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A Vila Baleeira do Pico está a ser o Centro Cultural da Ilha
Texto e Fotos de: Paulo Luís Ávila Adiaspora.com
No passado dia 14 do mês de Fevereiro pelas 17 horas, teve lugar no espaço do Centro de Artes e Ciências do Mar, antiga Fábrica da SIBIL das Lajes e, integrada no ciclo de conferências que vem sendo organizado pelo Município Lajense, mais uma conferência, subordinada ao tema, Tendências e oportunidades do turismo, cujo palestrante foi Carlos Martins, gestor e empresário na área do turismo. Presentes estiveram algumas pessoas a assistir, mas registamos com alguma mágoa, somente a presença de um empresário hoteleiro e o tema era sobretudo dirigido aos homens do turismo, muitos deles, hoje em certas dificuldades porque e segundo dados estatísticos, o Pico, foi a Ilha que mais sofreu com a crise nesta área, porque teve um decréscimo de 18%., o mais baixo registado no Arquipélago. De entre os vários sub-temas apresentados, referimos aqueles que prenderam mais a atenção dos presentes e foram eles: produtos inovadores e novos destinos mundiais, Azores Golf Islands, uma visão de diferenciação e, Pico, que oportunidades? No final desta explanação com suporte multimédia, houve colóquio. No passado dia 27 do mesmo mês de Fevereiro, ocorreram quase em simultâneo, dois acontecimentos de cariz cultural.
Carlos Martins falando sobre Turismo
O primeiro prendeu-se com a conversa sobre jornalismo, cujo convidado foi o terceirense, Joel Neto, há vários anos residindo em Lisboa. Escritor e jornalista, de créditos formados, apesar da sua idade, 36 anos, emitiu opinião e escutou atentamente os intervenientes neste género de tertúlia que congregou apenas meia dúzia de curiosos. Foi pena que tal tivesse acontecido, mas a tarde era pouco convidativa a que as pessoas se deslocassem até à antiga Fábrica da Sibil, porque o frio fazia-se sentir e o tema era pouco convidativo. Durante mais de duas horas conversou-se sobre jornalistas, escritores, autores e os jornais tiveram também o seu lugar de destaque bem como os livros que se publicam ainda no nosso país. Segundo estudos efectuados, o jornalista referiu que o jornalismo moderno existe há mais de 200 anos e que para se fazer jornalismo a sério, o que no nosso tempo não é possível, terá que haver objectividade absoluta e imparcialidade total. No entanto criticou formalmente o modo como hoje se escreve, afirmando mesmo que: Consumimos todos os dias notícias contaminadas pela paixão e, para que o jornalismo evolua, tem de ser interpretativo e do ponto de vista deontológico, os jornais deveriam assumir-se como emissores de opinião e neste momento para sobreviverem precisam de reinventar-se. Joel Neto é autor de alguns livros publicados e aqui deixo os títulos como curiosidade para os leitores: O Citroën Que Escrevia Novelas Mexicanas (contos, 2002), Al-Jazeera, Meu Amor (crónicas, 2003), José Mourinho, O Vencedor (biografia, 2004), Todos Nascemos Benfiquistas? Mas Depois Alguns Crescem (crónicas, 2007). No mesmo dia e já dentro do recinto da Vila Baleeira e no espaço de exposições do Museu dos Baleeiros, foi inaugurada mais uma mostra artística.
Joel Neto exibindo o seu primeiro livro
Uma exposição itinerante de parte do valioso espólio artístico de Natália Correia e de Dórdio Guimarães e, consideramos este o segundo acontecimento. A apresentação da exposição foi da responsabilidade da Arquitecta, Rita Cruz Dourado, que disse nomeadamente: A reduzida selecção de obras que aqui se apresenta é não só o resultado de alguns meses de convivência com um vasto conjunto de obras de arte, mas sobretudo, o reflexo da personalidade múltipla, ecléctica e por vezes contraditória, que era a da escritora, Natália Correia. Muitos eram os desenhos assinados por celebridades e alguns dos desenhos eram da autoria da própria Natália que, para além da veia poética possuia também a veia artística.
Visitando a exposição de Natália Correia e Dórdio Guimarães
Valeu a pena visitar e estar nestes espaços, porque a cultura é um meio prodigioso de promoção das qualidades artísticas e intelectuais do ser humano.