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As Novidades de 2007


Realmente são deveras preocupantes algumas das inovações que nos trás este novo ano, o sétimo do século vinte e um.

Os povos continuam surpresos com tamanha barafunda e desequilíbrios que se vão notando e ainda vamos a mês e meio do novo ano. E já tantas coisas que vão acontecendo e outras que se esperam…

Tudo vai sucedendo paulatinamente, sem que as pessoas reajam energicamente, antes continuam a viver numa mornaça inquietante que não deixa de ser prenúncio de horas amargas que se aproximam. E não são apenas os conflitos nacionais e internacionais que causam inquietação aos espíritos mais atentos.

Se se fizer uma reflexão sobre os acontecimentos que dominaram o ano que passou; se se olhar seriamente para o que vai  por esse mundo fora, quer no sector social e religioso, quer económico chega-se à dolorosa conclusão de que maus tempos se aproximam; que não serão calmos e promissores os tempos que aí nos vêm. E, os mais atentos continuam a “pregar no deserto” sem que haja alguém que os acuda…

Fechado neste meu retiro, penso no despovoamento das nossas ilhas, principalmente desta em que fui nado, cresci e às suas pedras negras me agarrei, numa ânsia, talvez “louca”, de poder contribuir para o seu progresso, desenvolvimento e melhor viver do seu povo, meu patrício; penso no abandono das suas terras, na improdutividade das glebas que estão à nossa frente, outrora produtivas de cereais – principalmente o milho – que bastavam para o sustento das famílias. Vejo os matos a crescer, a tomar os terrenos de cultivo e a aproximarem-se selvaticamente dos antigos quintais, - onde antes eram semeadas as cebolas, as batatas, o feijão e as ervilhas, e o que mais necessário era para encher as cozinhas de ricos e pobres, - a chegarem quase às habitações sem que haja alguém que lhes impeça o aproximar triunfante, sem que se lhes estorve o caminhar açambarcador.

É preocupante o desinteresse dos novos pelas suas terras de origem. E também de alguns idosos. Os novos, que poucos são, saem de casa dos pais para prosseguirem estudos superiores em outras terras e normalmente não voltam. Apenas aqui aparecem, nos tempos de férias ou em visitas esporádicas. E, quando cá chegam, estranham o atraso que encontram como se não fossem eles os mais responsáveis por essa situação realmente aflitiva, uma vez que os pais já tudo fizeram para manter o desenvolvimento e já não estão em idade de começar novos empreendimentos.

O Sector Público, que era o mais seguro empregador, vai diminuindo serviços, promovendo transferências ou reformas e encerrando as respectivas repartições.

Quase não aparecem investidores porque não encontram mão-de-obra barata e nem sequer consumidores em número satisfatório para absorverem os produtos fabricados ou importados. E exportar os produtos localmente produzidos é praticamente desaconselhável porque o custo de produção torna impraticável a competição.

E se é gravosa a situação económica – o apertar do cinto já cá chegou – não menos preocupante a situação sócio - religiosa que se atravessa. Está visível principalmente na indiferença religiosa que por aí campeia, agravada pelas restrições que a hierarquia vai decretando, sem atinar no que fomos e no que ainda somos… E aqui anoto com tristeza a suspensão do único vespertino português…

Um referendo popular que há dias se realizou e que não interessou à maioria dos portugueses (segundo os resultados obtidos) vai servir, mesmo assim, e embora a Lei estabeleça que, neste caso, não é vinculativo o resultado, para que os governantes promulguem leis que, queiram ou não, mais servirão para a decadência social e familiar…

Que futuro nos espera? Ou melhor: que futuro está reservado às novas gerações?

E por aqui ficam as minhas reflexões de hoje. Não pretendo atingir ninguém mas somente dar vazão a um sentimento de desconforto que me domina, embora saiba que, como diz o velho rifão: a esperança é a última coisa a morrer! No entanto eapesar de tantas vicissitudes, ainda tenho esperanças nas gerações futuras.

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