Centro de Artes e Ciências do Mar
Decorreu no passado dia 21 do mês de Outubro, no Centro das Artes nas Lajes, instalado no antigo edifício da Fábrica da Baleia da SIBIL, um encontro entre antigos baleeiros, antigos trabalhadores da SIBIL e seus familiares, a maioria deles já falecidos, num gesto a todos os títulos louvável e cuja iniciativa se deveu à Presidente do Município, Sara Santos.
Baleeiros e familiares tomando contacto com o centro
A visita decorreu na maior ordem e expectativa, uma vez que muitas das pessoas presentes ou não tinham conhecimento daquele espaço ou tinham-no partilhado em outras ocasiões menos próprias para o seu bem-estar, casos de alguns trabalhadores e baleeiros presentes, com referência muito especial para o oficial e mestre de lancha baleeira, o Comendador, Francisco Joaquim Machado (Barbeiro), que no passado dia 25 do corrente, festejou a proveta idade de 90 anos de existência.
Atentos às explicações de Paula Cabrita
Apenas referimos este, porque estava directamente ligado ao aniversário natalício e era o mais idoso dos baleeiros que ali se apresentou rodeado dos filhos, Flávia e Orlando, que se deslocaram propositadamente para a celebração da festa, a primeira do Continente e o segundo dos Estados Unidos da América do Norte.
Pousando para a foto
Durante o encontro houve visitas guiadas ao espaço de vídeo e de multimédia e as explicações foram dadas com muita exactidão e clarividência pela Paula Cabrita, um dos elementos que compõe o corpo museológico tendo à cabeça o Escritor e Professor, Carlos Machado. A foto da praxe foi tirada a todos os presentes e para eles foi-lhes oferecido um esmerado lanche e à saída foram distribuídos bonés publicitários do Centro, com desenhos estereotipados alusivos aos mamíferos marinhos.
Sara Santos e o baleeiro mais antigo Francisco J. Machado
Estes momentos são sempre muito bem aceites e teria todo o interesse se de vez em quando se promovessem tertúlias e convidassem os baleeiros que ainda restam, de toda a Ilha, para confraternizarem uns com os outros, com o público presente, para também poder intervencionar e escutar o manancial de histórias que morrerão se entretanto não forem recolhidas, porque não foram só os baleeiros das Lajes, da Calheta nem das Ribeiras. Também os houve na Prainha em São Caetano, na Manhenha, no Cais do Pico, em São Mateus, do Pico e da Terceira, no Capelo e no Salão, no Faial, no Carapacho na Graciosa, Velas, Calheta e Topo, em São Jorge, Santa Cruz das Flores, Capelas em São Miguel, estes os lugares que me ocorre de momento e que de certo todos eles fariam número para se realizar um Congresso, porque não é só político ou homem de letra que tem direito a fazê-lo.
Edifício da Antiga Fábrica com chaminé que não sofreu
qualquer dano pelo terramoto de 1998
Ainda um dia, quando for tarde demais alguém com força política, ainda se há-de lembrar do que aqui deixo escrito e tentará realizar o que nesse momento será irrealizável, porque os verdadeiros actores saíram de cena há muito porque entregaram a alma ao Criador... A bola agora está do outro lado.
Interior da antiga fábrica completamente degradado
Espero que haja alguém que aproveite a ideia e a ponha em prática o quanto antes, porque o Escritor Baleeiro já também lá está à nossa espera, o amigo e professor José Dias de Melo, a quem se deve muito da história da baleação nas Ilhas Atlânticas dos Açores.
Última baleia capturada pelos baleeiros lajenses em 1985
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