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Por: Carlos Morgadinho
E a prova desta afirmação está patente na grandiosa homenagem que lhe foi feita no Centro Cultural Português de Mississauga, no passado sábado, dia 8 de Outubro de 2005, pelas 20:30 Horas, que contou com a presença de 660 pessoas que é o mesmo que dizer estar aquele Salão Nobre completamente lotado (confessamos que nunca testemunhamos uma enchente neste Centro Cultural, pelo menos nestes últimos anos, e que contou com jantar além de um sarau de fados. O já referido jantar, bem à nossa moda, o caldo verde e o bacalhau na brasa, foi totalmente confeccionado e servido pelos elementos directivos e dedicados voluntários daquele prestigioso Centro Cultural da nossa comunidade, que agradou ao mais exigente palato.
Findo a refeição foi então tempo dedicado à nossa canção nacional, o Fado, e à lembrança daquela grande fadista e artista portuguesa que deixou o mundo dos vivos no dia 6 de Outubro de 1999. Com este fim, estiveram presentes, vindos directamente de Portugal, os fadistas Alexandra e António Laranjeira que vieram acompanhados de dois outros excelentes músicos, o José Carvalhinho e Manuel Mendes (guitarra portuguesa e viola, respectivamente). As funções de Mestre de Cerimónias daquela noite esteve, e muito bem, ao cuidado do conhecido jornalista e profissional da rádio local, o José Mário Coelho, que leu uma biografia da Amália que coincidiu há precisamente vinte anos atrás, mais precisamente no dia 6 de Outubro de 1986, quando entrevistou a Amália Rodrigues na visita desta a Toronto onde actuou num concerto no palco do Roy Thompson Hall lugar onde a nossa grande e saudosa Diva do Fado, recebeu das mãos do então Presidente da Câmara Municipal de Toronto, Art Eggleton, o documento oficial que promulgava o dia 6 de Outubro,”Dia da Amália Rodrigues” na Municipalidade de Toronto. Que coincidência bem trágica; de ser o dia 6 de Outubro a data que Amália foi homenageada naquela noite em Toronto e ser aquele mesmo dia que nos deixou para sempre. Foi também apresentado um vídeo em que mostrava “clips” da carreira artística da homenageada incluindo a entrega da placa do “Dia da Amália” pelo mencionado Art Eggleton aqui em Toronto e da mais alta condecoração da nação portuguesa, a Ordem Militar de Santiago de Espada, pelo então Presidente da Republica Portuguesa, o Dr. Mário Soares, em 1989, aquando dos seus 50 anos de carreira artística.
Actuou primeiro o fadista António Laranjeiro, do elenco da casa de fados “Marquês da Sé” de Lisboa, que, além de ser possuidor de uma excelente voz provou também ser um excelente intérprete da nossa canção nacional e que, naquela noite, foi bem merecedor dos muitos aplausos que recebeu naquele salão nobre. Quanto à actuação da Alexandra não temos palavras que possam descrever. Foi um sem fim de cantar das canções que imortalizaram Amália. A apoteose no fim do espectáculo, com o publico de pé e que não se cansava aplaudir esta artista, foi algo quase impossível de descrevermos nestas simples linhas que aqui deixamos. Não hajam dúvidas que Alexandra vincou e encantou mostrando bem a sua alma de verdadeira artista. Por isso não é de espantar que a Alexandra tenha sido contratada para interpretar a grande Diva do Fado, durante mais de três anos, no grande êxito musical “Amália”.
O palco estava, naquela noite, bem decorado com as fotos da homenageada e, além das guitarras e violas, encontrava-se um vestido preto que a Amália vestiu numa das suas ultimas actuações. Este vestido foi adquirido pelo Centro Cultural Português de Mississauga graças ao apoio de alguns comerciantes desta praça; a Fernanda e António Belas (Ferma); Horácio Domingos (Horácio Domingos Meats Ltd); Frank Alvarez (CIRV 88.9fm); José Nunes e Olívio Ricardo (Lions Disposal, Excavation & Demolition Ltd) os mesmos que, mais uma vez e em colaboração com este Centro Cultural, realizaram este sarau em memória de Amália Rodrigues.
A Presidente deste Centro Cultural, a jovem e dinâmica Vânia Domingos, subiu a palco para agradecer não só ao público que enchia completamente aquele salão de festas mas também a todos os que apoiaram com os seus patrocínios o evento daquela noite. A já mencionada comissão formada pelos referidos comerciantes e industriais foi também chamada ao palco para ali receberem os aplausos de quantos enchiam aquele lugar.
O impecável trabalho de luzes e sons esteve ao cuidado do conhecido profissional Tony Silva de TNT Productions.
Gostaríamos de deixar aqui um poema do poeta Euclides Cavaco radicado em London, Ontário, que dedicou recentemente à Amália Rodrigues: SEMPRE AMÁLIA Seis de Outubro malogrado Esta data desditosa Mas Amália não morrera
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