Textos e Fotos de: Carlos Morgadinho Adiaspora.com
Decorreu mais uma semana de cultura minhota promovida pela Associação Cultural do Minho de Toronto, a quinta, cque teve o seu início no passado Domingo, dia 4 de Outubro, nas instalações da Associação dos Deficientes Portugueses, sito no 2295 da St. Clair Avenue West, perto da Keele Street.
Vista parcial do salão onde se realizou o Santoinho
Assim, a abertura destas festividades contou com um Porto-de-Honra e um almoço com a presença de muitos sócios, amigos e familiares. Durante os dias da semana que se seguiu foram ocupados com jantares regionais tais como Rejoada Minhota, Bacalhau à Lagareiro, Cabrito à Minhota, Arroz de Cabidela, Cozido à Minhota que fez a delícia ao mais exigente palato. Durante aquela semana de festa, as tradições não foram esquecidas e, assim, todas as noites, foram dedicadas à adega e ao fazer do vinho, desfolhada do milho-rei, demonstrações de tarefas aos serões e encontro de concertinas com desgarradas além duma noite dedicada à juventude.
Os jovens abrilhantaram a faina da desfolhada
No Sábado, dia 10, foi noite dedicada ao Merendeiro Minhoto onde os participantes traziam a sua comida e, num jantar self-service (bufete), com tanta e tanta comida apetitosa, foi, dizemos, a delicia dos presentes naquela noite de franco convívio e alegria. As bifanas, rojões, bacalhau, churrasco, leitão, cabrito, feijoada, camarão panado, pasteis de bacalhau e de carne para já não se falar na doçaria tudo confeccionado por dezenas de voluntários que quiseram assim, desta maneira, mostrar a rica culinária regional do Minho, a quantos ali compareceram naquela noite.
Os cantadores Canário, Naty e Miranda animaram a noite de Sábado
Depois foi o periodo de entretenimento onde um grupo de artistas vindos expressamente de Portugal para alegrar esta semana de cultura e alegria, dos quais citamos o conhecido artista Canário, Miranda e a Naty, esta uma talentosa jovem cantadora que, com muito à vontade, entrou nas cantigas ao desafio com o já citado Canário, nome lendário neste tipo de festas.
O fabrico do tão apreciado Champarreão
No Domingo, dia 11, foi o expoente e ao mesmo tempo o encerramento desta Semana Cultural Minhota da Associação Cultural, nas instalações do antigo aeroporto militar de Downsview, com inicio pelas 16 horas da tarde e que, até à uma hora da madrugada foi um non-stop de actividades culturais daquela região do norte do nosso país. Este evento, que anualmente vem sendo organizado, e bem conhecido pelos minhotos por Santoinho, atraiu, naquele Domingo, mais de 1700 pessoas que lotou um dos antigos hangares hoje transformado em salão de festas. Os fogareiros não pararam de assar sardinhas, febras e outros petiscos que era servido com broa e salada. Era um “mar” de gente que pacientemente esperavam nas multiplas e longas filas para se adquir tanto a comida como as bebidas. Entretanto o programa continuava a correr naquela enorme salão com a entrada dos bombos que no seu rufar eram acompanhados pelos cabeçudos por muitos conhecidos por Zé Pereiras e das marchas populares. Actuaram também os Ranchos Folclóricos da Casa anfitriã e do Clube Português de Montreal que agradou a quantos ali presentes. Outras actividades improvisadas de etnografia como se fazia outrora nas eiras, a desfolhada e o malhar do milho hoje, nos nossos dias, coisas do passado pela mecanização da faina agricola nestes últimos 30 anos e que só se faz nos minifundios (também chamado pequenas herdades). Eram às dezenas os que se juntaram para durante alguns minutos “trabalhar” no descasque ou desfolhar e no bater nas maçarocas e no milho tal e qual como fazia quando eram ainda crianças ou como viam fazer os seu pais e avós.
Artesanato exposto
Pela s onze horas começou o tão esperado “fabrico” de 40 galões do bem conhecido “Champarreão” que é composto por vinho, cerveja e açucar (este aqui substituiu os ovos que é utilizado lá no Minho) e que foi servido gratuitamente pelos presentes.
O rufar dos bombos abriu a noite de Santoinho
A parte de entretenimento foi preenchida pelos mencionados artistas Canário, Naty e Miranda que se “degladiaram” numa desgarrada bem à minhota e com muita malandrice subentendida que arrancou inumeras gargalhadas da assistência e também pelo conhecido conjunto musical “Mexe-Mexe” que “mexia” com algumas centenas de pares que rodopiavam e se abanavam na pista de dança além da actuação de duas jovens talentosas, a Sandra Nogueira e a Keyla de Brito.
Os Zé Pereiras ou Cabeçudos
Finalmente, foi servido o caldo verde, bem quentinho, para aconchegar não só aqueles que estavam cheios de tanta e tão bons p+etiscos como aqueles que estavam já de partida para as suas casas. Para acabar a festa foi largado umas largas dezenas de balões onde adultos e crianças corriam para os apanhar.
Queremos agradecer a amabilidade como fomos recebidos nestes dias e em especial ao seu presidente da AG, Paulo Pereira. Para todos eles o nosso muito obrigado.
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