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África Moribunda


África vive momentos dramáticos, onde a ditadura profetizada de alguns Líderes, se impõem à democracia e à Liberdade do seu Povo. É inútil continuar a tratar os actuais dirigentes africanos como se fossem legítimos estadistas e representantes do seu povo. Como se honrassem tratados de paz e se preocupassem com a melhoria das condições de vida do seu país. Numa palavra, como se eles fossem minimamente sérios. É preciso, sim, tratá-los como salteadores. Reconhecê-los como usurpadores. Tomá-los como gente sem palavra nem escrúpulos. Assumir o direito à ingerência – diplomática, económica, militar. Proibi-los, como ao general Pinochet, de circularem pelo mundo como gente importante e impune. Expulsá-los dos organismos internacionais. Proibir os suíços e outros países da Europa, de lhes esconderem o dinheiro. Condicionar os contratos celebrados pelas multinacionais com eles. Proclamá-los, para todos os efeitos, fora-da-lei internacionais.

Reparem só neste episódio, passado há bem pouco tempo no Zimbabwe, com o seu ignorante e déspota ditador Presidente Robert Mugabe, aquando da festa que ele mandou promover sobre a data do seu aniversário, onde encomendou: 2.000 garrafas de champanhe francês; 8.000 lagostas; 1.000 quilos de gambas; 4.000 doses de caviar; 3.000 patos; 16.000 ovos e 8.000 caixas de bom-bons. Uma verdadeira romaria em comes e bebes! Do outro lado, estão sete milhões de pessoas, a necessitar de ajuda humanitária diária para não morrerem à fome; 60.000 pessoas infectadas pela cólera, onde 3.000 já faleceram. Malária e SIDA de “vento em popa”, sem assistência médica e medicamentosa, sem controlo; 94% da população encontra-se desempregada e com uma inflação de 231.000.000% ao ano. Poder-se-ia imaginar que iria um mundo de distância entre estes dois lados, mas não! Ambos se passam no mesmo país, no Zimbabwe, onde se organizou uma “festinha” de aniversário, em honra de sua excelência o sr. Robert Mugabe, enquanto a esmagadora maioria da população vive, ou melhor, sobrevive “do outro lado”, condenados à morte pela fome e pelas doenças infecto-contagiosas.

Deixemo-nos de meias-palavras ou pudores politicamente correctos: o que se passa hoje em África é uma tragédia vergonhosa e sem fim à vista. E essa tragédia é obra, e responsabilidade dos seus dirigentes Africanos de hoje.

Até quando?

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