FESTA DO V ANIVERSÁRIO DOS AMIGOS
DE RABO DE PEIXE DO ONTÁRIO

(Toronto, 15 de Novembro de 2003)

Por Carlos Morgadinho-Adiaspora.com

Com grande alegria os Amigos de Rabo de Peixe radicados no Ontário confraternizaram num jantar com baile no passado Sábado, dia 15 de Novembro de 2003, pelas 19:00 horas, no salão do Ukranian Hall Community Centre, em Toronto (junto ao parque Christie Pits). Mais de seiscentas pessoas compareceram àquela festa anual dos rabo-peixenses dos quais 53 elementos vindos de Nova Inglaterra, EUA, que dali partiram num autocarro expressamente alugado para o efeito para poderem compartilhar nesta festa de aniversário da sua casa "irmã" do Ontário. Com estes viajaram o Presidente daquela colectividade, José Paiva e o jornalista Manuel Falcão Viveiros Estrela, de Fall River. Presentes também os Presidentes de outras duas agremiações importantes da nossa Comunidade, de raízes micaelenses, os Amigos das Furnas e das Capelas, António Melo e Manuel Sousa, respectivamente.

Um pouco de história desta importante freguesia inserida no lado norte da Ilha de São Miguel, que com a sua baía, é tida por muitos, como uma das mais bonitas daquela Ilha. Sobre o seu nome Rabo de Peixe, há várias versões sobre a origem deste topónimo, uma das quais, segundo a lenda, refere-se a uns pescadores daquela freguesia que se fizeram ao mar alto e ali, durante a faina piscatória, apanharam nos seus anzóis um peixe de enormes proporções. Na inviabilidade de o trazer para terra cortaram-lhe então o rabo para que assim a sua história tivesse credibilidade e não serem tidos por mentirosos. Aquela parte do peixe capturado, um rabo enorme, quase afundou a embarcação, tal era o seu peso e tamanho. Segundo se consta houve, à sua chegada, grande festa na povoação a qual ficou a ser conhecida, desde então, por Rabo de Peixe.

O jantar totalmente confeccionado e servido por Cabral Catering, uma companhia do ramo de industria hoteleira (de fornecimento de refeições para casamentos, baptizados e outros eventos) sobejamente conhecida na nossa comunidade e não só, tendo, antes de ter-se iniciado a refeição, sido cantado o Hino Bom Jesus e a respectiva oração de Graças. Note-se que o seu proprietário, Paulo Cabral, é oriundo da freguesia de Rabo de Peixe, tendo sido, conjuntamente com a presidente desta associação, Fátima Pinheiro e a advogada Cidália Faria, todos naturais ou descendentes daquela freguesia, homenageados com Placas de Mérito, naquela noite de alegria e convívio, pelo contributo, dedicação e voluntariado dado àquela colectividade, e contribuído, desta maneira, para o bom nome de Portugal, da Região Autónoma dos Açores e da sua freguesia de Rabo de Peixe.

Após o jantar foi momento dos discursos da praxe habituais neste género de eventos por diversos oradores e entrega de Placas de Mérito às entidades acima referidas. Usou também da palavra o luso-descendente e ex-vereador de Toronto, Mário Silva e a ex-Conselheira (Trustee) da Direcção Escolar Pública, Nellie Pedro. O trabalho de Mestre-de-Cerimónias esteve ao cuidado de Cristina da Costa e Durval Ferreira.

Por fim, foi a vez da entrada do Grupo de Dança, com os seus tocadores (músicos), desta associação nos seus trajes coloridos e tradicionais de pescadores de Rabo de Peixe que dançaram o popular "bailinho" daquela freguesia, tendo-se-lhes juntado, no final da sua actuação, mais de metade dos presentes naquele salão de festas que, por mais de meia hora, deram o "gosto" ao pézinho. Foi, confessamos, uma imagem difícil de olvidar, no presenciar daquela massa compacta de gente - que ultrapassava as duzentas pessoas - a dançar o bailinho da sua terra natal e ver-lhes, estampado nos rostos, a alegria e a satisfação de puderem recordar os tempos recuados em que, naquele seu torrão natal, o faziam juntamente com familiares, amigos e vizinhos. Segundo nos disseram era hábito os pescadores daquela freguesia, pelas festividades do Divino Espírito Santo, de o dançar dentro de casa, enquanto, na rua, eram acompanhados pelo cantar de muito povo que ia entrando nas casas logo que ali houvesse lugar. Nas quadras aplicadas durante o cantar haviam algumas de cariz satírica ou travessa que era um modo de muitos puderem desabafar as agruras da vida ou as injustiças sofridas.

O baile foi animado pelo conhecido conjunto Starlight e seu vocalista Tony Melo que "empurrou" uma multidão para a pista de dança para se "abanar" até à exaustão.