O nosso País está a viver dias de pouca valia, estamos realmente a atravessar uma crise, não só financeira, como uma crise cultural, o que é mais grave! Em Portugal, com o sistema educativo que temos e graças à televisão, nunca os Portugueses alcançarão níveis de leitura de livros e jornais sequer equivalentes a um quarto dos que se registam nos países Europeus. A hipótese de leitura de massas chegou…tarde de mais.
Em Portugal não se criará um pólo de desenvolvimento científico e de inovação tecnológica com significado Europeu. O Estado e a maior parte das Universidades nunca deram valor à Investigação. Não há empresas que dela necessitem. E os meios científicos nacionais não constituem massa crítica onde possam nascer mais centros de excelência. A distância que nos separa da Europa, dos Estados Unidos e do Japão é enorme e cresce todos os dias. O máximo que se conseguirá é que alguns portugueses colaborem em redes europeias.
As nossas Entidades Oficiais, bem como os nossos meios de comunicação televisivos, dedicam-se mais ao Futebol. Há mais popularidade, dá mais votos! Por exemplo, quem não assistiu àquela onda de histeria que se criou à volta da eleição de Cristiano Ronaldo como sendo o "melhor jogador do mundo"? Chegou a ser chocante! Foi uma transmissão, entre as 17H30 de segunda-feira e a uma da manhã de terça. Com a agravante de não ter havido ao longo da emissão uma única nota crítica, sobre alguns excessos recentes do jogador, nomeadamente "gastos astronómicos em discotecas", na aquisição de "Ferraris", com as "namoradas em série", bem como "despropositados protestos em campo contra árbitros e colegas", etc. Nada! Só elogios ao "Menino melhor do mundo", numa manifestação bacoca de pura graxa. Mas que Bajuladores! Assim não! Assim, não vamos a lado nenhum. Não se liquidará, a não ser pela morte, o analfabetismo adulto em Portugal. Milhares de analfabetos, ainda vivos, vão morrer assim, sem nunca terem lido uma palavra, sem nunca terem escrito uma carta. Desde os anos sessenta que as gerações dirigentes decidiram, deliberada mas ocultamente, que assim seria…
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