A Selecção de Portugal e as ruas
da nossa cidade
JMC
Adiaspora.com
Meu Deus, as ruas de Toronto, a nossa cidade,
renderam-se à nossa Selecção. Não
havia um buraco nas "nossas ruas", desta nossa cidade,
que não tivesse bandeiras, gente dançando e cantando,
milhares de carros buzinando.
Um pandemónio. Muita polícia para acalmar os ânimos
mas nada de anormal que justificasse as algemas policiais. A
malta portou-se à altura dos acontecimentos no sentido
positivo, sem arrufos, encontros indesejáveis, ou bebedeiras
que os enviassem para o mundo da loucura passageira. Tudo ruidoso,
berrante mesmo, mas com o sentido das responsabilidades civis.
Rapazes e raparigas vestidos de PORTUGAL, cheios de cor e forma,
tudo verde, encarnado, e amarelinho. Um espectáculo difícil
de igualar.
As montras e janelas resplandeciam de cor e
luz, e até as paredes das casas e prédios, transformaram-se
em arco-íris nacionais, pintados por artitas anónimos,
com as cores de paletas imaginárias, inspirados pela
mágia e raça dos nossos atletas no Mundial da
Alemanha´06. Momentos únicos na vida de um Povo,
um Povo vagabundo neste mundo cada vez mais acessível
pela tecnologia, mas cada vez mais incapaz de contribuir para
a igualdade entre os seres humanos.
Esta forma de expressar sentimentos, é
o pouco que nos resta...! E, os Portugueses, orgulhosos do seu
sangue, dos seus feitos do passado -aos poucos desvanecidos
pelo tempo e pela nossa pequenez-, deram vazão ao que
lhes ia na alma e gritaram: Viva Portugal, viva a Selecção!
Nada nem ninguém os poderiam calar.
Na College, na Dundas, e outras ruas das nossas,
o grito e as bandeiras, marcaram a diferença na habitual
calmaria dos dias de trabalho, e do rame-rame dos pequenos negócios.
Será que vamos continuar a manter a diferença?
Tudo depende da "sorte do jogo" que
nos cabe de seguida. Liderança, jogadores de talento
e fibra, não nos faltam. São 11 irmãos
(às vezes 10, e até 9...) dentro das 4 linhas,
justificando a camisola que envergam, honrado a raça
a que peretencem.
4 jogos já lá vão, o resto só Deus
é que sabe, como diz Scolari, e os 16% que sempre acreditaram
neles, onde me incluo!
E as nossas feias ruas da Dundas e da College ficam tão
bonitas de verde e encarnado...