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Singelas Reflexões

 

Há cerca de um mês terminaram as Festas das Lajes. Foram a Festa em honra de Nossa Senhora de Lourdes e a Semana dos Baleeiros.

Festas grandiosas e solenes que trouxeram à Vila Baleeira alguns milhares de devotos e forasteiros. E vem acontecendo assim todos os anos, embora o programa seja, por vezes, alterado, consoante as circunstâncias dos tempos e, algumas vezes, sem proveito para ninguém.

As Festas de Nossa Senhora de Lourdes, nesta Vila, têm a sua tradição já secular. Importa mantê-las, se bem que, com algumas pequenas modificações, por vezes impostas pelos tempos que decorrem. Embora o programa fosse um somente, nele vinham bem distintos os programas da parte religiosa e da “Semana” propriamente dita.

Já ninguém vem atrás das chamarritas ou do folclore e dos grupos etnográficos.

Esses simpáticos agrupamentos existem em quase todas as freguesias e não deixam de ser acarinhados e aplaudidos pelo povo. Mas, cada coisa a seu tempo e lugar. Outros entretenimentos, outros cantares, novas figuras de palco e de teatro é o que deseja a juventude, a grande animadora dos arraiais e  das festas nocturnas.

Foi pena que não houvesse o cuidado de distinguir cuidadosamente os dois programas. Naturalmente que nem sempre é fácil, dada a profusão de eventos programados para a ”Semana”. Como é o caso das conferências que quase ficaram dentro do horário da novena. E alguns houve que desejariam assistir aos dois acontecimentos.

Uma atitude de louvar foi trazer o ciclo de conferências para o Auditório Municipal, ao contrário da sessão de abertura que se ficou pelo “Centro de Artes e Ciências do Mar” com a agravante de ser apenas meia hora antes do início do novenário.

O Centro é um lugar agradável para certos eventos mas nunca para conferências, pois o espaço que lhes é destinado é aberto e não tem condições acústicas que permitam boas audições.

Todavia o Auditório Municipal, por todas as razões é o lugar certo e tradicional para a realização desses  actos culturais. Demais, ambos esses espaços pertencem ao Património Municipal...

O programa recreativo das festas agradou, na generalidade, à numerosa assistência. Foi pena que se houvesse concentrado tudo na zona marítima, deixando esquecidos o Largo do Cruzeiro (Edmundo Machado Ávila) onde, desde 1940 se vinha realizando o chamado “arraial de Lourdes” e até a própria Rua Capitão - Mor, vulgo Rua Direita, que este ano teve uma deficiente iluminação. Há lugares tradicionais que não podem ser esquecidos ao gosto dos orientadores.

Julgo que não faltou assistência aos vários números do Programa, a dar fé pelos visitantes, principalmente jovens, que circulavam pelas ruas da vila.

Mas se a festa é essencialmente religiosa, há que ter em consideração essa circunstância em futuros programas. O que deixo escrito não são reparos nem críticas mas reflexões muito subjectivas sobre o maior acontecimento cívico - religioso realizado, anualmente, na nossa terra e que tem um fundo histórico digno do maior respeito.

As celebrações religiosas do corrente ano foram dignas e profundamente espiritualizantes. Importa que a chamada parte profana não entre em conflito passivo mas, antes, seja um complemento digno e respeitoso, como aliás vem sendo tradição desde que a festa teve início, no recuado ano de 1883, onde nunca faltou o arraial nocturno com iluminação, fogo preso e concertos filarmónicos. Outros tempos, dirão. Tudo se pode coordenar a prazer de todos.

Ficamos todos entendidos? Há temas que aqui os trato com certa relutância e este é um desses. Nunca mais voltarei ao assunto.

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