Em 18 de Fevereiro do ano transato, acerca de igual evento desportivo escrevia o seguinte: “nunca me cansarei de afirmar e de defender, que antes de se apostar na entrada dos clubes desta terra na alta competição das provas desportivas nacionais, muito mais se deveria investir,(…) numa sã e sólida formação escolar, social e desportiva dos nossos jovens. Aí sim, as nossas autarquias deveriam gastar muitos mais milhares de euros. Algum dia isso virá a acontecer? Confiamos que esses dias estão próximos…”
Este arrazoado opinativo vinha na sequência duma apreciação que havia feito sobre a Copa Atlântico 2010, que teve lugar nesta vila nos dias 13, 15 e 16 de Fevereiro de 2010, com enorme êxito e com a presença de 11 equipas de Futebol 7.
Nem imaginava que hoje estivesse colaborando na direcção do Vitória Futebol Clube…
Noutras funções o pensamento continua igual e assim vou me debruçar sobre a edição deste ano que terminou na passada terça-feira, com a participação das equipas de Escolas – Futebol 7, dos clubes do Pico: Madalena, Lajense “A” e Lajense “B”, Vitoria “A” e Vitoria “B”, não comparecendo a equipa do Boavista de São Mateus e ainda, ou principalmente, com a participação superior das equipas continentais da Escola de Futebol – Grândolafoot e Sporting Clube Olhanense, esta última a vencedora.
Do sábado - 9 de Abril até à 3ª feira - 12 de Abril, dezenas de crianças, com o gosto pelo futebol, muitos pais, mães e seus familiares, vindos do continente ou vindos das outras vilas do Pico, algumas dezenas de entusiastas do futebol, todos quiseram acompanhar com incentivos e aplausos o decorrer dos jogos em simultâneo nos campos “1” e “2”, em que se converteu o piso sintético do Campo do Vitória Futebol Clube.
O Olhanense vencedor, bateu na final por 3-0 o Grândolafoot que ficou em 2º lugar, o Vitoria “A” arrecadou o 3º lugar em renhida disputa com o Madalena que só foi vencido no último penalti e que angariou assim o 4º lugar e o Vitoria “B” conseguiu o 5º lugar.
Independentemente da classificação, que apenas se regista para memória futura, foi bom de ver e deu para meditar sobre o quanto se gasta em futebol sénior e do que pouco que se investe nestes escalões de verdadeira formação de atletas e de futuros membros actuantes nas nossas comunidades. Sim, hoje as escolas de futebol, se bem orientadas com técnicos capazes, terão enorme influência no futuro desses homens de amanhã. O que falta? Muito ainda. Para já também uma nova mentalidade dos pais/encarregados de educação.
Nota curiosa: Nas camisolas dos meninos das equipas do continente, todas tinham gravado o nome do jogador. Perguntei quem comparticipava tal despesa? Resposta: Os pais que também pagam mensalmente para manter os seus filhos nas escolas destas instituições desportivas, e adiantava o dirigente: daí a qualidade que conseguimos...
É ou não esta, outra mentalidade? Por cá, os dirigentes dos clubes que voluntariamente acedem a esses cargos, são vistos, quase, como que obrigados a tudo darem aos miúdos e a tudo serem obrigados a lhes proporcionarem, mas também é verdade que muitos pais já vão compreendendo a missão formadora das escolas de Futebol 7 dos nossos clubes, mas ainda são muito poucos.
Uma palavra aqui se impõe à Edilidade de São Roque que destina todos os anos uma verba, protocolada com os clubes, por cada jogador inscrito nos escalões de formação.
Faltarão agora os Técnicos. Os que existem por cá são poucos e só temos a agradecer-lhes a sua dedicação. Por isso não posso deixar de relembrar o excelente trabalho que o Gui Goulart continua a fazer nesses escalões no Vitória.
Um pequeno reparo: Nada de RTP, nem de RDP, para só falar de canais públicos. Não era polémico? Não era notícia… Será só por isso? E o esforço e entrega dessas crianças não merecia algum apontamento, pelo menos no dia da conclusão da Copa Atlântico - 2011? Sem mais comentários termino endereçando uma palavra amiga e de incentivo, ao trabalho desenvolvido pelo Tiago Ávila e seus colaboradores, na organização de mais este evento desportivo de qualidade, na vila de São Roque.
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