Uma denominação que não é nossa mas de Portugal continental. No entanto ela já cá chegou .
A 13 de Junho a Igreja Católica celebra o santo português, Santo António de Lisboa. Mas a festa saiu há muito para a rua e agora é o santo casamenteiro.
O Município da Capital há anos que escolheu esse dia para auxiliar o casamento de noivos de fracos recursos. E a tradição mantêm-se. Os órgãos de comunicação social já há semanas que vem fazendo notícia dos “casamentos de Santo António”. Nesse dia não faltarão também as marchas populares, representativas dos diversos Bairros da Capital, a percorrer as artérias principais de Lisboa.
No Porto as marchas têm lugar no dia de São João, com a venda dos vasos de manjerico, os alhos porros e a sardinha assada em todas as ruas do arraial.
Aqui pelos Açores também já chegaram as marchas de S. João a Angra e de São João da Vila, a Vila Franca do Campo. Mas as marchas vão-se estendendo já a algumas ilhas, o que não deixa de ser simpático.
As marchas de Angra, as mais vistosas e até deslumbrantes, estão integradas nas “Festas da Cidade”, que compreendem diversos eventos durante uma semana inteira e à qual não falta o cortejo com a Rainha das Festas. Uma atracção turística de grande valia.
Por cá, em tempos idos, a véspera e noite de São João eram lembradas com as enormes fogueiras que se faziam nas ruas em frente das próprias habitações ou estabelecimentos comerciais. E com as merendas, principalmente na “Terra da Forca” e na costa marítima. Outros grupos deslocavam-se para o cimo das ladeiras, da encosta da vila, montavam iluminações à veneziana e aí faziam as suas “merendas”. Não faltavam os cantares e os foguetes durante a noite. Noite especial pois ela trazia por vezes surpresas às moças casadeiras que guardavam certos objectos em lugares escolhidos na esperança de se transformarem. Ultimamente surgiu o arraial da noite de São João, que não deixa de ter boa assistência, embora circunscrito a uma rua, que toda se enfeita e ilumina e onde não faltam também as sardinhas e outros manjares.
Na Vila das Lajes é o dia de São Pedro, que ainda pertence ao grupo dos Santos Populares. Em anos passados, ou remotos, a festa tinha lugar na lagoa da Maré em frente à centenária Ermida. Nas cercanias eram colocadas tigelas de barro com alcatrão, que iluminavam o arraial nocturno. No dia da festa havia também arraial com distribuição de pequenas “rosquilhas de aguardente”. Mas isso caiu em desuso até que em 1940, com o patrocínio da Câmara Municipal, se deu inicio ao Império com a distribuição de rosquilhas. Já decorreram sessenta e oito anos e, felizmente, o Império mantêm-se com grande afluência de forasteiros. É o que vai acontecer no Domingo, 29 do corrente, dia do Apóstolo São Pedro, que igualmente é o dia do feriado Municipal.
A Vila das Lajes, presentemente quase deserta pelas “delapidações” que lhe têm infligido, vê, nesse dia, as suas ruas repletas de pessoas, - algumas centenas ou milhares - vindas da ilha do Faial e das restantes freguesias da Ilha. Um dia de Festa grande e apetecido, festejado com alegria, entusiasmo e partilha dos bens da terra. Porque de partilha são todos os Impérios da Ilha.
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