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Ano Velho - Ano Novo


Ainda ontem, um ontem que já vai distante, estávamos no segundo século da era cristã. Todavia, foi já há oito anos que entramos no terceiro milénio.

Dentro de poucos dias iniciamos o primeiro dia do ano de 2009. O tempo passa com uma velocidade tremenda. Na última edição deste semanário um ilustre articulista recordou um trabalho que havíamos publicado em 1962. Não foi há muito, julgava eu, que escrevi e publiquei esse trabalho. No entanto, já se passaram 46 anos! E durante este tempo, quantos acontecimentos se deram, uns maravilhosos outros bem tristes e amargos! Mas não vou recordá-los porque seria fastidioso. Ficam só para mim...  É bom que esqueçamos algo do passado  mau que aconteceu. Melhor ficar pelo ano de 2008 que está a findar. Dá matéria de sobra para que  possa ser analisado com calma e serenidade e dessa analise se  tirarem as dilações devidas. Mas não é trabalho para este escrito, que, afinal, não pode referir tudo o que há acontecido nestes 366 dias (foi ano bissexto...) que irá terminar. Em diversas nações está na rua uma onda de terrorismo  que provoca a destruição e a morte de milhares de vítimas inocentes.

É a guerra em toda a sua desenfreada acção criminosa contra povos indefesos: adultos e crianças indefesas. São os atentados bombistas a causar a morte e a destruição. Uma crise tremenda instalou-se na sociedade mundial, provocando malefícios sem conta. A fome atinge muitos povos, até mesmo neste Pais “à beira mar plantado”. São os bancos com depósitos sem cobertura... São as empresas, sem puderem acorrer ao crédito, a caírem em falência. São, daí, os operários e serventuários a caminhar desastrosamente para o desemprego. São as famílias “espoliadas” das suas casas que adquiriram com certo entusiasmo embora com enormes sacrifícios e que delas ficam desapossadas, porque não tem capacidade financeira para saldar as prestações vencidas e com os juros em ascensão desmedida. São os professores em luta permanente contra inexplicáveis medidas governamentais que exigem, aos respectivos serviços, avaliações que reputam de vexatórias.

São os operários despedidos das fábricas que encerram às dezenas ou centenas por rotura financeira. São os preços dos géneros de primeira necessidade a subirem drasticamente, impossibilitando as famílias de minguados recursos de os puderem adquirir, consoante as respectivas necessidades. É uma pobreza envergonhada que se vai instalando a pouco e pouco atingindo, sobretudo, as crianças e os velhos, que têm de valer-se – quantas vezes !...- dos caixotes do lixo para recuperarem algum alimento, ali deixado por  outros mais abastados... E pior vai ser o ano que se iniciará dizem os economistas e analistas.

Na realidade, uma crise tenebrosa se instalou, mesmo nos países ricos, como é o caso dos Estados Unidos da América, que a todos atinge e que dificilmente será debelada. Portugal  está também em crise pois não podia fazer excepção... Por reflexo não tardará que essa crise chegue aos Açores onde, aliás, já se nota a subida de preços de vários géneros de utilização doméstica. Já está anunciada a subida do preço do gáz e da electricidade... Antigamente publicavam-se nestas Ilhas almanaques, onde vinham diversas informações do tempo e presságios dos sucessos que poderiam vir a acontecer. E terminavam “Deus super omnia”. Que o Senhor a todos ampare e proteja na hecatombe que se avizinha. Que a paz se mantenha e que os mais abastados olhem pela sociedade que os rodeia, promovendo eventos que permitam dar trabalho aos desempregados e conforto aos que, dia-a-dia lhes prestam serviços, num esforço por vezes sobre humano, para garantirem a sua sobrevivência e dos seus familiares.

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