O ramal sul da vila foi repavimentado… não se poderia chamar “Rua Francisco Melo Ferreira”?
Muito se escreveu e se lamentou, sobre o encerramento dessa infra-estrutura de restauração, que durante mais de trinta anos havia “servido” esta ilha e quem nos visitava.
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Restaurante Lagoa reabriu com nova gerência |
Felizmente que alguém da “velha escola” daquele restaurante, o amigo Tomás, está envidando esforços para que - agora só na sala do primeiro piso - segundo nos informou, daqui a um mês espera já ter a funcionar o amplo e renovado salão do rés-do-chão, sempre procurando manter a tradicional ementa que lhe deu fama.
Sem qualquer intuito publicitário, desejamos-lhe os maiores sucessos, porque esse êxito será uma mais-valia para a vila das Lajes e para toda a ilha do Pico.
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Lajes Pico - antes da construção
da rua de saída sul da vila - o ramal |
Acontece que, no mesmo domingo que visitei o Restaurante Lagoa, deparei-me com a renovada pavimentação do ramal de saída a sul da vila, que em tempos tinha uma placa de Rua Eng. Arantes e Oliveira. Muitas lembranças me acorreram e uma delas ficou-me a “matutar”: como era a saída da vila para sul antes da Câmara presidida por Francisco António de Simas Melo Ferreira - pai dessa nobilíssima geração dos onze irmãos licenciados - ter decidido construir este ramal? Vejam a foto anexa que responde a todas as interrogações melhor que quaisquer palavras.
E é nessa linha de pensamento que me ocorreu esta minha sugestão: Não seria de se lhe dar o nome desse distinto edil lajense, que tão abnegadamente desempenhou as suas funções ao longo de mais de uma dezena de anos, sem qualquer ordenado? Diversas obras marcantes em todo o concelho foram lançadas por iniciativa das vereações a que tão empenhadamente presidiu e lembro apenas estas: Ramal da Baixa, na Ribeirinha;
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Repavimentação da saída sul
da vila das Lajes e Rest. Lagoa reabriu |
Caminho do Cruzeiro, na Piedade; Caminho dos Matos em São João; inicio do abastecimento domiciliário de água na vila das Lajes e na Piedade; e a construção do ramal de saída a sul da vila das Lajes. Passados tantos anos sobre o seu falecimento, não seria um acto de justiça atribuir o seu nome àquela rua hoje tão bem recuperada? A memória de um povo radica no respeito que dedica aos que serviram a sua comunidade. Não se põe minimamente em causa o nome antes atribuído, mas esse ministro tem o seu nome profusamente plasmado em obras diversas por esse país fora. Se alguém quiser falar na sua decisão célere, quando mandou “altear” a muralha de defesa da vila, também hoje se pode contrapor que, já nessa altura, o LNEC - Laboratório Nacional de Engenharia Civil www.lnec.pt criado em Novembro de 1946, instituição de Ciência e Tecnologia do sector do Estado, sujeito à tutela do Ministério das Obras Públicas, integrava diversos departamentos, entre eles o DHA – Departamento de Hidráulica e Ambiente, criado em 1949, com diversas estruturas entre as quais o Núcleo de Portos e Estruturas Marítimas, que desde essa data, se dedicava à “investigação aplicada e por contrato, relativas ao dimensionamento, segurança e exploração de obras marítimas, nomeadamente portos, estruturas portuárias, submarinas e de defesa costeira e foi aí que se efectuaram os “ensaios em modelo reduzido das obras de protecção da orla costeira da Vila das Lajes do Pico” encomendados pela DROTRH - Direcção Regional do Ordenamento do Território e Recursos Hídricos, da Secretaria Regional do Ambiente e que, como se sabe, deu luz verde à obra de protecção costeira da vila, inaugurada em Junho de 2008.
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Enchente do mar em 1962 |
É que, em 1962, esse ministro poderia e deveria ter encomendado um estudo e mandado fazer os ensaios de agitação marítima e galgamentos – modelação física de estruturas de protecção costeira… e muitos milhões teriam sido poupados desde então…
Entre uma e outra obra, a ousada decisão de construir o ramal sul de saída da vila perdura e trouxe desenvolvimento à vila, permitindo a sua expansão industrial para as “terras de baixo” e “Queimada” e, também por isso, aqui fica esta modesta sugestão à actual edilidade e respectiva assembleia municipal, de se substituir o nome, que julgo ainda ser de Arantes e Oliveira, pelo do distinto edil – Rua Francisco Melo Ferreira.
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