DO CANADÁ AO BRASIL POR TERRA - DIA 22 |
VISITA AO COLORIDO MERCADO DE MIRAFLORES,
PROCISSÃO DE CRIANCINHAS E UM “EXPRESSO” NO CAFÉ DE LA PAZ
Vasco Oswaldo Santos (Texto e fotos)
José Ilídio Ferreira (Fotos)
Adiaspora.com
António Perinú (Texto e Fotos)
Sol Português
Siempre tendemos
A ver cosas que no existen
Y permanecemos ciegos
Ante las grandes lecciones
Que se encuentran
Frente a nuestros ojos.
El Peregrino
Miraflores, Lima, Peru, 26 de Outubro – A gente notou isso logo à saída do aeroporto. O ar estava fresco, ligeiramente, mesmo muito ligeiramente húmido. De repente se chega à conclusão que neste hemisfério se está a entrar na Primavera, do mesmo modo que no Canadá se entrou no Outono. As estações são ao contrário e as leis da física não se compadecem com viajantes. Pela primeira vez, desde Toronto, dormimos sem a necessidade do ar condicionado. De manhã vimos que havia chovido de noite. Terminado o pequeno-almoço os “expedicionários” saíram em exploração urbana. O António fotografou uma autoestrada apinhada de um lado e o escriba lobrigou um mercado sem ser super, daqueles que vendem as coisas frescas, desempacotadas e a granel, à semelhança do nosso St. Lawrence distante.
O mercado - Como se corta o ananás
Em boa hora decidimos visitá-lo. É um mercado do povo e para o povo, pouco sofisticado para o chamado “primeiro mundo” mas maravilhosamente colorido e oloroso a frutos amadurados ao sol e não em papel de seda em caixotes acamados em camiões frigoríficos. De inovador para os nossos olhos foi a arrumação dos produtos hortículas, dos mariscos e flores, para já não falar dos frutos. As carnes estavam bem separadas, fora dos frigoríficos, bem evidentes: galinhas de um lado, vísceras dos bovinos (fígado, rim, frescura, coração, dobrada) ao centro e a carcassa dos animais, penduradas e prontas para o desossar e corte limpo, à vontade do freguês(a).
Nêsperas enormes! - Marisco lindo....
Foi uma experiência agradabilíssima meandrar pelo meio das vendedeiras, ver como dispunham a mercadoria por umas escassas horas. Ver cortar o ananás e a alcachofra uma revelação. De como empinar legumes pode ser um trabalho de arte… Não parámos de fotografar e esperemos que gostem do que partilhamos convosco. Ao fim da visita, posámos na saída com dois simpáticos agentes da ordem que aqui – tal como no Panamá – cumprimentam e metem conversa com os visitantes, numa operação de relações públicas muito bem recebida.
Com a Polícia....
...a equipa completa!
A pé, sempre a passo calmo e visitando lojas de artesanato maravilhoso – de que falaremos noutro dia – o Zé lobrigou ao fim de uma rua um ajuntamento e enceramento das vias ao tráfago por parte da Policía. Decidimos investigar. Perto do ajuntamento, ouve-se o rufar de tambores e o som de uma só trompeta. Coisa militar, pensou este escriba. Qual quê?! Perante o nosso olhar atónito eis uma procissão de crianças em idade pré-escolar (viémos a apurar serem da creche do município de Miraflores), com a sua própria banda e andor carregado pelas próprias crianças com ajuda de monitores adultos. Muito compenetrados do seu papel, meninos e meninas, de opas roxas sobre o uniforme da creche, andavam de loja em loja, num ritual de agradecimento à ajuda dos comerciantes, baixando e levantando o andor três vezes em cada uma delas, enquanto que uma monitora entregava aos donos um raminho de flores, também roxas e brancas.
Riqueza vegetal - Variedade de frutos
Este percurso, que terminou na Igreja da catedral da Virgen Milagrosa, junto ao Município e foi fonte de colheita de belas imagens pelos repórteres da tv local e pelos embevecidos pais das criancinhas, claro está.
Uma vendedeira bem disposta - As miudezas
Daí demos umas voltas pelas livrarias e resolvemos tomar um café. Escolhemos um de explanada bem aprazível e chamado Café de La Paz, a lembrar o de Paris, junto da Ópera. Até o emblema da pomba com o ramo de Oliveira se lhe assemelha. Vários casais estrangeiros lá beneficiavam, como nós de um serviço de gabarito. Havia um inglês e outro peruano – com bichon frisé e tudo – um canadiano de Vancouver e uma jovem americana, estudante de espanhol que se ofereceu para nos fotografar em grupo.
Preparando as rosas
O passeio serviu também para nos revelar a excelente localização da nossa “casa” de Miraflores, para onde também acaba de se transferir a embaixada do Canadá no Peru.
Amolador
A manhã esteve mesmo fresca mas o sol acabou por aparecer pálido no céu Inca, perante o povo que milenariamente o endeusou.
Autoestrada - Casino
Catedral da Virgem Milagrosa - Município de Miraflores
De tarde, a reportagem tinha de trabalhar. Cybercafés não faltam e escreveu-se a tarde toda, escolheram-se as fotos para os textos e ao saírmos para jantar notámos o frio que se fazia sentir. No regresso ao cyber, o Perinú e eu fomos ao Honest Ed´s local e enfeirámos duas camisolas de malha de algodão, que o fresco da noite já não se aguentava…
Segurança duvidosa
O resto da noite está a ser passada em frente ao computador. Só falta mandar as fotos para Toronto que o texto acaba aqui. Até à próxima caros leitores!
Telefone Anti-roubo
Nesta agência o destino é do caneco....
O brinquedo do Luís - Tocador Multifacetado
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Palavras de agradecimento
Mais “repetentes” nos contactaram telefonicamente ou por e-mail para o envio de mensagens de boa viagem e êxito pela nossa Expedição. Mas também houve gente nova. Foram eles e elas: Eng. Horácio Marques em nome da Real Sociedade Copofónica Esportivo-Excursionista Trotino-Biciclo-Motociclista “Os Amantes do Bagaço”, Bairro de Belém, Lisboa, Portugal; Dr. M. Antunes, Ponte de Sôr/Praia da Vitória, Portugal; Dr. Fernando Gonçalves, Consulado Geral de Portugal, Toronto, Canadá; António Barbosa Tavares, Filósofo e Escritor, Brampton, Ontario, Canada; Dra. Manuela Sarilhos, Embaixada de Portugal, Havana, Cuba; Dra. Maria de Fátima Pereira, Lisboa, Portugal e Eng. Virgílio Diogo, Lisboa, Portugal. Ao fechar da edição, a Direcção Sport Club Lusitânia de Toronto colocou o telefone em directo no ar e enviou-nos uma saudação, no final da sua reunião semanal.
Bem-hajam pelo cuidado!
Fotogaleria
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