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O DIA DO FAIAL NA CASA DOS AÇORES DO ONTÁRIO

Fotos e Textos de Paulo Luís Ávila
Adiaspora.com

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José Ferreira Director de Adiaspora.com apresentando o seu trabalho

A ILHA DO FAIAL

A Ilha do Faial está situada no Grupo Central do Arquipélago dos Açores e faz parte integrante do Triângulo, que é constituído pelas Ilhas do Faial, Pico e São Jorge. Tem uma área de 173 km.2 e está localizada a 28.7 graus de Longitude Oeste e a 38.6º graus de Latitude Norte. O cognome de Ilha Azul vem do facto das pastagens serem delimitadas por frondosas sebes de hortênsias que no Verão, as suas flores, tem um colorido marcadamente azul, apesar de também haver com cor branca, lilás e verde. O nome inicial, segundo alguns estudiosos, era Ilha da Ventura que provavelmente terá sido descoberta pelo navegador Diogo de Silves, por volta do ano de 1427, ao serviço do Rei de Portugal. No ano de 1432, um grupo de colonos Terceirenses, aportou à Ilha e iniciou a colonização na hoje freguesia dos Cedros , que se supõe ter tomado tal nome, porque os terrenos eram infestados por Cedro do mato, hoje esta árvore está protegida por legislação Governamental. A princesa Isabel de Borgonha, irmã do infante D. Henrique e irmã de D. Duarte I, Rei de Portugal, apoiou a vinda de um grupo de  Flamengos vindos da Flandres e capitaneados por Josse Van Huerter, que aportaram à hoje freguesia da Praia do Almoxarife e para sobreviverem tiveram que ir à procura de água e encontraram-na numa Ribeira e fundaram uma povoação a que deram o nome de Flamengos. O Infante Dom Henrique por sua vez cognominou-a por Ilha de São Luís, como a hoje, Ilha do Pico, era conhecida por Ilha de D. Dinis e a de São Jorge foi a única do Triângulo que ficou com o nome porque foi baptizada. No entanto mais tarde toma o nome de Faial, devido à profusão de Faias (Myrica Faya), que proliferavam em muitos dos seus terrenos ainda por explorar. De notar que em 1490 os Flamengos tinham já uma população de cerca de 1500 almas.

Sempre com o instinto da aventura, alguns dos habitantes do hoje Vale dos Flamengos, conjuntamente com outros portugueses que para lá foram, desceram o Vale em direcção à praia da Conceição e fundaram a hoje Cidade da Horta, que segundo o senso de 2003, possuía uma população de 9563 pessoas, mas a população da Ilha situava-se nas 14 785 almas. A Ilha do Faial tem 14 freguesias e três delas, Angústias, Matriz e Conceição, formam a cidade da Horta, enquanto que as outras tomaram os seguintes nomes: Praia do Almoxarife, Pedro Miguel, Ribeirinha, Salão, Cedros, Praia do Norte, Capelo, Castelo Branco, Feteira e Flamengos que deu o nome ao Vale mais produtivo da Ilha. O Faial ao longo dos tempos tem sido assolado por vulcões, pirataria e terramotos, que tem descaracterizado um pouco a sua fisionomia física e alterado a sua população. O primeiro flagelo surgiu a quando da ocupação Espanhola, tendo os piratas Britânicos e Franceses atacado por diversas vezes a Ilha, saqueando as suas populações entre os anos 1589 e 1597. Nesta altura foram construídas várias fortalezas, com destaque para a do Castelo de Santa Cruz na cidade da Horta e, no século 18, a ilha estava defendida por mais de 20 fortins. O primeiro flagelo da emigração aconteceu após a erupção do Vulcão da Caldeira, (Cabeço Gordo que tem uma altura de 1 043 metros), no ano de 1672, que originou a primeira emigração para o Brasil. Os missionários Jesuítas e as irmãs Carmelitas desenvolveram acção preponderante nas populações, sendo esta uma das Ilhas onde melhor se fala o Português e onde a cultura das suas gentes ocupa lugar de destaque. Em 1876 arranca a construção da doca e aqui inicia-se definitivamente o arranque para o progresso. Entretanto a Família Dabney vem para a Horta e apoia os navios americanos da caça à baleia que caçavam nos nossos mares. Desenvolve a cultura da vinha e da laranja, que exportam através do Porto da Horta. É ali também que amariza o primeiro avião em 1919 e é a Baía da Horta a escolhida para a escala dos aviões anfíbios da Pan América na sua rota para a Europa. Aproveitando este facto os Britânicos, os Americanos, os Franceses, Os Alemães e os Italianos, estabelecem uma base de ligação dos cabos submarinos. Durante a Segunda Grande Guerra Mundial e devido à neutralidade de Portugal no conflito, mais uma vez o Porto da cidade da Horta serviu de apoio aos aliados ao ataque à Normandia.

Entretanto mais um cataclismo abalou a Ilha. Tratou-se do Vulcão dos Capelinhos que eclodiu em 1957 e adormeceu em 1958, deixando a devastação e a morte na parte Oeste da Ilha, como adiante verão na apresentação em vídeo que preparámos para o efeito. O então Senador de Massachusetts, John F. Kennedy, apresentou uma proposta ao Senado que foi aceite e a sangria com a emigração para a América e Canadá, deixou a Ilha com menos quatro mil pessoas. Há um decréscimo grande na agricultura, bastante afectada pelas cinzas expelidas pelas crateras do Vulcão ora em formação, quase que desaparece a caça à baleia que tinha na freguesia do Capelo grande desenvolvimento e por acréscimo a estagnação económica faz-se sentir, para rejuvenescer vinte anos mais tarde com a implementação do Parlamento Regional na Horta cidade-mar, que entretanto já vinha tendo alguma notoriedade na área turística, com os voos de ligação da Tap-Horta-Lisboa-Horta e o iatismo internacional, cuja Horta era ponto fulcral de passagem. Hoje a Horta e a Ilha do Faial, tem o estatuto de ponto estratégico no desenvolvimento Regional e turisticamente está bem apetrechada de hotéis e restaurantes. Muitos de vós que emigraram como eu, sabem que se não fossem certos condicionalismos, porventura familiares, já teriam voltado para abraçar o cheiro do mar, a beleza da Montanha e estrangular a saudade que nos oprime o peito. Hoje viver no Faial é viver como em qualquer outra parte do mundo desenvolvido. Temos tudo o que necessitamos e se quisermos sair para outros países temos ali, a dois passos, o aeroporto de Castelo Branco que nos encaminha para qualquer destino deste planeta. Muitos dos nossos que lá vivem, sentem-se realizados, porque a natureza não é madrasta nem lhes tolhe os movimentos. Hoje mesmo a cidade da Horta estava cheia de sol e o Pico tinha o seu manto de neve, neve essa que não desceu às casas como aqui tem acontecido, há já mais de dois meses a esta parte. Mas quedo-me por aqui e deixo-vos com as imagens que falam por si e corroboram tudo o que aqui disse. Obrigado pela atenção que me dispensaram!

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