As Televisões, tantas vezes armadas em árbitros da moral pública, dão-nos cada “bailarico” com a venda de produtos e aparelhos em publicidade, que nos deixam a todos “embasbacados”! Nem as Televisões piores de Itália, Brasil e dos Estados Unidos, fornecem, como neste nosso país, tanta publicidade no meio de qualquer programa, seguido de Telejornais transformados em folhetins de “faca e alguidar”, de manipulação e de violência exercida sobre quem sofre e quem vê sofrerem.
As Televisões portuguesas, mentem mais do que os políticos, são mais arrogantes do que os treinadores de futebol, mais depravadas do que os patrões de bordel, mais cúpidas do que os proxenetas e mais imorais do que os traficantes.
As Televisões portuguesas, representam o mais violento atentado contra a cultura. Denunciam dramas e tragédias, como quem vende lotes de sardinhas; exploram os humildes, a caridade pública, com um único fim, obter lucros ou donativos, abusando da boa fé, da ignorância, bondade ou posição de alguém.
A Televisão portuguesa, exibe um total desprezo pelas elites. Só ultrapassado pelo que nutre pelas classes populares, que considera gananciosas, estúpidas e taradas. A Televisão portuguesa podia combinar cultura de massas com cultura simplesmente. Sexo com decência. Pensamento com emoções. Seriedade com trivialidades! E informação com publicidade. Mas não! Nem sequer procura um equilíbrio sensato.
Apenas se preocupam com a “concorrência”, ou seja, se o canal “A” trás a público um homicida que degolou a mulher; o canal “B”, procura, de imediato, apresentar um criminoso mais bárbaro, mais sanguinário, mais cruel. Se o canal “C” exibe um tumor; o canal “D” mostra, de imediato, um cancro maligno. Se o canal “E” expõe em concurso um “Seat Leon”; o canal “F” põe em vista um “BMW”. Todas elas empenham-se, numa exibição desenfreada de quem “vende mais”! Querem nivelar por baixo. Querem fazer o pleno da mediocridade, produzindo “Lixo”! Lixo nacional e comprando todo o Lixo Internacional disponível. Os diferentes canais, nas suas programações, podiam competir entre eles pela seriedade e pela pontualidade. Em vez disso, dá-lhes para competir com a desgraça, com a miséria, com a baixeza, com a indignidade…comercialmente!
A sociedade democrática é assim. A cultura de massas é a que temos. As vicissitudes da economia e da sociedade portuguesa confirmam um estilo: adiar o que faz falta para fazer o que dá nas vistas.
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