Há imensas manifestações – monumentos naturais – da impetuosidade e devastação que as escorrências lávicas que, brotaram dos cones e crateras dos últimos vulcões do século XVIII, deixaram na nossa ilha. Aliás, é através da observação desses marcos da nossa história real, que os poderes instituídos devem meditar e concerteza que o tem feito, sobre as inúmeras formas de actuar em face a estas catástrofes naturais que, como todos bem sabemos, continuaremos a estar à mercê das suas consequências, pelo que nunca será demais continuar-se a estudar e a investigar as melhores soluções para obstar ou minorar os seus efeitos.
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O JUNCAL E O CASTELETE EM FUNDO |
Aqui há anos, tive a feliz oportunidade de assistir a uma aula no terreno, ministrada aos alunos da Escola Secundária das Lajes, pelo Professor Victor Hugo Forjaz, junto a um Cabeço que, segundo ele, teria sido o cone do último vulcão que teria atingido o Mistério da Silveira - S. João e foi também aí, através dos seus esclarecimentos, que percebi, como todos nós temos que nos habituar a viver com os vulcões, com a plena consciência que, além dos seus efeitos nefastos, também depois, anos passados, poderemos usufruir da atracção turístico-científica que toda essa realidade consigo acarreta, principalmente no meio científico internacional. Os Seminários e Encontros da especialidade tem acontecido já por diversas vezes na nossa ilha e disso são testemunho. Nessa consonância, já em Novembro de 2004, neste jornal, escrevi sobre “o projecto bastante criativo da Casa dos Vulcões a implementar no Lagido, Santa Luzia, em terreno já adquirido pela Região Autónoma dos Açores e que contará com a colaboração das três Câmaras do Pico e da Direcção Regional do Ambiente, empreendimento inovador que muito fica a dever à abnegação e audácia da nossa conterrânea Dr.ª Zilda França e concluía então: “Enfim… esperemos agora pela obra de adaptação daquelas antigas adegas no Lagido – Santa Luzia, a uma verdadeira casa de ciência viva – a Casa dos Vulcões do Pico e dos Açores.” De então para cá pouco se avançou mas isso não poderá servir para cruzarmos os braços, antes pelo contrário, temos de continuar a aspirar e confiar num futuro mais promissor…
Na outra vertente, a turística, julgo que muito mais se pode fazer.
Catalogar e preservar tantas manifestações naturais que por aí abundam e que, apenas como exemplo, realço duas delas: o Morro da Engrade e o Castelete das Lajes (nas fotos ainda aparece a “terra da forca”, que por incúria e desleixo desapareceu).
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MORRO DA ENGRADE COM VEGETAÇÃO - FOTO DE RPA |
Inventariar obriga a realçar todas as características inerentes: história (quantas lendas existirão à sua volta?), localização, tipo de lava, e quaisquer outras que se entendam introduzir como valorização e destaque dessa manifestação lávica (poderá ter outra classificação).
Certo é que são imensas, existem por essa ilha fora, quase nem lhes damos valor, porque se vulgarizam todos os dias diante dos nossos olhos, mas para os que nos visitam serão concerteza, depois de devidamente catalogadas e identificadas, pólos de atracção turística, contribuindo também para a programação dos locais a visitar e percursos a desenvolver na tão descuidada animação turística, mola real do tão desejado aumento da permanência dos turistas na nossa ilha. Não só, mas também…
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