Domingo, 29 de Setembro de 2002
Reabertura das exposições
Exibição do vídeo da RTP-Açores sobre
as "CAVALHADAS" na Ribeira Seca da Ribeira Grande.
Seguiu-se uma intervenção do jornalista
Manuel Falcão Viveiros Estrela, um Rabo-Peixense há
muito radicado em Fall River (EUA) e colaborador do jornal de
língua portuguesa "O Jornal" daquela cidade da
Nova Inglaterra. Esta palestra bem interessante, um autêntico
grito de revolta pelo abandono que a sua terra natal, a freguesia
de Rabo de Peixe, vem sendo votada pelos governantes, tanto de
Lisboa, como de Ponta Delgada e da Ribeira Grande, sede do Distrito
em que está inserida. No final foi apresentado o seu último
trabalho literário com o título "O Chico e
o Bai-Bai", no qual dois imaginários protagonistas
tecem as suas críticas aos governantes, e que é,
ao fim e ao cabo, uma mensagem bem dura aos políticos que
não cumprem as suas promessas, uma obra que, na nossa opinião,
deveria ser lida por todos para assim nos inteiramos das injustiças
que são praticadas em muitos lugares da nossa pátria
bem amada, sendo Rabo de Peixe uma das infortunadas. Gostamos
imenso do trabalho do nosso colega Viveiros Estrela.
Manuel Falcão Viveiros Estrela
Seguiu-se a actuação do Grupo Folclórico
de Bailados de Brampton de raiz micaelense cuja coreografia foi
impecável executando conhecidas trechos da Ilha de S. Miguel
como Bela Aurora, Raminho de Salsa, Emigrante, Chamarrita, Baile
Furado, dança do Arco e Marinheiro, que a todos encantou.
Grupo Folclórico de Bailados de Brampton
Seguiu-se uma exibição da RTP-Açores
"Os Caminhos da Emigração Açoriana"
do Professor Fernando Melo. Para acabar aquela noite foi a vez
de uma mesa redonda conduzida pelo Professor Dr. José Carlos
Teixeira, com a participação de três pioneiros
açorianos da emigração para o Canadá,
Afonso Maria Tavares (de Rabo de Peixe), João Martins (de
S. Braz) e Manuel Arruda (da Bretanha). Dois outros, Manuel Vieira
(de Água de Pau) e Manuel Machado (das Furnas/Povoação)
não puderam comparecer por razões de saúde.
Bastante interessante depoimento destes nossos compatriotas, os
primeiros de um grupo de 18 açorianos e 66 continentais
que oficialmente emigraram para o Canadá, chegado a Halifax
no dia 14 de Maio de 1953 no Barco "Saturnia". Foi algo
que prendeu e fascinou do princípio ao fim as "peripécias"
dos primeiros anos por estas terras do Canadá, suas dificuldades,
desilusão e alegrias, tal como se estivéssemos a
ver um filme de aventuras pois, sem dúvida, eles, os pioneiros
foram verdadeiros aventureiros e audazes ao enfrentar o desconhecido
numa terra estranha e sem qualquer apoio ou garantias, abrindo
assim as portas a todos os outros que se lhe seguiram, sendo hoje
o seu número, não oficial, de mais de meio milhão
no Ontário e cem mil em Quebeque, não contando as
outras províncias. Foram deveras tempos difíceis.
Algo soubemos durante aquela mesa redonda e que veio deitar por
terra um mito que há muito se espalhou por todos os lugares
na nossa comunidade: que a primeira emigração era
constituída por gente sem instrução académica,
isto é de iletrados. Neste caso ficamos surpresos em saber
que era mandatório possuir no mínimo o exame da
4ª classe para se emigrar.
Oliveira Neto e Prof. J.C. Teixeira com os três pioneiros
açorianos
Para terminar este sarau de cultura foi a vez de uma prova deliciosa
dos queijos de S. Jorge com massa sovada.
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