A Associação de Voleibol de São Miguel conta com um novo director técnico, elemento que vem reforçar o trabalho na área da formação. João Ourique Fernandes é um jovem de 29 anos, licenciado em Educação Física, apaixonado pelo voleibol desde criança que abraça agora um novo desafio na carreira.
Como surgiu a oportunidade para exercer o cargo de director técnico na Associação de Voleibol de São Miguel?
Foi uma oportunidade que surgiu numa daquelas situações que acontecem no momento certo. Já fui atleta de voleibol, depois interrompi a actividade devido aos estudos e no regresso a São Miguel reencontrei como colegas antigos professores e o próprio Luís Magalhães, que era o anterior director técnico e que se manterá como parceiro. Ele já me tinha proposto trabalhar na Associação ao nível do treino técnico dos jovens e no final do ano transacto surgiu o convite para reforçar o trabalho desenvolvido, apostando também em pessoas novas com ideias e objectivos diferentes que possam manter o crescimento qualitativo da modalidade.
Qual será a sua área de intervenção?
Será essencialmente na parte técnica, ao nível do lançamento de novos projectos, tudo o que esteja relacionado com o treino e a competição. É nesta vertente que a modalidade tem evoluído nos últimos tempos com um crescente número de equipas nas camadas jovens. Ao trabalho quantitativo queremos juntar a qualidade e é nesse aspecto que vou intervir.
Será, portanto, um reforço do trabalho que tem sido desenvolvido ao nível da evolução das camadas jovens?
Precisamente. Nos últimos anos temos assistido a um crescente número de jovens que querem praticar voleibol e cada vez com idades mais tenras, como é o caso dos minis e escolinhas. O que queremos fazer é começar a lançar as bases para que nos escalões de juvenis e juniores já possuam uma base técnica e um conjunto de conhecimentos tácticos que lhes permitam evoluir mais do que há uns anos atrás.
Esses são os principais objectivos do trabalho que se predispõe realizar mas certamente haverão outros…
Claro que sim. O voleibol é uma modalidade com tradição nos Açores e nós queremos aumentar o nível qualitativo. Essa evolução tem-se traduzido na chamada de jovens atletas às selecções nacionais mas queremos continuar a crescer.
Como é entrar naquela que é uma Associação de referência ao nível do voleibol dos Açores e trabalhar na segunda modalidade com maior número de praticantes no arquipélago?
Pessoalmente é uma vitória. Sinto-me muito bem porque a maioria das pessoas que encontrei já foram árbitros quando eu era atleta, os meus colegas já foram meus professores e treinadores, o que me faz sentir em casa e noto uma comunhão de ideias comum a todos. Com esta força continuaremos a elevar o nível qualitativo da Associação de Voleibol de São Miguel.
Já foi atleta, agora é professor e treinador. Quais as principais diferenças que encontra na modalidade de há dez anos para agora?
Neste momento e vendo do ponto de vista da Associação, é possível perceber uma maior preocupação ao nível da formação dos agentes não praticantes, ou seja, dirigentes, treinadores e árbitros. Tem-se assistido a um salto qualitativo muito grande. Hoje, o voleibol está estendido a toda a ilha e é cada vez maior a preocupação dos jovens em melhorarem a sua qualidade, não apenas como atletas, mas também com alguns deles a iniciarem os cursos de treinadores. Recordo, também, que quando eu jogava a competição estava circunscrita a dois clubes. Actualmente, existem muitos mais clubes espalhados por toda a ilha em condições de discutirem os lugares de topo.
E existe margem para continuar a evoluir?
Sim, sem dúvida. A proposta elaborada para as provas elevará a competitividade porque o apuramento das equipas para os regionais será feito pelo maior número de atletas inscritos por Associação. Desta forma permite-se que haja uma maior possibilidade das ilhas que têm maior número de equipas chegarem aos patamares mais elevados a nível regional. Nesta temporada vamos introduzir esta alteração no escalão de iniciados.
A Associação de Voleibol de São Miguel também tem mostrado uma grande preocupação ao nível da formação dos agentes desportivos não praticantes. O que está previsto para a temporada 2009/10?
Nos últimos anos tem havido essa preocupação e nesta época vamos centrar atenções no curso de treinador de nível um que, neste momento, já tem um número elevado de inscritos, o que para nós é fundamental porque é a forma de trazermos as pessoas que estão interessadas em iniciar a sua actividade como treinadores, como são os casos de atletas jovens. Com essa adesão podemos evoluir para o curso de nível dois num futuro próximo. A formação de dirigentes também tem sido uma aposta forte, porque para além de ser importante termos pessoas que gostam da modalidade, também é necessário estarem munidas das ferramentas organizacionais. A propósito, convém realçar que para além da minha presença no gabinete técnico e do apoio do professor Luís Magalhães, terei o apoio do professor Paulo Matos que estará integrado ao nível do programa Estagiar L.
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