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Todos, ou quase todos, sabemos que a palavra Carnaval significa proibição de consumo de carne durante o período da Quaresma e que tem início na Quarta-feira de Cinzas. Por isso, e ao longo dos séculos, é costume o povo celebrar, ou mais propriamente divertir-se, nos três dias que antecedem aquela abstenção. Quanto às origens desta tradição, e segundo os entendidos, veio do norte da Itália, das cidades de Veneza, Génova, Turim e Milão, e que se perde nas brumas dos séculos embora haja quem mencione os alvores do século XII, no auge do poder Papal.
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Os actos do Carnaval diferem de país para país e de região para região e, como prova dos nove, é só repararmos nas folias praticadas no Brasil, na cidade de Rio de Janeiro, onde durante aqueles três dias, onde desfilam, ininterruptamente, centenas de escolas de sambas com dezenas de milhares de figurantes e com mais de um milhão de foliões como espectadores. O nosso Portugal, como é óbvio, não foge à regra e por todos os cantos o Carnaval é celebrado com mais, ou menos, participação. No entanto tomamos a liberdade, ou ousadia, de afirmar que é na Ilha Terceira, na Região Autónoma dos Açores, onde o Carnaval, em todo o território nacional alcança o mais alto grau de participação, isto no que se refere ao teatro popular onde as Comédias, Bailinhos, com ou sem pandeiro, e Danças de Espada e onde a fantasia e os temas ou enredos, percorrem os palcos das suas duas cidades, vilas e freguesias, fazendo o gáudio de quantos assistem e enchem aqueles salões das suas sociedades recreativas ou filarmónicas.
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São, nos palcos daquela Ilha, que nos são apresentadas as sátiras ou criticas contra tudo que, ao longo do ano, vem afectando a vida do cidadão seja pela inércia de muitas das leis vigentes, à ineficácia do sistema de educação, saúde e da segurança pública e social, à burocracia doentia e em muitos aspectos, politicamente falando, dos “falhanços” dos nossos governos e dos seus lideres. Outros assuntos também são as personagens da nossa História, o bom ou mau patrão, o adultério, a religião onde entram não só os párocos mas também os venerados santos. Os amores e a tauromaquia, obviamente, não fogem à regra e deste modo aparecem-nos cenas de fazer rir o mais sisudo dos mortais. É pois, com este espírito criativo e ao mesmo tempo folião e crítico, onde se ªbateª em tudo que não nos agrada que, todos os anos, se apresentam dezenas de grupos de Danças, Comédias e Bailinhos nos palcos dos seus salões.
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As Danças Carnavalescas estão divididas em três diferentes características: Danças de Pandeiro, de Espada, Bailinhos e Comédias. No que se refere às Danças de Espada, normalmente envolvendo dramas, são em menor quantidade devido ao maior número de personagens, dançarinos e músicos tornando-se mais onerosa pelos gastos com equipamento e vestuário. No presente Carnaval houve, mais uma vez, grande participação no que concerne a Comédias (3), Bailinhos (34), Danças de Pandeiro (20) e, como é óbvio, com apenas três Danças de Espada.
Aqui deixamos uma lista dessas Danças e Bailinhos e seus temas:
DANÇAS DE ESPADA
• Dança de Espadas das Lajes
“Tirem tempo para amar”
Autor do assunto e das cantigas: Jorge Rocha – Música: José Avelino Borges
Marcha: Durval Festa
Elementos: 40
Enredo: Um drama familiar centrado na mãe de duas filhas
• Dança de Espada da Fontinhas e da Califórnia
“Desespero de Mãe”
Autor do assunto e cantigas: João Costa – Marcha: Victor Bettencourt – Música: Arranjos de João Costa
Elementos: 17
Enredo: Amor e morte fazem a história dramática de uma mãe que é desprezada pela filha
• Dança de Espada da Filarmónica da Serra da Ribeirinha
“As duas causas”
Autor do assunto e das cantigas: João Mendonça – Música: Grupo
Elementos: 28
Enredo: Um estudante de direito engravida uma doméstica e não assume o filho. Mais tarde, muda de opinião e assume o seu acto.
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