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Praça São João Sanjoaninas 2009

Texto e Fotos de: Carlos Morgadinho
Adiaspora.com
Junho de 2009

 

Esta reportagem só foi possível, mais uma vez,  graças ao gentil apoio dado ao nosso portal pelas firmas da nossa praça Adiaspora.com, Accord Travel, Ganadaria Sol e Toiros, Homelife/Local, Macedo Wine Grape Juice, Restaurante New Casa Abril, Toledo Printing & Design, Joseph Vieira Insurance, Europa Catering e Santos Water Service and Drain. Aqui ficam os nossos agradecimentos ao José Ilídio Ferreira, Linda Caldas, Élio Leal, Luís Lima, David Macedo, Januário de Barros, Lynda Matias, Joseph & Patrick Vieira, Manuel Paulos e Silvério Paulo Santos. Para todos estes nossos patrocinadores, um muito obrigado.

O Matador El Juli saindo em triunfo

Não se pode dissociar as festas terceirenses da festa brava, por todos nós conhecida por touradas, sejam elas de corda ou de praça. Pode-se mesmo afirmar que festa sem touros para este povo não é...festa, com certeza. Já partilhámos no passado de várias festas em honra do patrono da cidade de Angra do Heroísmo, São João, nas já bem conhecidas Sanjoaninas, que durante dez dias e num sem fim de celebrações culturais e desportivas são o polo de atracção turística, quer de nacionais, quer de imigrantes, quer de estrangeiros, contando-se aos milhares os forasteiros que anualmente nesta ocasião visitam a cidade acima citada de Angra do Heroísmo. Este ano muitas foram as touradas incorporadas nas Sanjoaninas tendo as de corda sido efectuadas na Avenida Infante D. Henrique e no Porto das Pipas as quais atraíram multidões e onde muitos dos presentes puderam mostrar, por alguns minutos, algumas “gracinhas” na arte de capear “locomotivas com cornos” cujos pesos oscilavam entre os 400 e os  500 quilos e que, devido às boas pernas que possuíam saíram ilesos após uma fuga a todo o vapor para longe daqueles toiros mal humorados. Infelizmente o mesmo não aconteceu com um jovem de 20 anos que foi colhido com certa gravidade no Porto das Pipas onde o toiro matreiro, depois de uma meia dúzia de marradas o atirou para o hospital local com diversos traumas. Ao que parece festa não é festa, por esta ilha, se não há casos deste género. Pensamos que estas gentes terceirense têm que passar por situações semelhantes para daqui a uns bons anos, já na velhice e nos serões de Inverno, à beira da lareira, poderem contar aos netos, os actos “heróicos” dos seus tempos de juventude. E é por isso que estas tradições das touradas são passadas para os mais novos que por sua vez copiam as “façanhas” dos seus avós. Está pois na corrente sanguínea do povo da Ilha Terceira de Jesus Cristo, a Festa Brava.

Esperando pela carga do Touro

No Domingo, dia 28 de Junho, pelas 13 horas, houve uma largada de gado no Alto das Covas também cheia de peripécias e de meia dúzia de colhidos, alguns deles turistas, por um Touro que se escapou da zona destinada a esta espera de gado. Ao que soubemos dois deles sofreram algumas fracturas e bastantes escoriações pelo impacto da besta que os apanhou numa zona tida por segura. São acidentes que por vezes acontecem pois estas brincadeiras com touros são sempre imprevisíveis e muitas delas acabam com algumas marradas nos fundilhos e não só e não estavam, obviamente, nos planos iniciais daqueles que assistiam. Os mais novos não foram esquecidos e houve tourada à corda na Prainha onde os “bezerritos” espalharam o “terror” nos mais destemidos que se atiravam para dentro da água para escaparem  à ferocidade da bezerrada  enfurecida. Na Rua de São João foi, no dia 25 de Junho, Quinta-feira, pelo Meio-dia, o cenário duma espera de gado, de bezerros, para crianças, que ficámos de boca aberta por ver tantos toureiros, em embrião obviamente, que sem medo das marradas destes mamíferos ainda “bebés”, num à vontade, saltitavam diante do gado que tentava a todo o custo marrar nalguma nádega que se cruzasse na sua órbita e alcance.

O Forcado no momento da pega

Na Praça de Touros da cidade, conhecida por Praça de Touros de São João, foi no dia  30, Terça-feira, ao meio-dia, a tourada para os mais novos onde cavaleiros mestrados embora quase que diríamos de “tenra-idade”, capinhas, palhaços-toureiros, e um grupo de forcados, fizeram a delícia de quantos ali compareceram. Quem não estava a gostar da brincadeira eram todos aqueles bezerros de ventas de poucos-amigos que tentavam “varrer” aqueles toureirozinhos bem chatos. A pega pelos forcados foi o apogeu desta corrida e dizemos sinceramente que gostámos de apreciar a valentia de rapazitos, quiçá de apenas 14 ou 15 anos de idade, que após várias tentativas lá conseguiram pegar aqueles animaizitos, que embora novinhos, deveriam pesar no mínimo 300 quilos. Numa das tentativas houve até um dos jovens forcados que, devido ao embate na pega, ficou estatelado no solo da arena, inanimado, por algum tempo. Por fim lá recuperou os sentidos embora notássemos que estava ainda combalido, motivo pelo qual não voltou à pega que se seguiu. Estas situações só não  acontecem a quem não põe lá os pés. Cá o vosso escriba de certeza absoluta não esteve lá muito interessado para enfrentar estes “monstrozinhos” sejam lá touros, bezerros ou vacas, pois há mais de 50 anos, numa bezerrada/tourada estudantil após acabar o quinto ano dos liceus,  foi colhido por uma vaca danada (que não era louca pois não tinham descoberto ainda esta doença) que o atirou para o “estaleiro” por mais de 3 meses. O trauma é ainda hoje de tal modo, que quando no horizonte aparece o gado bravo é vê-lo a dar à Vila Franca, a toda a velocidade. Na Praça de Touros de São João de Angra do Heroísmo a Festa Brava teve o seu tempo nos dias 21, 24, 26, 27 e 28 de Junho e foram inseridas nas festividades das Sanjoaninas. Estas cinco corridas, foram algumas delas inesquecíveis, pela óptima qualidade apresentada.

Na lida do Touro

No primeiro dia, na chamada “Corrida de Oportunidade”, actuou o cavaleiro Rui Lopes e os novilheiros José Manuel Mas e Manuel Dias Gomes, além dos forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense e foram lidados touros das ganadarias de Rego Botelho e Herdeiros de Ezequiel Rodrigues e Irmãos Toste, tendo este espectáculo de Festa Brava sido animada pela Filarmónica da Associação Cultural de Porto Judeu. Bela tarde  onde gostámos da lide do toureiro José Mas. Na segunda corrida, no dia 24 de Junho, denominada “Corrida de Prata”, uma das mais importantes desta Festa Brava, actuaram os cavaleiros, Tiago Pamplona, Marcos Bastinhas e João Pamplona, o matador, Ruben Pinar, o bandarilheiro,  Jorge Silva e os grupos de forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense e do Ramo Grande, da Praia da Vitória, liderados respectivamente  pelos cabos, Marco Sousa e Nuno Pires. Os touros eram um produto das ganadarias de Rego Botelho e dos Irmãos Toste, bastante agressivos e de boa qualidade. Observou-se no inicio desta corrida uma singela cerimónia comemorativa dos 25 anos da inauguração desta Praça de Touros, a todos os que, naquela distante data de inauguração, dia 21 de Junho de 1984, após a destruição da antiga Praça  de Touros, pelo abalo sísmico do dia 1 de Janeiro de 1981, ali foram recordados. Esta homenagem foi dedicada aos cavaleiros, toureiros e  forcados que estiveram presentes naquele ano de 1984 nesta mesma Praça, a quem foram entregues lembranças, bem como ao médico, Dr. Duarte Soares.

Momento de imobilização do Touro

Seguiu-se a lide tanto a cavalo como a pé e nesta última houve duas excelentes actuações do matador Ruben Pinar que foi presenteado com um par de bem aguerridos touros da Ganadaria Rego Botelho. A animação musical desta tarde esteve a cargo da Orquestra AngraJazz. Na terceira corrida, chamada de “Majestosa Corrida”, realizada na Sexta-feira, dia 26, actuaram o cavaleiro Manuel Lupi e o matador El Juli e o grupo de forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense sendo os touros da Ganadaria Rego Botelho, estando a animação musical a cargo da Sociedade Filarmónica Recreio Serretense e, na nossa modesta opinião, foi a melhor tarde destas cinco corridas embora o tempo tivesse estado sempre chuvoso. A actuação do matador El Juli foi soberba sendo no final da sua lide levado em ombros pelo portão principal tal foi a satisfação geral deste excelente toureiro e corroboramos, porque foi merecedor das atenções que atrás referimos e há muito não assistíamos a um trabalho deste quilate. Um bravo para o El Juli. Deixamos aqui também os nossos parabéns para a Ganadaria Rego Cabral pelos excelentes e aguerridos touros apresentados nesta corrida. No dia seguinte, Sábado, dia 27, foi a vez dum imponente “Mano-a-Mano” naquela Praça de Touros entre o cavaleiro Vitor Ribeiro e o toureiro Pedrito de Portugal, este substituindo, no último minuto, o matador El Fundi que tinha sido colhido gravemente dias antes.

Um Touro indeciso

Sobre o cavaleiro Vitor Ribeiro tecemos os melhores elogios pelo trabalho na lide a cavalo e do Pedrito melhor não podíamos falar pois apesar de ser ainda bastante jovem mostrou a óptima qualidade na arte de bem tourear. Quanto à pega da tarde ficou nas mãos dos Amadores do Ramo Grande e a música e a animação foram da responsabilidade da Sociedade Musical e Recreio Terra-Chã. Finalmente este ciclo de Festa Brava, na Praça de Touros de São João, culminou no Domingo, dia 28, com um grandioso concurso de Ganadarias em que actuaram novamente os excelentes cavaleiros: Vitor Ribeiro, Manuel Lupi e Marcos Bastinhas complementados pelas soberbas pegas realizadas pelos forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense e pelos Amadores do Ramo Grande. No final foi a vez de se anunciarem os vencedores desta Corrida de Ganadarias, tendo o prémio do melhor cavaleiro ido para Vítor Ribeiro, para a melhor pega sido entregue ao forcado da Tertúlia Tauromáquica Terceirense, José Vicente, e distinguidas as ganadarias, Rego Cabral e Albino Fernandes com os touros mais aguerridos, lida e pujantes. Gostámos deveras, este ano, destas corridas na Praça de Touros de São João, que, como é da praxe, esteve sempre lotada e onde se apresentaram touradas tanto a cavalo como apeadas com óptima qualidade que, como já tivemos ocasião de nos expressarmos, há muito não assistíamos. Tivemos também o grato prazer de nos encontrarmos, na trincheira desta Praça, com o matador português, Vítor Mendes, um dos mais respeitados e famosos toureiros da actualidade e que esteve meses atrás entre nós, aqui, em Toronto, durante o lançamento do seu livro e através desta reportagem, aproveitou a ocasião para mandar um abraço para Toronto e para todos os seus amigos e admiradores.

 

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