Hoje governas tu, amanhã governo eu! O facto é conhecido, e os políticos, por serem sempre os mesmos, também. Dão-nos cada "bailarico", que nos deixam a todos "entregues à bicharada"! Por sua vez, os governos copiam as oposições, como estas fazem àqueles. Os governos de hoje, copiam os de ontem e vice-versa. Bem como as oposições presentes fazem às que as antecederam. A programação eleitoral é também análoga às anteriores, com algumas alterações aqui e ali. Estudam todos na mesma cartilha e jogam todos com ousadia inédita. Aos militantes e simpatizantes, prometem-lhes vitórias no chamado "referendo da regionalização" e, mais tarde, muito mais tarde, nas legislativas. Depois as opiniões mudam no interior do partido, aquando dos Congressos, devido os referidos programas serem abissalmente divergentes. As divisões são profundas de mais e a rivalidade pessoal é definitiva e azeda. Daí surgir, a habitual polémica, em torno dos seus Líderes, quanto às querelas de família em dia de partilhas.
Ontem, todos bem! Todos "meiguinhos", todos "embrulhadinhos", todos de acordo uns com os outros. Amanhã, todos se olham de soslaio, desconfiados e tentam, a todo o custo, apoderarem-se do poder, não olhando a meios para atingirem o fim. Entretanto, crescem os distúrbios nos estádios de futebol (corrupção, "compra" de árbitros, jogadores – "apito dourado") a acrescentar aos dos balneários, dos bastidores, das tesourarias, das sedes dos clubes, dos escritórios das federações, das comissões de árbitros e dos restaurantes da periferia. E agrava-se a crise financeira (mas já estamos habituados) e agrava-se também o braço-de-ferro entre os dirigentes e os clubes. No fim, são geralmente culpados dois ou três miúdos irresponsáveis das claques, um porteiro de estádio, um dirigente menor, dois polícias analfabetos, um jogador desprevenido, um árbitro estúpido…e a comunicação social, a nível de televisão, evidentemente.
Mas como a cumplicidade é grande, ajustadas as divergências momentâneas e sacrificados simbolicamente uns quantos idiotas, a família política e a família do futebol farão as pazes. Como na Máfia. E nós, Povo, ficámos a "chuchar" no dedo, a fazermos figura de "Otários" e de "Patetas Alegres"!
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