Amarga e dolorosas... e anda persistem! Por quanto tempo? Julguei não ter novamente forças para aqui voltar... quedei-me num silêncio e numa apatia que a mim mesmo causava pavor.
Tem-me valido o amparo dos filhos, dos amigos e de tantos , de perto e de longe, que diariamente vão chegando com suas mensagens de reconfortante amizade e simpatia. Nem sei como lhes agradecer tantas provas de solidariedade e amizade, nestas horas amargas que estou vivendo...
Ele, o meu querido Filho Paulo Luís partiu! O Senhor o levou sem que nada supusesse que havia de nos deixar tão cedo. Já era madrugada quando nos separamos, para não mais voltar como habitualmente, à hora do almoço. E não mais voltou!...
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Ermelindo Ávila e filho Paulo Luis |
E dizem-me constantemente que tenho de conformar-me com a vontade do Senhor; que a minha vida tem de continuar,,. Que os leitores aguardam com ansiedade os meus pobre escritos... Mas como?
Aceito que assim seja, mas custa tanto conformar-me com a ausência do querido Filho. Companheiro solicito e atento às minha solicitações...
Aceito que assim seja e espero que um dia nos havemos de encontrar ... Mas o Paulo Luís faz me falta e a tantos que o estimavam a apreciavam. Basta ler as mensagens que continuamente me estão chegando. Basta ler o que os jornais picoenses, “O Dever”, “Ilha Maior” e “Jornal do Pico” dele têm dito pelas penas de alguns amigos, além das próprios Redacções. E aqui fica a minha gratidão, da Esposa e dos Irmãos aos Directores daqueles Semanários e aos Amigos que lhe dedicaram expressivo e sentidas palavras de amizade e louvor: Pe. Paulo Silva, Pe. Raul Silva, actual Director de “O Dever”, Professora D. Elisa, Augusto Silva (Professor José Augusto Silva Azevedo), Dr. José Augusto Soares e, Dra. Genuína Sousa, Directora do “Jornal do Pico”- .E não só. Foram tantas as manifestações de pesar e de amizade que se torna difícil enumera-as neste modesto texto.
Contudo importa deixar uma palavra, minha e de toda a família do querido Paulo Luís, para as pessoas que assistiram à Missa Exequial e ao funeral, e aquela que enviaram flores, cerca de quatrocentas coroas e ramos, devendo aqui registar a presença do Presidente do Governo Regional, Dr. Carlos César, e a oferta de uma grande coroa de flores; às centenas de telefonemas que nos chegaram e continuam a da América e Canadá, do Continente português e de todas as ilhas açorianas, pois o nosso querido e saudoso Filho tinha amigos e conhecidos em toda a parte; às expressivas mensagens através da Int., dos telegramas e das cartas e cartões , que tantos foram, Aqueles que nos visitaram, e aqui deixo uma palavra de gratidão ao Sr. Dr. Ivo Moniz que, logo que teve conhecimento do infausto acontecimento, veio Ermelindo Ávila espontaneamente à nossa casa e nos acompanhou largo tempo, dando-nos uma assistência médica e moral que jamais esquecerei.
Por último um bem hajam a todas as pessoas, amigas, conhecidas e não só, que tiveram a caridade de assistir à Missa do Sétimo Dia, na Matriz das Lajes.
Do “Ilha Maior recordo estas judiciosas palavras: Ao longo dos últimos anos, Paulo Luís Ávila foi um prestável, alegre, amigo e colaborador de Ilha Maior. Sempre que os recursos humanos da redacção não conseguiam chegar ao acontecimento, ou por iniciativa própria, um telefonema bastava para ultrapassar o problema. Lajense de ema, Paulo Luís Ávila, sempre acompanhado da sua máquina fotográfica, deslocava-se ao longo dos últimos anos a registar toda a histórias da ilha, reproduzindo-as posteriormente, sobretudo junto das comunidades emigrantes no Canada e na América para onde viajava regularmente nos últimos anos.”
Do “Jornal do Pico”, só este dizer: Paulo Luís, como era mais conhecido, dividia o seu tempo entre o Pico e Toronto, sempre acompanhado pela máquina fotográfica e por um pequeno bloco de notas. Com estas duas ferramentas de trabalho registava os eventos culturais e sociais da ilha, as preocupações das suas gentes, o que de mal ou bem acontecia por aqui. Não fazia distinção entre grandes e pequenos acontecimentos por considerar que todos eram de grande importância, pelo simples facto de serem do Pico.”
O Pe. Paulo Silva, Director de “O Dever”, escreveu, entre outras coisas, estas notas simpáticas: “ Sempre solicito a servir este semanário, já o fazia há décadas, Paulo Luís sempre se prontificava a cobrir os acontecimentos com a preocupação de “O Dever” não ficar para trás na informação.” “Sempre bem disposto, alegre, divertido e empenhado, era assim que i víamos entrar tidas as segundas-feiras pela porta da nossa redacção adentro, de máquina de fotografias em riste, com muito trabalho feito”.
Era assim o querido Paulo Luís, que todos estimavam e admiravam pela sua dedicação à terra e às suas gentes. Um verdadeiro defensor a sua terra e da sua ilha, como escreveu, o Pe. Rui Silva.
E fico por aqui, triste e desolado. Que me desculpem aqueles a quem devia. por certo, ma palavra de referência mais ajustada. Não posso continuar. A todos, todos, de perto e de longe, amigos e conhecidos, deixo aqui o meu reconhecimento, a minha gratidão, o meu obrigado, em meu nome e em nome da esposa Aldora, da filha Pilar, dos netos e dos irmãos e familiares por tudo o que fizerem e disseram do querido Paulo Luís, que o Senhor levou para Si tão cedo.
Seja feita a Sua vontade e que a ele dê o Eterno Descanso.
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