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Há vários anos, por iniciativa do Dr. Maciel e do ex-presidente da edilidade nortenha – o Eng. Manuel Joaquim Neves da Costa – o Grupo Coral das Lajes do Pico vem alegrando algumas noites natalícias, neste concelho nortenho. Bem ou mal, julgo que foi uma iniciativa feliz e mais não digo… porque faltam-me verbosidade condigna e alento consêntaneo…
Então, não abordarei os temas mais sonantes dos últimos dias, seja a beatificação de Karol Józef Wojtyła – Papa João Paulo II, que tanta satisfação traz a todos os cristãos, ou em contraponto, o raide militar americano que aniquilou o chefe terrorista Bin Laden e oxalá que com essa morte, recrudesça ou até se extinga de uma vez esse fenómeno horrível que a todos nós acaba por afetar: o terrorismo à escala global, seja o acordo governamental, a nível da Republica, com a “Troika” asfixiante, mas não menos esperançosa, já que o mundo salazarenho há muitas décadas mudou e estamos, felizmente, num mundo financeiro comandado pala nova moeda: o €uro.
E já estamos muito melhor, na defesa dos nossos direitos europeus. Ou será que não? Se assim for, pela negativa, que pena temos desses pobres de espírito (desculpem a vera afirmação).
Caros leitores, num misto de alegria e alguma preocupação, se é que tal é possível, trago-vos hoje um tema diferente:
Durante esta semana, o Grupo Coral das Lajes do Pico está realizando na Matriz Lajense, os trabalhos de gravação de mais um CD, com o contributo competente e qualificado do técnico da RDP-Açores, Raul Resendes e sob a orientação musical e artística do seu maestro, o Comendador Manuel Emílio Porto, o que é sinal de júbilo e aplauso, mas que poderá ser o último sob a sua orientação, o que então nos enche de tristeza e de consternação…
Há já mais de vinte anos que por ali passo muitas horas durante o ano, numa salutar ocupação de tempos livres, preenchidos com algo de que sempre gostei: praticar, ensaiar e executar os trechos musicais que Manuel Emílio Porto, e só ele, prepara para os diversos naipes do nosso Coral. Não sou dos pioneiros desse grupo, hoje restrito os vivos, que em Agosto de 1983 deu corpo a um projecto que, sendo então pensado só para comemorar condignamente o Centenário da Festa de Nossa Senhora de Lurdes, na vila baleeira, veio, felizmente, a extravasar para algo que se transformou num honroso historial de actuações, por muitas terras e alguns países, por esse mundo além. Desse grupo inicial. Do qual não tive a honra e felicidade de pertencer, lembro com saudade a Dª. Maria dos Santos, o Sr. Manuel Xavier, 0 Sr. João Brasileiro, o Sr. José Lopes, o amigo José Aurélio, a Dª. Adelaide, a Dª. Palmira e o meu irmão Paulo Luís, entre muitos outros, também já falecidos, mas a todos esses pioneiros, muitos ainda fazendo parte do numero dos vivos, aqui presto a minha homenagem sentida mas também muito calorosa e de gratidão.
Mas, mesmo que continue na orientação do Coral das Lajes, o que se espera e modestamente daqui endereço o meu caloroso incentivo, talvez seja o último trabalho de gravação do Coral das Lajes sob a direcção musical de Emílio Porto, por sua manifesta vontade (sic)… e daí a nossa tristeza e consternação por ver que, talvez, o calor humano de que este Grupo era credor, parece seguir, muitas vezes, como que esfriando, principalmente da parte de alguns , extremamente válidos e de enorme qualidade que, ainda muito podiam ajudar, mas que, não sei se por mero comodismo, vão-se retirando e abandonando um barco que ainda teima e consegue navegar e bem de vento em popa…
Um grande abraço e um bem-haja ao caro amigo Maestro e Comendador, Professor Manuel Emílio Porto e votos de longa vida ao precioso e quase único bastião coral-cultural da nossa vila (para além do Coral Dominical da Matriz) o sempre celebrado e inquestionável Grupo Coral das Lajes do Pico. Podem duvidar, mas é difícil contestar…
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