Sei que é esse o vosso desejo, sei que isso só é possível com a vossa contribuição. Aqueles que tiveram de abandonar a sua terra para ter futuro em outras paragens, hoje têm condições fortes para lá se fixarem, porque hoje é uma terra com futuro.

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