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Anda Tudo Estranho, Enigmático!


Acontece que hoje, no nosso país, há ansiedade. Muitas dúvidas. E incerteza.

Anda tudo estranho. O país está esquisito. Paira um ambiente de suspeição e de anátema sobre tudo e sobre todos. Portugal vive Africanizado, está a transformar-se num país multifacetado, virado para dentro de si próprio, num estranho acto de auto flagelação interna que coloca à vista geral o pior das suas entranhas.

O que pretendo ilustrar é tão-só este desequilíbrio criado em Portugal entre as bolsas de modernidade, de riqueza e de bem-estar e a vastidão do atraso, da pobreza e do desconforto. Verifica-se o mesmo fenómeno noutros países?

Com certeza. Todo o desenvolvimento é desequilibrado e contraditório. Mas, em Portugal, é mais desequilibrado e mais desigual. Engordámos um pouco durante uns anos, ficámos a parecer melhor, sem dúvida, mas, ao primeiro perigo, ao primeiro alarme, vemos que estamos na pele e no osso. A poupança diminui a olhos vistos. O país está endividado. As famílias estão empenhadas. As empresas estão na penúria. As viaturas dos portugueses, andam com os depósitos de combustível, vazios. O petróleo aumenta dia sim, dia não, e o euro, está mais caro que o ouro. É indiscutível que há um cenário negativo que pode condicionar este percurso: a crise económica a nível mundial. No entanto, as vicissitudes da economia e da sociedade portuguesa confirmam um estilo: adiar o que faz falta para fazer o que dá nas vistas.

Vivemos de migalhas e satisfazemo-nos com umas décimas acima do percentual do crescimento económico previsto. Esquecemos que continuamos em divergência face ao crescimento médio da União Europeia e que Espanha, por exemplo, vai longe do nosso alcance. Uma coisa é certa: a promiscuidade entre poderosos interesses privados e a gestão da coisa pública atingiu entre nós proporções inimagináveis. As consequências estão à vista uma democracia moribunda, um pequeno grupo que enriquece à custa dos bens colectivos e os pobres, esses, cada vez mais pobres. Tudo isto como uma corrupção generalizada como pano de fundo. Como foi possível que a democracia de Abril, fundada sobre os valores da ética republicana, tão propagada , se tenha abastardado a este pronto?

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