topo
linha2

Fotogaleria

 
» Home » Crónicas e Artigos »José Gabriel Ávila » Açores – um destino que vale a pena 

 

Açores – um destino que vale a pena 

 

“Visitaçores”, é o apelo em destaque no stand dos Açores, na BTL, que quarta-feira abriu em Lisboa.

A Feira de Turismo, criada em 2008, constitui a grande mostra nacional onde todas as regiões portuguesas tentam captar o interesse dos grandes operadores nacionais e estrangeiros para os seus destinos.

Este ano o país convidado é o Brasil. No entanto, outros 27 países estão lá representados com cerca de 400 empresários ligados ao setor. Ao todo a BTL  reune 980 empresários, 20% dos quais estrangeiros.

É por isso que a organização da Feira afirma que Portugal e o mundo fazem escala ali numa paragem para um tipo de negócios com cada vez mais expressão e importância nas economias nacionais.

Ninguém ignora, porém que qualquer crise, seja ela económico-financeira e política ou resultante de conflitos militares nacionais e regionais, afeta, gravemente, a procura turística. Os tempos que correm não são, portanto, favoráveis aos destinos de economias mais débeis.

O responsável governamental pelo turismo madeirense revelou que, em 2011, registou-se um decréscimo de 15% no número de visitantes, a maioria dos quais nacionais.

Não admira, pois que os Açores tenham registado um diminuição da procura do mercado nacional cujo peso é muito significativo. É a consequência evidente da crise por que passa a classe média portuguesa que perde, constantemente, poder de compra e restringe ao máximo as suas despesas optando por gozar férias dentro de portas.

É neste contexto sócio-económico português que os empresários açorianos terão de viver neste ano e nos próximos anos, procurando mercados alternativos no estrangeiro.

Os destinos turísticos afirmam-se cada vez mais pelas suas singularidades e longe vão os tempos em que se pensava que só o sol e as praias captavam visitantes. O facto de haver 6 praias açorianas pré-finalistas no concurso das 7 Maravilhas das Praias de Portugal, não redundará numa maior procura.

As características turísticas do destino Açores estão bem definidas e centram-se no turismo de natureza, no eco-turismo, no “whale-watching”, no mergulho e em desportos náuticos. Neste domínio, o volume de negócios, em 2011, atingiu os 3 milhões de euros.

Num futuro próximo, estou disso convencido, o turismo ligado à saúde, dadas as nossas qualidades ambientais, constituirá outra área interessante, desde que se aposte em instalações e na prestação de serviços de saúde de qualidade, adequados à terceira idade.

O mercado do norte da Europa, constituído por uma população envelhecida que, em anos passados, já experimentou o clima ameno do inverno nos percursos a pé à descobarta das ilhas, será um mercado alvo. Pode até acontecer que investidores daqueles países se mostrem abertos a parcerias com empresários locais na construção de infraestruturas.

As mudanças civilizacionais e de mentalidade que, permanentemente, ocorrem permitem antever novas oportunidades para os Açores.

Contrariando quem defende que os Açores são um destino caro, a revista norte-americana “Budget Travel” apresenta o arquipélago como um dos 10 destinos mundiais a visitar já em 2012, atendendo à qualidade e baixo custo da oferta. Este é um bom exemplo de promoção internacional que trará, certamente, os seus frutos, pois os EUA são um mercado de grandes dimensões e com fortes ligações a esta terra de emigrantes.

Admira-me que a Câmara do Comércio de P. Delgada, nas propostas recentemente apresentadas para reduzir o desemprego, defenda, com ligeireza, “a revisão da política de promoção turística”, sem, todavia, apresentar quaisquer sugestões.

Já o afirmei uma vez e volto a repetir: nos anos 80, encerrou em Ponta Delgada o Hotel Infante, por falta de ocupação. Os tempos mudaram e o turismo surge agora com um setor basilar na economia açoriana.

Passaram cerca de 20 anos e a atividade está ainda numa fase incipiente, apesar do muito que têm feito o empresariado regional, em todas as ilhas.

Há muitos e bons exemplos que nos levam a acreditar que com mais ou menos dificuldades, a capacidade criativa e empreendedora dos operadores turísticos encontrará respostas adequadas para as dificuldades que sempre surgirão. Com a ajuda dos poderes públicos.

No mundo dos negócios, como em tudo, parar é morrer. Muito mais no turismo onde as ofertas são diversificadas e concorrencialmente atrativas.

 

Queremos ouvir a sua opinião, sugestões ou dúvidas:

info@adiaspora.com

  Voltar para Crónicas e Artigos

bottom
Copyright - Adiaspora.com - 2007