Mesa da direcção do Grémio
No passado dia 6 de Fevereiro teve lugar na Casa dos Açores do Ontário, em Toronto - Canadá, um Jantar-Tertúlia, que foi promovido pelo Grémio Literário de Língua Portuguesa, cuja Presidente, Idalina Silva, antes do jantar deu as boas-vindas a todos os presentes onde se destacavam, poetas, escritores, músicos, jornalistas, pintores, empresários, numa palavra, intelectuais portugueses e brasileiros, que ali compareceram para degustarem à roda duma mesa um jantar que foi confeccionado pelos elementos da Casa e que foi do agrado geral, não fosse um caldo verde, chicharros fritos e sobremesa, uma ementa que agrada a qualquer um e é típico e muito usado nesta forma de jantar-convívio. Depois do jantar houve um momento de poesia declamada, por Ricardo Castro Lopo. A seguir Avelino Teixeira subiu ao palco para interpretar algumas canções. Depois e por esta ordem, declamaram: Benedito da Silva, Luís Palaio, Carlos Pereira, Lalita Lisboa, Ricardo Castro Lopo, Noélia Gaspar, Maria Tavares, Fátima Toste, Ana Sança, José Tavares, Noel e Rose Marie Monteiro. Uns declamaram poesia de autores luso-canadianos e outros, autores portugueses e brasileiros e outros houve ainda que declamaram os seus próprios poemas. Foram momentos de prazer intelectual como há muito não via e sentia e, o meu espírito, vogou pelas ondas e fixou-se num tempo pós 25 de Abril onde muitos autores e actores, partilhavam experiências depois dum jantar em casa de amigos e conhecidos que tinham a presença de convidados especiais.
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Avelino Teixeira - cançonetista
Lembro as tertúlias do Botequim, de Natália Correia, a quem um dia, alguém me apresentou e, quando lhe disseram que era dos Açores, logo me convidou a estar com ela no seu bar, na tertúlia que tinha sido combinada para aquela noite. Vários nomes conhecidos de literatos e vários artistas tanto de teatro como de televisão tomaram assento nas mesas que enchiam por completo aquele aconchegador recinto. Mas deixemos de divagações e vamos ao que interessa. No dia acima referido, houve mais disponibilidade e foi salutar aquele encontro entre gente que comunga dos mesmos ideais e defende a preservação da cultura portuguesa num país francófono, como o Canadá. E mais, é salutar vermos os nossos compatriotas brasileiros tomarem parte do mesmo conceito e do mesmo espírito que congrega mais de 250 milhões de pessoas em todo o mundo, falando a língua de Camões. Este espírito comove até às lágrimas, porque vemos e vimos gente e contactámos com pessoas que há muito não descortinávamos, mas que, no seu espírito, moldado pela emigração, não adormeceu o conceito patriótico e a frase de Fernando Pessoa aqui mais do que nunca tem a sua aplicação, quando afirmava: A minha Pátria é a Língua Portuguesa.
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Benedito da Silva
Ditosa pátria que tais filhos teve e, tem ainda. Aqui neste país dominado por outras culturas e outros credos, os portugueses sentem mais a portugalidade que muitos daqueles que vivem em Portugal. Porque uma coisa é viver e outra é sentir a Pátria. Já o disse e repito e a minha opinião não faz mossa a ninguém: Sou acima de tudo Português. Nunca em tempo algum perderei a minha força telúrica moldada pelos vulcões e bafejada pelo sopro que formou este reino à beira-mar plantado.
O pintor Luís Palaio
Muitos dos que ali estiveram sentem como ninguém, porque martirizados pelo ferrete da saudade, quão orgulhoso é ser-se Português, mais que não seja só pela nossa cultura e pela nossa maneira de ser. As fotos que documentam este evento, dão melhor testemunho do que todas as palavras que aqui vos deixo. Continuem e chamem mais gente para sentirem o afago da alegria que é ser-se Português num país de acolhimento, como o Canadá.
A Poetisa Ana Sança
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