MATANÇA DE PORCO NO AMOR DA PÁTRIA COMMUNITY
CENTRE
(Toronto, 22 de Novembro de 2003)
Por Carlos Morgadinho - Adiaspora .com
As festas regionais continuam bem enraizadas
nos nossos imigrantes e seus descendentes e a prova disto são
as inúmeras festas de cariz regional que se vêm realizando
ao longo do ano nos nossos clubes e associações.
Uma das que, sem sombra de duvidas, enche, indubitavelmente os
salões destas colectividades são as festas de matança
do porco por ser uma tradição que nos Açores
remonta de há séculos. Talvez pelo isolamento a
que foi votada pelos sucessivos governos de então, inclusive
no tempo da monarquia, e também à falta de recursos
das suas populações, estas preparavam-se como suprimento
para as suas necessidades alimentares das épocas invernais
com o abate de gado suíno que, posteriormente, salgado
e fumado, era um dos parcos recursos das suas gentes. É
de se notar que, por vezes, o mar se encontra picado por períodos
longos, não permitindo desta maneira que os pescadores
se fizessem ao mar para a faina piscatória. Era pois da
carne de porco que se alimentava grande parte das populações
das ilhas.
Assim, e no cumprimento destas tradições,
as gentes açorianas imigradas pela diáspora festejam
anualmente este acontecimento ancestral. Assim acontece na nossa
Comunidade onde muitas agremiações comunitárias,
senão quase todas, têm a sua festa de matança
de porco.
Desta vez foi o Amor da Pátria Community Centre de Toronto,
cujos membros são, na sua maioria, oriundos das ilhas do
Faial e do Pico, a festejar este acontecimento no passado Sábado,
dia 22 de Novembro de 2003, com um jantar e baile no Salão
de festas da Igreja de Santa Helena que foi deveras pequeno para
acomodar mais de quatrocentas e cinquenta pessoas que ali afluíram.
O jantar, tipo bufete, era constituído por um repasto totalmente
confeccionado por um grupo de senhoras directoras, sócias
e amigas deste popular clube regional e que estava uma delícia
pelo que congratulamos aquelas senhoras. Totalmente, como é
óbvio, as iguarias foram confeccionadas à moda daquelas
ilhas que incluíam sopas do Espírito Santo, morcelas,
inhames, vegetais, fígados, torresmos, carne de porco,
toucinho, batata doce, feijoada e outros mais apetitosos pratos
bem do agrado não só das gentes açorianas
como de outras regiões de Portugal.
Após o jantar foi a vez das arrematações
que incluía além dos animais abatidos outras ofertas
de sócios e amigos que incluíam garrafas de vinhos
e licores abafados , arranjos florais, bolos, cavacas, etc.
Por fim, foi o pezinho de dança animado por música
DJ facultada por "JL Áudio" que levou uma multidão
para a pista de dança para ali fazerem a digestão
de tão saboroso manjar. Os intervalos foram, como é
da praxe, motivo para dançar-se a famosa Chamarrita do
Pico onde muitos dos presentes, jovens e menos jovens, poderam,
desta maneira, dar ao pé numa dança bem tradicional
dos Açores.
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